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Por Geovanni Henrique — Rio Claro, SP


Festa desde as primeiras horas de sábado na avenida 19, ao lado do estádio Benitão, em Rio Claro (SP). Do torcedor mais velho que viu o Velo Clube disputar a elite do estadual em 1979 às crianças que sonham em jogar pelo time e manter a tradição.

Velo Clube sobe ao Paulistão de 2025

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Movimento recorde na loja oficial do clube, que vendeu cerca de 700 camisas antes do jogo, sem contar as buscas durante a semana. Ídolos do Rubro-Verde presentes nas arquibancadas e homenageados com aplausos.

Tensão com um a menos por 52 minutos – todo o segundo tempo - e explosão de emoções com o apito final. Torcedores em êxtase, jogadores atravessando o campo ajoelhados, choro de alegria e alívio por todo lado. Assim foi a volta do Galo Vermelho ao Paulistão (veja a movimentação de torcedores no vídeo acima).

Torcida do Velo Clube comemora acesso ao Paulistão 2025 — Foto: Alexandre Battibugli/Ag. Paulistão

Encontro de gerações

Na chegada do ônibus ao estádio, por volta das 13h, duas horas antes da partida, a torcida recebeu a delegação velista com sinalizadores e bandeiras, e não poupou as cordas vocais para cantar o mantra que empurrou o time rumo à elite: “Vamos subir, Velo”.

O canto seguiu sendo entoado pelos mais de 5 mil torcedores até 17h, quando o árbitro Vinícius Gonçalves Dias Araújo decretou o fim da partida com o Juventus-SP. O empate sem gols foi o mais comemorado da história do Velo Clube, graças à vitória por 1 a 0 na casa do adversário no jogo de ida da semifinal da A2 do Campeonato Paulista.

Torcida na recepção do ônibus do Velo Clube para semifinal da A2 — Foto: Geovanni Henrique/ge

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No pré-jogo, quem carregava as cores do Galo Vermelho era o pequeno Felipe, de nove anos, com boné e uniforme completo do time, junto do pai. Ele tem o sonho de jogar futebol e quer um dia homenagear os responsáveis por repassar, de geração em geração, o amor pela Associação Esportiva Velo Clube Rioclarense.

- Começou com meu avô, depois meu pai passou para mim e até hoje eu sou torcedor fanático do Velo - disse.

Felipinho e o pai Cassiano, torcedores do Velo Clube — Foto: Geovanni Henrique/ge

Os mais velhos de casa, que viram o até então único acesso à elite da história do clube, em 1978, também compareceram, como os filhos de Benito Agnelo Castellano, que dá nome ao estádio Benitão. Marisa Castellano e Cláudio Castellano viviam a expectativa de se reconectarem com o pai, torcedor fanático e um dos principais personagens da história do Velo.

- Muita honra, felicidade, orgulho e merecimento. A palavra é merecimento para todos os velistas e principalmente ao meu pai. O Velo merece chegar à primeira divisão – afirmou Marisa.

- É uma alegria muito grande. A gente sabia que o time era capaz de chegar e realmente chegou. O Velo chegou no lugar que merece, que é a elite. Agora nossos esforços se voltam para manter o Velo por muito tempo na elite – celebrou Claudio.

Os irmãos Marisa e Claudio Castellano, filhos de Benigo Agnelo Castellano, que dá nome ao estádio do Velo Clube — Foto: Geovanni Henrique/ge

Já nas arquibancadas, minutos antes da bola rolar, o reconhecimento a quem subiu o time pela primeira vez. Os ex-zagueiros Erbetta e Hércules, com 70 e 76 anos, respectivamente, foram aclamados pelo estádio inteiro com aplausos. No apito final e junto da nova geração, os heróis do passado reviveram a felicidade junto aos heróis do presente.

- A emoção é enorme. Acho que é sensação de justiça pelo que passamos para conseguir subir. Hoje, é uma gratificação, uma recompensa. A instituição Velo Clube merece uma chance de voltar a disputar o melhor campeonato regional, que é o Paulista. A diretoria é competente, vem de cinco, seis anos sabendo o que fazer. Acredito que com muito equilíbrio, vontade e dedicação a gente vai fazer um campeonato para não cair de novo, para se manter na primeira divisão - comemorou Erbetta.

Erbetta (camisa vermelha e berumda jeans), ex-zagueiro do Velo Clube — Foto: Geovanni Henrique/ge

“Marcar o nome na história”

Com o fim do jogo, os gritos da torcida se juntaram aos dos atletas e membros da comissão técnica, que cantavam abraçados com familiares dentro de campo. Era o alívio e o orgulho por terem visto e feito a história acontecer.

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Enfim, o Velo estava de volta ao Paulistão. O dia 6 de abril de 2024 dificilmente será apagado da memória de quem viveu o acesso do Galo Vermelho.

- Emoção de poder marcar o nome na história. Estive aqui no ano passado e voltei com esse objetivo [de subir]. Quero dedicar para toda a minha família, em especial a José Filho, que está lá na Inglaterra e acreditou em mim, quando ninguém acreditou. A glória é eterna, o Velo é primeira divisão – disse o goleiro Gabriel Félix, que fez uma importante defesa já nos acréscimos do jogo.

- O sentimento é de dever cumprido. Me perguntaram na minha primeira entrevista, o que esse time tem de diferente dos anteriores, eu falei que era a união, e foi isso que nos ajudou a conquistar o acesso à Série A1 – comemorou o meia Felipinho, um dos destaques da campanha do Velo na competição.

Velo Clube sobe ao Paulistão 2025 — Foto: Alexandre Battibugli/Agência Paulistão

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