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Por Guilherme Costa — São Paulo


Rebeca Andrade é a melhor atleta, entre homens e mulheres e entre todas as modalidades, do esporte brasileiro atual. E, provavelmente, depois das Olimpíadas de Paris, será o maior nome de todos os tempos do país. Os resultados dela nas últimas competições mostram que ela chegará na França, daqui a pouco menos de 100 dias, como favorita a quatro pódios, além de estar brigando como candidata em outras duas medalhas. Portanto, com chances de ir ao pódio seis vezes em uma mesma edição das Olimpíadas.

Rebeca Andrade — Foto: Divulgação

Antes de destrinchar as chances de medalha, vale lembrar o tamanho de Rebeca no esporte. Ela já tem duas medalhas olímpicas na carreira (ouro no salto e prata no individual geral de Tóquio). Se conquistar mais quatro medalhas em Paris, já se tornaria a maior atleta da história do país em Olimpíadas entre todos os esportes. Atualmente, Robert Scheidt e Torben Grael, ambos aposentados da vela, têm cinco pódios.

No fim de semana, Rebeca Andrade disputou o Jesolo, tradicional torneio de ginástica artística feminina, na Itália. O grande destaque da campanha foi o ouro nas barras assimétricas, único aparelho em que não foi ao pódio no Campeonato Mundial do ano passado, quando voltou com cinco medalhas. Ela, no domingo, foi campeã das barras com a nota de 14,700, resultado que a coloca na briga direta por uma medalha nas Olimpíadas.

Rebeca Andrade é bicampeã mundial do salto e supera Simone Biles

Rebeca Andrade é bicampeã mundial do salto e supera Simone Biles

Nestes primeiros meses do ano, o foco nas competições tem sido exatamente nas barras assimétricas. Na Copa do Mundo da Turquia, há três semanas, foi o único aparelho que disputou, e saiu com a prata.

Ainda na Itália, Rebeca se poupou no salto. Prova em que é atual campeã mundial e olímpica, fez apenas uma rodada de saltos, o que a impediu de disputar a final. Mas na única aparição dela, mostrou que é favorita ao pódio nas Olimpíadas: foi quase perfeita, com a nota de 14,633, pontuação maior do que a feita para ser campeã mundial ano passado.

Na trave, Rebeca teve pequenos desequilíbrios no torneio da Itália e, mesmo assim, conseguiu a importante nota de 13,900, ficando com a prata, atrás de Flávia Saraiva. Ano passado, foi bronze no Campeonato Mundial com 14,300. É o aparelho mais imprevisível de todos, pois é o que acontecem mais quedas. Historicamente, as favoritas não conseguem confirmar o status nas principais competições.

Rebeca Andrade crava série na final da trave do Mundial de ginástica

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No solo, prova em que Rebeca foi vice-campeã mundial ano passado, a brasileira sequer disputou as eliminatórias na Itália. Em um mix de se poupar com esconder possíveis mudanças na série, a brasileira mantém segredo do que irá mostrar em Paris. No Mundial, foi quase perfeita na final, fez 14,500 e foi prata. O ouro foi para Simone Biles que cometeu mais erros, mas tinha uma série de grau de dificuldade maior.

Rebeca Andrade crava 14.500 no solo e assume a segunda colocação no Mundial de Ginástica Artística

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Se a Olimpíada fosse hoje, qualquer pessoa do mundo que acompanhe de perto a ginasta, coloca Rebeca Andrade favorita ao pódio nas Olimpíadas no salto, solo e individual geral, que é a prova que soma as notas dos quatro aparelhos. E é indiscutível que a seleção brasileira é favorita ao pódio por equipes (foi prata no Mundial do ano passado). Ou seja, a brasileira é favorita para quatro medalhas nas Olimpíadas.

Brasil conquista prata no mundial de ginástica artística por equipes femininas

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O resultado no Jesolo mostrou que uma medalha nas barras assimétricas não está distante. Com alguns ajustes e talvez uma melhora de um ou dois décimos na nota de partida, ela entra diretamente no páreo pelo pódio. Atualmente, a argelina Kaylia Nemour é a melhor nesse aparelho. Mas tem muita gente na briga. É candidata, mas não favorita ao pódio.

Por fim, a trave, como já escrito acima, é o aparelho mais imprevisível. É nesta prova que ocorrem o maior número de erros e quedas. Ás vezes, uma série bem executada sem grandes desequilíbrios pode gerar uma medalha devido aos erros das rivais. Rebeca foi bronze no Mundial do ano passado e está com uma série para brigar pela medalha. Assim como nas barras assimétricas, não é favorita, mas é candidata ao pódio.

Guilherme Costa Brasil em Tóquio blog — Foto: Reprodução

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