Após assumir o Monte Roraima em meio à disputa do Campeonato Roraimense, Aderbal Lana encerra a segunda passagem pelo estado sem títulos. Em breve avaliação após a eliminação diante do GAS nesta terça-feira (28), o treinador mais velho em atividade no país revelou ao ge desafios enfrentados no vestiário da equipe estreante no Estadual.

- No meu grande tempo que de futebol, foi a equipe mais difícil que trabalhei. Uma equipe onde todos os jogadores foram contratados pelo ex-treinador. Quando ele saiu, feriu muitos jogadores, eu perdi muito tempo mostrando que não vim para passar por cima de ninguém. Vim pois fui convidado e procurei fazer um trabalho que desenvolvesse o futebol do Monte Roraima - disparou Lana.

Lana assumiu o Monte após a saída repentina do treinador baiano Rodrigo Chagas. Além do trabalho à beira do campo, o primeiro treinador da história do Tamanduá foi também responsável pela montagem do elenco de mais de 30 jogadores. O grupo de atletas foi mantido como estava, mesmo com a troca no comando técnico.

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A caminhada do Monte foi encerrada em uma disputa de pênaltis decidida pelo goleiro Katê, do GAS, que defendeu o pênalti cobrado por Hugo de Oliveira. Robemar encerrou as cobranças e garantiu o Leão na próxima fase.

Mesmo lamentando ter assumido a equipe em meio à disputa do Estadual, Lana não se isentou da culpa pela queda do Monte Roraima antes da final do turno, ao dizer que não "contratou ou dispensou" atletas. O treinador afirmou ter tido dificuldades de aceitação por parte dos atletas com relação à filosofia de trabalho.

- Não é fácil pegar uma equipe da forma que eu peguei (em meio à disputa do Estadual). Mesmo com 50 anos no futebol, não conheço muitos que estavam aqui. Tentei implantar a minha filosofia e tive muitos problemas. Mas, agora no final estava tudo bem. Não estou reclamando ou justificando nada. Fico chateado de não poder levar a equipe à disputa do título. Acho que eu fiz e tentei fazer aquilo que foi possível para o Monte Roraima - disse.

Apesar das dificuldades, o treinador de 77 anos se disse satisfeito com o que viu e viveu na segunda passagem dele pelo futebol roraimense, desde à estrutura do Monte Roraima à própria evolução dos clubes que disputam a competição, que segundo ele, cresceu bastante.

Futuro no Monte

- Eu não tenho futuro aqui, entende? Treinador que perde não tem futuro. Eu vim pensando em ganhar o campeonato em fazer o melhor possível, mas o futuro a Deus pertence.

Olhar diferente sobre o Campeonato Roraimense

- Alguém vem e subestima um campeonato desse aqui, porque 'o São Raimundo todo ano ganha', mas é um campeonato muito difícil. O GAS sempre foi uma equipe que esteve lá na frente, sempre esteve preocupando as outras equipes. O respeito tem que existir.

Nível dos clubes e perspectiva para o Monte Roraima

- Vimos algumas equipes como Rio Negro, o Náutico, que foi uma equipe que fiquei fã pela posse de bola que tem. O próprio São Raimundo, que é uma equipe altamente intensa, que tem muito tempo juntos com o mesmo treinador e a maioria dos seus jogadores. Então eu acho que o Monte agora tem que parar, pensar os erros corrigi-los, porque eu acho que é uma equipe que vai crescer muito aqui no Norte.

Sobre o jogo

- Treinamos a disputa de pênalti e todos eles bateram muito bem. A gente escolheu aqueles que tinham mais condição. O campo sugou muito as duas equipes, mas foi um jogo bom de se assistir. Eu fico chateado de não poder levar a equipe à disputa do título, mas fizemos aquilo que é possível. Não é fácil pegar (o elenco) da forma que eu peguei.

• 4 jogos
• 2 vitórias
• 1 empate
• 2 derrotas
• 7 gols marcados
• 4 gols sofridos

*Estagiário sob supervisão de Ivonisio Lacerda Júnior