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Por Guilherme Costa — São Paulo


A cinco meses das Olimpíadas, o esporte brasileiro não vive o melhor momento do ciclo. Na esteira do recorde de medalhas dos Jogos de Tóquio 2021, o país teve uma temporada de 2022 espetacular, mas, desde 2023, os resultados não tem sido tão positivos. Em uma mistura de atletas lesionados com estrelas em momentos diferentes na saúde mental, há uma grande incógnita sobre a possibilidade do recorde de ouros.

Guilherme Costa analisa o momento do esporte olímpico a cinco meses de Paris

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Nas Olimpíadas de Tóquio, o Brasil conquistou sete ouros, seis pratas e oito bronzes, com a melhor campanha da história, totalizando 21 pódios e fechando em 12º lugar no quadro de medalhas. A projeção do blog é que, em Paris 2024, o Brasil supere as 21 medalhas, mas o recorde de ouros (sete) é bem complicado de ser alcançado.

Filipe Toledo — Foto: Brent Bielmann/World Surf League

A possibilidade do recorde de medalhas de ouro do Brasil, que é sete, girará em torno de como as estrelas brasileiras que passaram por dificuldades nos últimos meses vão se comportar nas Olimpíadas. Ana Marcela (águas abertas) e Alison dos Santos (400m com barreiras) tiveram lesões graves em 2023, Gabriel Medina ainda precisa buscar a vaga olímpica no surfe. Também nas ondas, Filipe Toledo abriu mão de disputar o Circuito Mundial, mas estará nas Olimpíadas. Isaquias Queiroz, da canoagem, teve um 2023 totalmente atípico, sem treinar da maneira adequada. Na vela, Martine Grael e Kahena Kunze, bicampeãs olímpicas, ficaram longe do pódio nos Mundiais de 2022 e 2023.

"Paris-2024 é o que eu mais almejo", diz Isaquias Queiroz após sexto lugar em final do C1 1000m

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Os seis exemplos acima são atletas que, se nos próximos meses mostrarem o nível que alcançaram em 2021 e 2022, chegarão como favoritos ao ouro. Mas, nos últimos meses, o demonstrado por eles não os coloca como grandes possibilidades de título. É aguardar para ver o que acontecerá.

Bruno Fratus, medalhista olímpico da natação, não compete internacionalmente há 20 meses, ficou parado por questões físicas e de saúde mental, e busca ainda uma vaga olímpica. Na última semana, fez uma cirurgia no joelho. João Chianca, o Chumbinho, quarto colocado no Mundial do ano passado no surfe, segue na recuperação de um grave acidente no Havaí. Abner Teixeira, medalhista olímpico do boxe, e Luigi Cini, medalhista no Mundial de skate, estão em situação parecida: lesões no joelho que precisariam de um operação, mas a opção foi não entrar para cirurgia.

O ciclo olímpico do Brasil começou muito bom, com uma temporada de 2022 espetacular nos números dos Campeonatos Mundiais. Foram 23 medalhas, sete delas de ouro, e a 11ª posição no "quadro de medalhas" daquela temporada. Já o ano de 2023 não foi tão positivo assim. Sofrendo com diversas lesões das principais estrelas, o país conquistou 17 medalhas, três delas de ouro em Mundiais.

O lado bom do ciclo como um todo, e aqui incluo também os resultados de 2023 e do início de 2024, é o aumento do número de modalidades que chegarão com chances de medalha em Paris. Ginástica rítmica, saltos ornamentais, esgrima, tênis de mesa, tiro com arco, canoagem slalom e wrestling, que jamais foram ao pódio, estarão em Paris na briga direta pela medalha.

Ana Satila nos Jogos Pan-Americanos — Foto: Fábio Canhete - Canoagem Brasileira

Esse aumento do leque de esportes com chances de medalhas, somado com a grande fase de Rebeca Andrade, forte candidata a pelo menos quatro medalhas nas Olimpíadas, e com o maior momento da história do esporte feminino do país, leva a crer que o recorde de pódios. Ao que tudo indica, serão mais de 21 medalhas. A questão está no número de ouros, que deve cair, devido aos problemas das principais estrelas.

Guilherme Costa Brasil em Tóquio blog — Foto: Reprodução

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