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Por Daniel Piva e Rodrigo Saviani — Curitiba


A SAF do Paraná Clube está, novamente, na espera por propostas. O Grupo Carpa (intermediado pela Pluri Consultoria Economista, responsável pela assessoria de clubes brasileiros no processo de transformação para SAF) retirou a oferta de investimento de R$ 430 milhões por 90% da SAF, feita em novembro do ano passado e depois aprovada pelo Conselho Deliberativo do Paraná Clube.

Conselho do Paraná Clube aprova venda da SAF

Conselho do Paraná Clube aprova venda da SAF

A retirada da oferta foi formalizada no processo judicial na sexta-feira. A Carpa avalia se fará uma nova proposta ou se vai desistir em definitivo de adquirir a SAF do Paraná Clube, mas pessoas ligadas ao grupo mostram um tom mais pessimista sobre o asusnto. O Paraná Clube segue na expectativa por um desfecho positivo.

Um dos principais problemas é em relação à situação de dívidas tributárias do clube com o Governo Federal, que chegam a R$ 48 milhões e não entram na Recuperação Judicial. O Paraná Clube não participou de uma audiência para renegociação de dívidas, prevista para a semana passada, e pediu uma nova data junto à União.

Em novembro de 2023, o grupo de investidores se mostrou disposto a pagar parte da dívida do Paraná Clube, que com a Recuperação Judicial caiu de R$ 126 milhões para aproximadamente R$ 68 milhões.

Kennedy é ponto-chave na venda da SAF

A sede da Kennedy entrou como garantia neste processo. Os investidores contavam com o leilão do imóvel, mas isso esbarrou em uma cláusula de finalidade, que restringe o uso do local apenas para atividades esportivas.

Sem o leião, a Carpa indicou também que não daria continuidade à SAF, uma vez que teria que assumir toda a dívida, comprometendo o investimento no futebol.

No processo da recuperação judicial, o Governo Federal se manifestou sobre a sede da Kennedy, pontuou que "foi avaliado em pouco mais de 68 milhões nos autos" e que é necessário "considerar a possibilidade de que a alienação ocorra por valor inferior em leilão judicial".

A cláusula de finalidade sobre a sede da Kennedy vem de uma lei municipal nº 1550/1958, aprovada no governo do prefeito Ney Braga. A lei diz que o patrimônio precisa ter fins de lazer e recreação esportiva. O Paraná Clube tenta apoio do poder público para tentar revogar essa lei.

O Paraná Clube , o advisor da Sportsview e o grupo de investidores defendem que a sede da Kennedy não tem valor significativo de mercado ao limitar o uso do espaço. O imóvel de 28 mil metros quadrados foi doado pela prefeitura para o Esporte Clube Água Verde, que depois virou Pinheiros, e deu origem ao Tricolor.

Sede social do Paraná Clube, localizada na Avenida Presidente Kennedy — Foto: Divulgação/Paraná

A situação do Paraná Clube

Em campo, o Paraná Clube não joga desde junho, quando acabou eliminado na primeira fase da Segunda Divisão do Campeonato Paranaense.

Em cinco anos, o Tricolor saiu da elite do futebol brasileiro para ficar sem calendário nacional e na Segunda Divisão do Campeonato Paranaense. Foram quatro rebaixamentos no período, sendo três no Brasileirão e um no estadual.

O Tricolor não conseguiu retornar à elite do Paranaense em 2023. Além disso, ficou sem calendário nacional pela primeira vez na história, fora até mesmo da Série D do Brasileiro. A única competição do time paranista é novamente a Divisão de Acesso, que começa no dia 4 de maio.

O ex-jogador Tcheco será o técnico do Tricolor, que também já anunciou o executivo de futebol Carlos Bonatelli. O clube já acertou com mais de 10 reforços para a Divisão de Acesso.

Vila Capanema, casa do Paraná Clube — Foto: Allexandre Fellipe/Paraná

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