Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, a cerimônia de abertura não será realizada em um estádio. Neste ano, em Paris, a apresentação acontecerá ao longo dos sete quilômetros do rio Sena, o mais famoso da cidade. Com isso, foi preciso encontrar um lugar espaçoso fora das estruturas convencionais para realizar os ensaios coreográficos que reúnem cerca de 3 mil bailarinos. Nesta quarta-feira (19), alguns veículos da imprensa local foram convidados para acompanhar um desses ensaios, que têm ocorrido em um galpão desativado.
Bailarinos durante o ensaio desta quinta-feira (19) — Foto: Getty Images
O espaço antigo, similar a um galpão industrial do século passado e repleto de pichações, contrastava com as luzes de neon e bolas de discoteca que refletiam o colorido da iluminação. A música lírica com um sopro épico ressoava com facilidade no ambiente desocupado. Um grande espelho foi colocado em uma das paredes, no qual os dançarinos podem olhar enquanto repetem os passos da coreografia.
Cerca de 50 bailarinos estavam presentes para uma cena que exige em torno de 400 pessoas. Os encontros são realizados em grupos, já que não caberiam todos ao mesmo tempo no galpão. Maud Le Pladec é a coreógrafa francesa responsável pelo balé que se apresentará na cerimônia de abertura. Entusiasmada, ela disse que, devido às limitações de espaço e à quantidade numerosa de bailarinos, é necessária uma organização especial, mas reiterou confiar no que eles são capazes de fazer.
— Não haverá uma ponte (em Paris) onde não haja bailarinos — afirmou.
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Segundo a coreógrafa, a cerimônia de abertura vai mostrar "a dança em toda a sua diversidade", com o objetivo de relacionar o "break dance", a dança contemporânea e a dança clássica. Le Pladec se comunicava com os dançarinos em inglês, demonstrando os passos que deveriam ser realizados por eles. Durante a passagem dos movimentos, ela motivava os dançarinos, até soltar aliviada um "conseguimos!" ao fim dos testes.
— Excelente, dá vontade de continuar! — exclamou o presidente do comitê organizador, Tony Estanguet, que entrou discretamente no galpão durante o ensaio.
Orientados a manter o mistério sobre os demais detalhes da apresentação, os bailarinos evitaram comentar a respeito das demais partes da dança, do figurino e sobre o ensaio geral. Apesar disso, Louise Demay, de 25 anos, declarou que está vivendo um sonho de infância; por outro lado, Guilbeaud Manuarii, de 19 anos, confessou que está mais preocupada com a grana, embora o salário, segundo ela, não seja tão animador.
Rio Sena será um dos palcos da cerimônia de abertura de Paris 2024 — Foto: Reprodução / Twitter
— Nem os bailarinos sabem de todos os segredos — afirmou Le Pladec.
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Segundo a coreógrafa, diversos testes de viabilidade foram realizados e foi necessário readaptar algumas ideias iniciais, porém, não foram mudanças que interferiram na essência do projeto inicial.
— Desde meados de março, estamos juntando a coreografia, o figurino e a música. Conseguimos! — exclamou a coreógrafa.
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