Por que não existe flor preta? Entenda

De acordo com Enio Luiz Pedrotti, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutor em fisiologia vegetal, a explicação é simples: a cor escura não atrai polinizadores e, por consequência, impede a reprodução a partir das sementes. Ou seja, as plantas necessitam da coloração para manter as espécies vivas.

“A natureza jamais seria burra e doida em produzir flores pretas, pois ninguém se interessaria. Logo, ela se extinguiria da superfície terrestre. Por isso, a flor é a mais colorida possível. Assim, atrai os polinizadores que garantem a reprodução de sementes e, por consequência, a sua perpetuação no planeta”, conta.

Como o preto não reflete luz alguma, isso dificulta a percepção dos organismos que transportam o pólen. O especialista completa que as flores coloridas chamam mais a atenção e garantem espaços cheios de cores devido à característica.

Pedrotti afirma que existem iniciativas de melhoramento genético para possibilitar a existência de flores da cor preta desde 1900.

Uma das alternativas nos estudos foi extinguir antocianinas, carotenóides e clorofilas, que são elementos químicos que dão cores às plantas, da composição para tentar alcançar o preto. Os resultados garantiram flores de cores escuras, mas ainda nenhuma no tom desejado.

“Se olharmos a história da tulipa negra, ela tinha valores altíssimos na Bolsa de Valores na época dos primeiros testes. O homem conseguiu inúmeras cores escuras, aproximando-se do preto, mas que não era preto nas buscas de melhoramento genético”, finaliza.

Tulipa negra: a flor tem seis pétalas em um tom vinho e pode alcançar 60 centímetros.

Rosa-do-deserto: originária da África do Sul, a flor faz parte da família Apocynaceae e pode passar dos 4 metros se cultivada na natureza. Em ambientes fechados, como casas e apartamentos, não passa dos 50 centímetros.

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Dália negra: apesar do nome, possui um tom escuro que é mais próximo ao vinho. A flor é originária do México e gosta da luz direta do sol.