Fazenda Sustentável

Por Isadora Camargo — São Paulo

Modelos que integrem aumento da produção agrícola de forma sustentável e que tenham como premissa a proteção da biodiversidade no Cerrado poderiam gerar US$ 72 bilhões por ano para a economia do Brasil até 2030. É o que conclui um novo relatório do Fórum Econômico Mundial lançado nesta terça-feira (27/2) em Genebra, na Suíça.

Para chegar a este valor, foram feitas pesquisas abrangentes e entrevistas com especialistas do Brasil. A partir das análises, o documento propõe várias soluções, incluindo a agrossilvicultura e a agricultura regenerativa, que criarão condições para a produção de alimentos com selo verde, além do impacto socioeconômico de geração de empregos.

A rentabilidade proveria, então, de maior produtividade a partir de práticas regenerativas, custos reduzidos de produção e desenvolvimento de bioindústrias, biocombustíveis, além de alavancar setores como ecoturismo e mercado de carbono.

O estudo “Cerrado: Produção e Proteção” foi realizado pela Tropical Forest Alliance, uma iniciativa do Fórum, baseado nas análises dos dados do Plano de Transformação Ecológica do Brasil, elaborado pela empresa Systemiq.

Em 2023, a conversão agrícola no Cerrado chegou a 63%, conforme dados do relatório. Ao longo dos últimos 20 anos, foram 30 milhões de hectares convertidos, o que chama a atenção para criar uma agenda de produção mais sustentável e outra de proteção ambiental, como sugere o documento.

O Cerrado é responsável por 60% da produção agrícola do Brasil e por 22% das exportações globais de soja. Porém, segundo Jack Hurd, Diretor-Executivo da Tropical Forest Alliance, recebe pouca atenção e menos proteção legal do que precisa. "Isso resultou em significativa degradação e uso não sustentável da terra, o que representa uma grande ameaça à segurança alimentar de bilhões de pessoas em todo o mundo”, disse, em nota.

Com os olhos do mundo voltados para o Brasil, que se prepara para a COP30, o estudo aponta que o país está bem posicionado para se tornar um líder climático, adotando uma nova abordagem equilibrada que apoie o setor agrícola, fundamental para o país e, ao mesmo tempo, proteja o Cerrado.

"Este relatório tem como objetivo iniciar uma discussão muito necessária entre os formuladores de políticas públicas do Brasil, o agronegócio e outros tomadores de decisão sobre como podemos implementar um novo modelo agrícola na região - um que simultaneamente aumente a produção, melhore a biodiversidade e os ecossistemas e proteja as comunidades indígenas e tradicionais do Cerrado", aponta Hurd.

Segundo Patricia Ellen da Silva, sócia e chefe do escritório da Systemiq no Brasil, “com a presidência do G20 e a COP30 se aproximando, o país tem uma oportunidade única de se posicionar como líder em ações climáticas, revolucionando a forma como a terra é usada no Cerrado, que deve estar no centro da transformação global dos sistemas alimentares e da produção de energia".

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