A Corte Arbitral do Esporte (CAS) concedeu nesta terça-feira uma liminar que revogou a desfiliação da CBSk (Confederação Brasileira de Skate) junto à World Skate (federação mundial do esporte). Com a decisão cautelar, a CBSk volta a gerir o skate do Brasil rumo às Olimpíadas até o julgamento final do processo na CAS.
- CAS considerou que a desfiliação, agora, seria muito prejudicial dentro de todo o trabalho que envolve a preparação olímpica. Assim, a CBSk retoma o gerenciamento da modalidade e permanece filiada até a decisão final do processo - informou em nota a CBSk.
Skate Street — Foto: Bruna Cabral/Ascom Seel
Desde janeiro a CBSK estava desfiliada pela World Skate. A Confederação Brasileira de Hóquei e Patins passou a ser a única representante do país junto à federação internacional responsável por todos os esportes com rodas, como a patinação e o skate.
Na última sexta-feira, a CBSK retomou os repasses financeiros do Comitê Olímpico do Brasil (COB) provenientes da Lei Agnelo/Piva. A decisão foi tomada em um parecer do Conselho Nacional do Esporte, em uma reunião com representantes do Ministério do Esporte e do COB.
- O COB deixa a gestão da modalidade de imediato, e a CBSk volta a conduzir a preparação dos atletas da modalidade para os Jogos Olímpicos Paris 2024. A Confederação não havia sido desfiliada pelo COB e, desta forma, não haverá alteração desse status. O COB manterá todo apoio necessário à CBSK e às necessidades para a preparação dos skatistas brasileiros rumo aos Jogos de Paris - afirmou em nota o COB.
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Rayssa Leal explica a situação do CBSK
Entenda o caso
Em 10 de janeiro, a World Skate anunciou que não reconhecia mais a CBSk como uma de suas integrantes. De acordo com a federação internacional, apenas uma instituição por país pode ser filiada ao órgão, o que obrigaria uma junção da CBSK com a Confederação Brasileira de Hóquei e Patins. Como não houve junção nem acerto entre as entidades nacionais, a de skate foi desfiliada e a CBHP passaria a gerir o skate no Brasil até a criação de uma nova confederação nacional até meados de abril. O COB obedeceu a decisão da World Skate, interveio na gestão do esporte no país e assumiu o planejamento da corrida olímpica dos 24 atletas da seleção brasileira.
De acordo com a World Skate, a CBHP mandou uma proposta individual de unificação no dia 15 de novembro, que foi acatada. Na proposta, seria criado uma "Federação guarda-chuva" chamada Skate Brasil, com diferentes comissões técnicas autônomas em financiamento e gestão, uma para cada um dos 13 esportes que estão sob gestão da World Skate. Além disso, a nova federação seguiria os requerimentos impostos pelo COB. Essa federação conjunta deve ser estabelecida até abril de 2024.
Originalmente, a World Skate é uma organização de esportes sobre rodas no geral, como a patinação. Até o último dia 31 de dezembro, tanto a CBHP quanto a CBSK integravam igualmente o grupo de membros da World Skate. No entanto, a World Skate se baseia no próprio estatuto que permite apenas uma representação por país entre os membros. Uma exceção, que contemplava diversos países, havia sido estabelecida para o primeiro ciclo olímpico do skate.
A questão entre a Confederação Brasileira de Skate e a World Skate é antiga. Desde 2021, o presidente da CBSk, Eduardo Musa, pede para que o esporte fique sob a responsabilidade da Confederação. Eduardo, inclusive, já foi suspenso da World Skate por conta disso, mas o caso foi revertido pela Corte Arbitral do Esporte. Neste ano, o presidente chegou a perder o acesso ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) enquanto estava suspenso.
A World Skate também acusa a CBSK de não cumprir a Carta da World Skate, recusar diálogo com a CBHP e promover uma "campanha midiática difamatória" contra a federação internacional. Além de violar pontos do estatuto da instituição.
Já a Confederação Brasileira de Skate emitiu uma nota lamentando a decisão da instituição internacional. No pronunciamento, a CBSK define o ato como "arbitrário e carregado de teor político".
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