Lucas Pinheiro Braathen é uma das revelações dos esportes de inverno nos Jogos de Pequim. O sobrenome já dá a dica, o representante da Noruega no esqui alpino tem sangue brasileiro. Lucas está afiado no português e não esquece das origens e ensinamentos da mãe Alessandra, natural de São Paulo. A estreia nas Olimpíadas foi na noite deste sábado no slalom gigante, mas não saiu como esperado. Ele terminou a primeira descida na 12ª colocação (1min04s20), no entanto não conseguiu completar a segunda e ficou sem classificação.
Lucas Braathen esqui alpino Noruega Brasil Pequim 2022 — Foto: REUTERS/Denis Balibouse
- Eu procuro sempre tentar o novo e isso eu tenho do meu lado brasileiro. O brasileiro arrisca mais, procura inovar, ele tenta, improvisa. Não existe medo - disse Lucas ao Olympics.com.
Em entrevista ao site do Comitê Olímpico Internacional (COI), o norueguês-brasileiro contou que a sua primeira paixão foi o futebol. O sonho era seguir os dribles de Ronaldinho Gaúcho, mas a neve acabou tirando a bola de cena. O pai, Bjorn, que havia sido esquiador amador, foi o primeiro professor.
![Confira o dia dos brasileiros nas Olimpíadas de Inverno Confira o dia dos brasileiros nas Olimpíadas de Inverno](https://cdn.statically.io/img/s01.video.glbimg.com/x240/10297536.jpg)
Confira o dia dos brasileiros nas Olimpíadas de Inverno
Lucas começou cedo nos esportes de inverno, com apenas 9 anos de idade já participava de competições de esqui. No início deste ano, ele mesmo se surpreendeu ao conquistar a primeira vitória no slalom na Copa do Mundo de Esqui Alpino.
- Eu estava voltando para o alojamento depois da primeira descida, mas cometi um grave erro. Estava arrumando as minhas coisas para voltar ao alojamento, quando o técnico disse: "espera, você vai ter a segunda descida" - relembrou.
Com apenas 21 anos, disputando a segunda perna da etapa de Wengen, na Suíça, Lucas largou na 29º posição na primeira descida. Depois do alerta do técnico, se recuperou na segunda e conquistou o título do maior circuito mundial.
A rotina de treinos e competições impossibilita visitas regulares ao Brasil. Mas a ligação familiar é mais forte que a distância. Quem sabe, na volta da China, não rola uma escala na casa dos avós maternos para comemorar com um guaraná e pão de queijo. Ícones da culinária brasileira com os quais Lucas se acostumou desde pequeno.
- Guaraná e pão de queijo mesmo dentro do táxi - lembrou sobre as chegadas no aeroporto da capital paulista.
Para mostrar suas origens, o esquiador leva na gola do uniforme listras com as cores da bandeira do Brasil: "Sou norueguês e brasileiro. Amo e sinto o Brasil, me acompanhem em Pequim."
A medalha de ouro na prova do slalom gigante masculino ficou com o suíço Marco Odermatt. A prata foi para o esloveno Zan Kranjec, e o bronze para o francês Mathieu Faivre. O brasileiro Michel Macedo não competiu porque testou positivo para Covid-19.
Assista ao treino físico de Lucas
Veja também