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Por Thierry Gozzer e Raphael Andriolo — Direto de PyeongChang, Coreia do Sul

Sidorova, da equipe russa de curling, manda recado para os brasileiros

Sidorova, da equipe russa de curling, manda recado para os brasileiros

Uma das grandes histórias da Olimpíada de Sochi, a russa Anna Sidorova não se classificou para os Jogos de PyeongChang. Mas quem disse que a bela atleta do curling não daria as caras na Coreia do Sul? Cá está ela. Sem jogar, Sidorova aproveita para curtir a competição de uma forma diferente, como fã e comentarista do "Channel 1", da Rússia. Febre no Brasil por conta da paródia da "Dança da Vassoura", do Molejo, ela confessa que até hoje recebe mensagens de fãs brasileiros e diz que uma das maiores vontades da sua vida é visitar o Rio de Janeiro e o Cristo Redentor.

"Meu termômetro são as redes sociais. É incrível o número de mensagens do Brasil. Fico feliz em saber que as pessoas gostam de mim lá. E não esqueci até hoje a musiquinha que fizeram, eu a traduzi para o russo (risos)"

- Eu posso ver pelas mídias sociais. São muitas pessoas do Brasil. Especialmente no Instagram. É a plataforma mais famosa. É legal saber isso. Não sei dizer porque eu sou popular, mas eu acho que é porque as pessoas cantaram a música do Molejo. Isso aumentou minha popularidade. Fizeram um clipe muito legal. E também era uma música divertida. Eu traduzi tudo para russo com o Google Tradutor, era algo como, Sidorova, você é uma beleza. E isso foi muito bom. Saber que pessoas de outro lugar do mundo, do Brasil, que tem pessoas muito bacanas, gostam de você - disse Sidorova.

Molejo faz paródia da 'Dança da Vassoura' inspirada no Curling

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Em cinco dias de disputas em PyeongChang, ela já esteve no curling, na patinação artística e em outros eventos, sempre acompanhando seus compatriotas. Sem a pressão de ter que buscar uma medalha, tem a chance de conhecer o outro lado da Olimpíada, o dos torcedores. Após Sochi, ela prometeu visitar o Brasil, mas ainda não pôde cumprir. O sonho é conhecer um ponto turístico.

"Um dos maiores sonhos da minha vida é conhecer o Cristo Redentor, a estátua dele. Certamente ainda vou realizar isso. Não posso deixar de fazer. A vontade é muito grande. Quando lembro do Brasil, lembro de pessoas felizes, praias, sorrisos"

- Eu não fui ainda ao Brasil, infelizmente não tive chance. Sei que o curling está popular lá, que tem alguns times jogando. Provavelmente, quem sabe, eu possa ir um dia treinar esses times, dar uma clínica caso me chamem. Eu acho que seria uma grande chance das pessoas me verem no Brasil. Quando lembro do Brasil, lembro de sorrisos, pessoas felizes, calor, praias. Boa música. Todos dançando. É um sonho, quero ver o Cristo Redentor antes de morrer. Quero mesmo. Provavelmente é um dos primeiros lugares que gostaria de ir - garante a jogadora.

Anna Sidorova ao lado do mascote dos Jogos de PyeongChang — Foto: Reprodução

Ela ainda pensa em Pequim 2022

Ídolo na Rússia, Sidorova não conseguiu levar seu país ao pódio no curling em Sochi 2014. Sob sua liderança, o time venceu três jogos e perdeu seis, ficando na nona colocação. Depois da Olimpíada, ela manteve sua evolução no esporte e nos anos seguintes ajudou a Rússia a conseguir resultados expressivos e históricos para o país no esporte. No Mundial de 2014, em New Brunswick, no Canadá, ela conduziu a equipe a uma campanha de oito vitórias e três derrotas.

Classificada para o mata-mata, a seleção de curling da Rússia venceu a Coreia do Sul e ficou com a medalha de bronze. A láurea foi a primeira do país na modalidade em um Mundial feminino. Sidorova ainda repetiu a dose nos anos de 2015 e 2016. Em 2016, inclusive, perdeu a chance de disputar o ouro ao ver a equipe ser derrotada pelo Japão na semifinal em duelo emocionante. Em 2017, a russa conquistou a prata no Mundial de Pequim após derrota para a canadense Rachel Homan, sua grande rival no cenário internacional. Fora de PyeongChang, ela pensa sim em Pequim 2022, mas prefere levar um dia de cada vez.

- Ainda tenho a chama aqui dentro, a motivação, mas não sei ainda. Provavelmente eu vou continuar a jogar, mas primeiro eu preciso entender o que a vida vai trazer para mim depois de PyeongChang e os eventos desse ano. Aí vou ver. Temos outras grandes jogadoras nos próximos quatro anos, mas se a federação me deixar fazer isso, quem sabe - disse Sidorova.

Anna Sidorova acompanhando o curling em PyeongChang — Foto: Reprodução

Sidorova não se privou de falar sobre a situação da Rússia. Banido pelo COI, o país está na competição sem bandeira, hino ou qualquer representatividade. Os atletas são chamados de "Atletas Olímpicos da Rússia". Para Anna, muitos atletas limpos ficaram de fora por conta da decisão do COI de convidar 169 competidores sob uma opção de elegibilidade interna e misturar política e esporte não funciona.

- Eu não acho que combinar política e esporte é uma coisa boa. Então, quando você é um atleta olímpico, você representa seu país, claro, mas primeiro, você quer ser melhor que uma outra pessoa e não melhor que outro país. Isso é apenas sobre esporte e não política. É realmente uma grande bobeira para mim. Nossos atletas precisam seguir regras especiais, mas as pessoas do meu país são fortes por dentro, suportam isso e ainda podem vencer mesmo sob essas circunstâncias contra nós - garante a russa.

Quem é Anna Sidorova?

Sidorova sempre foi ligada a esportes de inverno. Nascida em Moscou, ela chegou a ser patinadora artística profissional ainda adolescente, mas uma lesão séria na perna a impediu de seguir no esporte em alto nível. No curling, sua ascensão foi meteórica. Chamada de última hora para os Jogos de Vancouver, a atleta, na época com apenas 19 anos, substituiu a capitã Ludmila Provivkova em duas partidas e tornou-se a mais jovem na função na história dos Jogos de Inverno.

Anna Sidorova também trabalha como modelo — Foto: Reprodução

No ciclo olímpico de Sochi, Sidorova se firmou como capitã da equipe e levou a Rússia a sua melhor colocação internacional na época, um quinto lugar no Mundial de 2013. Em conversa com o GloboEsporte.com em 2014, em Sochi, ela prometeu visitar o Brasil antes da próxima Olimpíada, em PyeongChang, na Coreia do Sul.

Anna Sidorova em Sochi 2014 — Foto: Reuters

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