A resolução que divulgou o afastamento do Angra dos Reis cita anormalidades no desenvolvimento e resultado da partida disputada na última segunda-feira, contra o Mageense, pela quinta rodada da Taça Maracanã, a fase classificatória.

Segundo a Ferj, um relatório de monitoramento e movimentação das apostas vinculadas à partida, feito por uma empresa de integridade com atuação global, apontou "a existência de provas claras e incontestáveis, obtidas dos mercados de apostas, de que o curso ou resultado da partida foi alterado ou falseado ilegalmente com o objetivo de obter ganhos patrimoniais ilícitos".

— As provas reunidas fornecem indicação de que os apostadores mantinham conhecimento prévio de que a equipe do Angra dos Reis Esporte Clube perderia o primeiro tempo por ao menos três gols, e perderia a partida disputada contra o Mageense Futebol Clube por ao menos seis gols, destacando a potencial cumplicidade do Angra dos Reis Esporte Clube na manipulação em razão da atuação de atletas vinculados ao clube, apontando-os como pessoas de interesse nas investigações - informou a Ferj.

De fato, o Angra dos Reis foi goleado pelo Mageense por 6 a 0. A decisão pelo afastamento é baseado no estatuto da Ferj, entidade responsável por manter a ordem desportiva e velar pela disciplina da prática de futebol, impedindo que métodos ou práticas ponham em dúvida a integridade das partidas.

— Os resultados das próximas partidas a serem disputadas pela Angra dos Reis certamente poderão macular o resultado desportivo do Campeonato Estadual da Série B2 de Profissionais de 2023, com interferência na classificação dos clubes postulantes ao acesso à Série B1 de Profissionais - acrescentou a Ferj.

O relatório com os elementos que motivaram a decisão será encaminhado ao Poder Judiciário Estatal, ao Ministério Público, à Autoridade Policial e ao Judiciário Esportivo para análise da viabilidade de adoção de ações cabíveis com vistas a punição dos culpados.

O registro de todos os atletas do Angra dos Reis que participaram da partida foram suspensos, o que os deixa sem condição de jogo em competições organizadas pela Ferj até o final da temporada de 2023.

— Cabe às pessoas naturais e/ou jurídicas atingidas por esta decisão a faculdade de apresentar recurso próprio na forma prevista no estatuto da FERJ - concluiu a federação.

O ge tentou contato com a direção do Angra dos Reis, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Assim que se pronunciar oficialmente, o texto será incluído nesta reportagem.

O Angra dos Reis é o segundo clube punido nesta edição da Série B2. Há uma semana, o Búzios foi afastado pelo mesmo motivo.