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Por Gabriel Girardon — Porto Alegre


O cenário vivido recentemente no Rio Grande do Sul afetou a realidade de Grêmio e Inter. Quase que da noite para o dia, os gigantes gaúchos se viram sem ter onde treinar e muito menos mandar seus jogos. Centros de treinamentos e estádios tomados pela água das enchentes. Para seguir o calendário, os clubes precisaram deixar o estado, situação que se repetirá no clássico deste sábado, a ser disputado no Paraná.

Veja a lista de todos os Gre-Nais disputados fora de Porto Alegre

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Nesse ponto, a dupla esteve em pé de (des)igualdade. O prejuízo valeu para ambos. Foram mais de duas semanas de atividades interrompidas, até os dois times migrarem para outros estados para voltar a trabalhar. Treinos e jogos em outras sedes e um roteiro itinerante.

O Grêmio passou um período em São Paulo, no CT do Corinthians, e em Curitiba, nas instalações do Coritiba. O Couto Pereira, inclusive, virou a casa provisória da equipe. Foram três jogos como mandante no estádio, e o próximo é exatamente o Gre-Nal. Houve também uma partida em Cariacica. Na prática, o Tricolor não trabalha no RS há 50 dias.

O Inter, por sua vez, treinou e jogou no Rio Grande do Sul, mas foi ainda mais nômade. A retomada das atividades foi no complexo da PUCRS, em Porto Alegre, antes de ir para Itu, no interior paulista. Mais tarde, o CT de Alvorada também foi usado. Os jogos como mandante ocorreram em Barueri, Caxias do Sul, Criciúma e Florianópolis, nesta ordem.

Mauricio Saraiva fala sobre o clássico Gre-Nal

Mauricio Saraiva fala sobre o clássico Gre-Nal

As dificuldades de logística e desgaste com viagens e jogos em sequência já eram esperados. Tanto que, antes da retomada do futebol após a paralisação do Campeonato Brasileiro, chegou a cogitar-se não ter rebaixamento em 2024, devido ao possível desequilíbrio das demais equipes em relação aos gaúchos. Ideia que não avançou.

Agora, o clássico coloca um time contra outro em situação igual. Isto é, dois times que passaram pelas mesmas adversidades recentemente. Até então, Grêmio e Inter haviam enfrentado equipes alheias à catástrofe no estado gaúcho. O Juventude foi outro time da Série A afetado, embora tenha conseguido permanecer em Caxias do Sul para treinar e jogar.

Equiparados no histórico, os rivais se diferem na situação na tabela do Brasileirão. Mesmo sem uma campanha brilhante, o Inter é 9º colocado, com 14 pontos e dois jogos a menos que a maioria dos concorrentes na parte de cima. O momento ameniza um pouco a imagem ruim da Sul-Americana, na qual o time teve de se contentar com vaga no playoff.

Já o Grêmio é 18º, no Z-4, também com rodadas a menos. A equipe vive a maior sequência negativa em 20 anos no Brasileiro. São cinco derrotas seguidas, uma a menos que em 2004 e uma a mais do que 2021, temporadas em que caiu para a Série B. Em compensação, no meio disso, classificou às oitavas da Libertadores após ser lanterna do grupo.

Enquanto o RS tenta se reerguer após a maior tragédia de sua história, os dois gigantes do futebol gaúcho seguiram seus rumos dentro das possibilidades. Um mês e meio depois do início do caos, os eternos rivais se encontram pela primeira vez em outro estado brasileiro. Parecidos nas dificuldades, mas diferentes no desempenho recente.

O capítulo 442 do Gre-Nal será escrito a partir das 17h30 de sábado, no Couto Pereira, em Curitiba, válido pela 11ª rodada do Brasileirão. O clássico terá transmissão ao vivo da RBS TV para o Rio Grande do Sul, com narração de Luciano Périco e comentários de Mauricio Saraiva e Diogo Olivier.

Grêmio e Inter enfrentam situação igual após enchentes, mas em momentos diferentes — Foto: ge

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