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Por Guilherme Borges e Milena Antunes — Mogi das Cruzes, SP


Voltar às quadras em 2023, pouco mais de um ano depois de anunciar uma pausa nas atividades por conta de uma crise financeira, foi a grande conquista do time adulto de basquete do Mogi das Cruzes.

O retorno começou em junho do ano passado com a disputa da Copa São Paulo, apostando nos jovens das categorias de base, o que rendeu o terceiro lugar. Com uma equipe mais encorpada, com nomes com mais bagagem, como o ídolo Shamell, a equipe jogou o Paulista e chegou até às quartas de final, coroando a volta com a disputa do NBB, onde avançou aos playoffs, mas caiu nas oitavas de final.

Dimas presidente da associação que faz a gestão do time de basquete de Mogi — Foto: Guilherme Borges/ge

Em entrevista ao ge e à TV Diário, afiliada da Rede Globo no Alto Tietê, o presidente da associação responsável pela gestão do Mogi fez um balanço da temporada do time que, segundo ele, apesar dos altos e baixos, termina com saldo positivo.

– Foi um ano em que, no nosso planejamento, estávamos de manter o time fora, e conseguimos trazer o time de volta, alcançando alguns resultados muito importantes. Começamos na Copa São Paulo, onde conseguimos o terceiro lugar, disputamos o Paulista e o brasileiro (NBB) e chegamos aos playoffs. Na quadra, conseguimos ir ajustando cada vez mais. Também houve mudanças administrativas. Houve várias mudanças, estamos aprendendo como fazer da melhor forma para abraçar o Mogi. Houve mudanças administrativas, financeiras, comerciais, a diretoria se envolveu mais no trabalho, estando presente e assumindo cada uma área. Então, o balanço é muito positivo para nós – disse.

Diante do esforço e da campanha, Dimas garantiu a sequência do projeto em quadra na próxima temporada.

Shamell foi um dos principais nomes na temporada de retorno do Mogi — Foto: Suelenn Ladessa/Mogi Basquete

– O Mogi estará em quadra, não participaremos da Copa São Paulo neste momento. Começaremos no campeonato super forte que é a LDB, e em seguida teremos o Campeonato Paulista e o Campeonato Brasileiro (NBB). Estamos em conversa com todos os atletas e comissão técnica. A ideia é manter todo o time da comissão técnica atuando conosco, e ela fará os apontamentos sobre os atletas que permanecerão e se haverá novas contratações. O orçamento já foi repassado à comissão técnica, que está analisando o que é possível fazer. Em breve, anunciaremos como será a nova temporada.

Uma das prioridades é a permanência do técnico Fernando Penna, que, segundo o dirigente, tem conversas avançadas para a renovação do contrato.

– Está bem quente. Devemos finalizar com ele nos próximos dias. Estamos muito empolgados, queremos contar com ele, e ele já demonstrou interesse em estar conosco também, então vamos trabalhar para tê-lo conosco por um bom tempo – revelou o presidentes do Mogi.

Fernando Penna deve seguir à frente do Mogi na temporada 24/25 — Foto: Marcos Limonti/Sesi Franca

Equilíbrio financeiro e captação de recursos

A continuidade do projeto está atrelada à saúde financeira do clube, que há pouco mais de dois anos chegou a ter uma dívida estimada acima de 1 milhão de reais, mas que, atualmente, de acordo com Dimas, está equilibrada.

– Nosso maior desafio ainda é o financeiro. Conseguimos renegociar, conseguimos fazer acordos com todos, então a dívida que tínhamos diminuiu consideravelmente. Ainda não conseguimos quitá-las completamente, mas não fizemos novas dívidas. O que temos, estamos pagando. A maior parte de nosso faturamento, proveniente de patrocínios, está sendo usada para pagamento de dívidas do passado. O que conseguimos destinar para outras áreas foi usado para montar a estrutura para jogar, então as contas estão equilibradas e ainda é o nosso ponto fraco quitar as dívidas do passado para conseguir evoluir mais rapidamente.

A diretoria trabalha em duas frentes para tentar aumentar as receitas do Mogi. A primeira é a busca por patrocinadores junto à iniciativa privada.

Dimas Martins Franco Junior falou da saúde financeira do Mogi — Foto: Guilherme Borges/ge

– Na verdade, estamos em busca de um patrocinador master e de outros tipos de patrocínio, mas essa foi a forma mais rápida que encontramos para o momento. Precisamos trazer de volta o time que estava fora das quadras, então para conseguir vender esse produto, mostrar a força do Mogi, mesmo que a cidade seja apaixonada, é muito difícil. Conversar com os empresários neste momento de mudança de governo, de transição de governo, deixou todos muito inseguros.

A segunda alternativa é a captação através de leis de incentivo ao esporte por meio de impostos repassados pelas empresas ao poder público. De acordo com Dimas, o clube já possui recursos de alguns projetos em conta, mas que ainda encontram-se bloqueados por questões burocráticas.

– Por isso, acabamos investindo em outros projetos. Criamos cotas menores para pulverizar a arrecadação e investir em projetos. Acreditamos que as empresas estão sem caixa para investir em marketing direto, mas em projetos nos quais elas têm que fazer pagamentos, como impostos e taxas, conseguimos absorver um pouco. Aprovamos o projeto federal no ano passado, mas ainda não conseguimos acessar o recurso devido ao processo burocrático. Toda a documentação está disponível e dentro do prazo estipulado pelo governo federal.

Mogi chegou até às oitavas do NBB na temporada 23/24 — Foto: Suelenn Ladessa/Mogi Basquete

A chegada de novos investimentos também pode fortalecer em quadra o planejamento do time mogiano para a temporada 2024/25.

– Por termos trazido o time de volta à quadra, ficamos com o caixa muito apertado. Quando os projetos forem liberados, poderemos trazer novos jogadores e fazer realocações. Mas por enquanto, sem o projeto disponível e sem novos patrocinadores, que estamos buscando constantemente, pode ser que amanhã alguém assine e mude o projeto, mas a priori é manter a estrutura atual.

Outro ponto que recebeu atenção na última temporada e depende de recursos é o ginásio municipal Professor Hugo Ramos, que chegou a ser vetado na reta final da fase regular do NBB por conta de problemas na infraestrutura.

Ginásio Hugo Ramos chegou a ser vetado na reta final do NBB — Foto: Antonio Penedo/Mogi-Helbor

– A prefeitura nos ajudou nesta etapa final, quando precisávamos de apoio para fazer ajustes no telhado. Como mencionei, nossas contas estão equilibradas, então não conseguíamos direcionar os recursos disponíveis para isso. Por ser um ginásio público, também assumimos a responsabilidade pela manutenção, pintura e cuidado do patrimônio para evitar sua degradação. No momento, não há planos de realizar novas melhorias. Temos um projeto para melhorar a quadra e a iluminação, mas precisamos dos recursos para concretizar esses ajustes necessários.

A espera das definições dos bastidores, o time adulto do Mogi deve seguir em férias até o início do segundo semestre. Até lá, as categorias de base seguem ativas, com destaque para o sub-22, que vai disputar a Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB), que tem início no próximo mês.

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