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Por Redação do ge — Rio de Janeiro


Novak Djokovic vai operar o menisco do joelho direito nesta quarta-feira (5) e deve ficar fora de Wimbledon, que começa no dia 1º de julho. Não foi uma semana fácil para o tenista sérvio. Djokovic sofreu a lesão nas oitavas de final de Roland Garros, nesta segunda-feira (3), quando, mesmo com dores, derrotou o argentino Francisco Cerundolo por 3 sets a 2, parciais 6/1, 5/7, 3/6, 7/5 e 6/3. Nesse dia, se tornou o tenista com maior número de vitórias em torneios de Grand Slam, com 370. Depois disso, no entanto, teve que abandonar o torneio antes das quartas de final e perdeu o posto de número um do mundo para Jannik Sinner. Agora, com a cirurgia, deve enfrentar três semanas de recuperação.

Djokovic sofre lesão no joelho direito, mas segue na partida em Roland Garros — Foto: Getty Images

Uma boa reabilitação até poderia permitir uma volta ainda a tempo do torneio. Mas a expectativa é de que, aos 37 anos, o sérvio se poupe e dedique mais tempo à recuperação, de olho nas Olimpíadas de Paris, que começam no dia 25 de julho - com o torneio olímpico de tênis marcado para começar dois dias depois, em 27 de julho.

O ouro olímpico, afinal, é o único grande título que falta na coleção do tenista. Recordista de troféus de Grand Slam, com 24 no total, Djokovic tem apenas um bronze em Olimpíadas, conquistado em Pequim 2008. Já em Wimbledon ele coleciona sete títulos, tendo ainda dez do Australia Open, quatro do US Open e três de Roland Garros.

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Chances para Paris

O médico ortopedista Julian Machado, da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBTO), comparou o caso de Novak com o dos jogadores de futebol Luis Suárez e Franco Baresi, que passaram por processos cirúrgicos no joelho, durante a Copa do Mundo, com menos tempo de recuperação que Djokovic, mas que conseguiram jogar as competições.

- Temos casos icônicos de dois jogadores que voltaram em tempo recorde de lesões, e que jogaram a Copa do Mundo. É o caso do Baresi, que sofreu uma lesão durante a Copa de 1994, foi operado e jogou a final contra o Brasil, 24 dias depois. Além dele, Luis Suárez também passou por uma artroscopia a menos de 30 dias antes da Copa de 2014, mas conseguiu jogar pelo Uruguai - lembrou.

O especialista em cirurgia de joelho acredita que o atleta tem chances de se recuperar antes dos Jogos, daqui a 50 dias, mas que vai depender do tipo de procedimento ao qual o atleta será submetido. Além disso, o médico também destacou a idade do atleta como um fator importante para seu retorno.

- Tanto Baresi como Suárez eram jogadores mais jovens do que Djokovic é hoje. Outro ponto a ser considerado é o tipo de lesão que o jogador tem e qual o tipo de cirurgia a que ele vai ser submetido. Se ele for uma meniscectomia, por uma lesão parcial pequena, ele tem boa chance de voltar a jogar. No caso de uma sutura de menisco, para uma lesão mais extensa, seria impossível retornar para os Jogos, devido ao pós-operatório lento, que exige um tempo de cicatrização, sem carga e sem uma movimentação grande do joelho - explicou.

Ainda assim, o médico ressaltou que o processo de recuperação pode variar de acordo com a pessoa, e que o sérvio pode conseguir bons resultados já que é conhecido por sua resiliência.

- Acredito que, pela força mental de Djokovic, seja bastante possível que ele faça uma mini meniscectomia e que, com 50 dias, ele consiga jogar, mas isso varia muito de pessoa para pessoa. Não é impossível. Mas, com certeza, se ele jogar nas Olimpíadas, não estará em sua plena forma física - acrescentou.

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