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Por Redação ge — Rio de Janeiro


eDepois de ter o campeonato 2020 cancelado em razão da pandemia do coronavírus, a W Series retorna em 2021 para dar prosseguimento ao objetivo de impulsionar a inserção feminina no automobilismo. Na atual temporada, que começa neste fim de semana no Circuito de Spielberg, na Áustria, a categoria dará suporte às etapas da Fórmula 1 em oito provas e conta, entre as 18 pilotos, com a representação brasileira da catarinense Bruna Tomaselli.

A categoria teve como primeira campeã em 2019 Jamie Chadwick, piloto de desenvolvimento da Williams. Também titular da Extreme E pela Veloce Racing, a britânica retorna para defender seu título. Com chassi único e equipe de estrategistas definida por sorteios, a W Series ainda garante para as pilotos até 15 pontos para a obtenção da Superlicença, documento exigido para guiar um carro na F1.

O treino livre da etapa em Spielberg será nesta sexta-feira, 8h10, antecedendo a classificação às 11h30. A corrida será neste sábado, 26, às 11h30 - com transmissão do SporTV3 (horário de Brasília).

Largada da primeira corrida da história da W Series, em Hockenheim — Foto: Divulgação

De Santa Catarina pro mundo

Depois de três temporadas no automobilismo americano disputando a USF2000 na Road to Indy (programa de acesso para a Fórmula Indy), Bruna Tomaselli foi selecionada para integrar o grid da W Series em 2021. A brasileira de 23 anos passou por categorias nacionais e continentais antes de migrar para os Estados Unidos, onde terminou 2019 em oitavo lugar e foi premiada como a piloto com mais ultrapassagens no campeonato da USF2000.

Em 2020, com o cancelamento da temporada da WSeries devido à pandemia, Tomaselli retornou ao Brasil para disputar o Endurance Brasil; tornou-se a primeira mulher a vencer na categoria, em Curitiba, e fechou a temporada em quarto lugar.

Bruna Tomaselli W Series — Foto: Libby Burke Wilde/W Series

Equidade de gênero

Criada para impulsionar a equidade de gênero no esporte a motor e dar suporte para pilotos mulheres enfrentarem barreiras no acesso ao automobilismo, sobretudo a financeira, a W Series faz parte dos esforços recentes da Federação Internacional do Automobilismo (FIA) em favor da inclusão feminina.

No último ano, a entidade promoveu em parceria com a Ferrari o programa FIA Girls on Track (Garotas na Pista, em português), que teve as brasileiras Júlia Ayoub e Antonella Bassani como finalistas e foi vencido pela espanhola Maya Weug. A piloto de 16 anos ganhou uma vaga na Academia de Pilotos da Ferrari e também uma vaga para disputar a temporada 2021 da Fórmula 4 Italiana.

Destaques do grid

Primeira campeã da W Series, Jamie Chadwick faturou duas provas (Hockenheim e Misano) na temporada 2019, conquistando outros três pódios e três poles. A britânica superou a vice-líder Beitske Visser, dona de uma vitória e três pódios, por dez pontos. Visser, ex-piloto da Academia de Pilotos da RBR, estreou nos monopostos em 2012 na ADAC Formel Masters - hoje ADAC Fórmula 4, pela qual passou Mick Schumacher. Lá, conquistou três vitórias em duas temporadas.

A inglesa Jamie Chadwick foi a campeã inaugural da W Series, campeonato 100% feminino — Foto: Dan Istitene/Getty Images

A categoria conta ainda com a britânica Alice Powell, primeira mulher a vencer em 2010 o campeonato da Fórmula Renault e a pontuar na GP3 Series (atual Fórmula 3) em 2012, na etapa de Monza, na Itália. Campeã da Fórmula Renault asiática em 2014, Powell conquistou dois pódios pelo quarto lugar na temporada 2019-20 da Jaguar i-Pace eTrophy, que teve a participação da equipe brasileira Jaguar Brazil e do pentacampeão da Stock Car Cacá Bueno.

Entre as estreantes de 2021 o destaque é a espanhola Belén García, que começou a competir em monopostos apenas em 2019 pela Fórmula 4 espanhola e tornou-se a primeira mulher a vencer uma prova da F4 na Europa ao faturar a disputa no Circuito de Navarro, na etapa de abertura.

As pilotos

Em 2021, a W Series correrá com 18 pilotos, tendo cinco reservas. Para se classificarem, as atletas não precisaram de patrocínios, ao contrário de outras categorias; foram submetidas a um processo seletivo cuja comissão avaliadora inclui o ex-F1 David Coulthard e o projetista Adrian Newey.

  • Jamie Chadwick (Reino Unido)
  • Beitske Visser (Holanda)
  • Alice Powell (Reino Unido)
  • Marta García (Espanha)
  • Emma Kimiläinen (Finlândia)
  • Fabienne Wohlwend (Liechtenstein)
  • Miki Koyama (Japão)
  • Sarah Moore (Reino Unido)
  • Vicky Piria (Itália)
  • Tasmin Pepper (África do Sul)
  • Jessica Hawkins (Reino Unido)
  • Sabré Cook (Estados Unidos)
  • Ayla Ågren (Noruega)
  • Abbie Eaton (Reino Unido)
  • Belén García (Espanha)
  • Nerea Martí (Espanha)
  • Irina Sidorkova (Rússia)
  • Bruna Tomaselli (Brasil)

Grid W Series 2020, Bruna Tomaselli — Foto: Libby Burke Wilde/W Series

Abbi Pulling, Gosia Rdest, Naomi Schiff e Caitlin Wood completam o time de pilotos reservas. Rdest, polonesa, substituirá Tasmin Pepper já na Áustria em razão das restrições de viagem na África do Sul.

Carros iguais e sorteio de engenheiros

Todas as pilotos da W Series competem com carros iguais, de Fórmula 3, produzidos pela Tatuus. O motor é desenvolvido pela Alfa Romeo. As etapas são compostas por dois dias de atividades: na sexta-feira, um treino livre de 30 minutos e a classificação de meia-hora, e no sábado, a corrida de 30 minutos mais uma volta. Com apenas um tipo de pneu para pista seca, o pit stop não é obrigatório.

Bruna Tomaselli W Series — Foto: Reprodução

O sistema de pontuação, com 25 pontos para a vencedora, 18 para a segunda colocada, 15 para a terceira, 12 para a quarta e reduzindo em dois até a décima colocada, é semelhante ao da F1. A W Series nasceu com um conceito de não possuir equipes, mas isso começa a mudar em 2021, ainda que o campeonato entre times seja realizado de forma não oficial nesta temporada. Em 2022, contudo, a categoria assume um formato mais tradicional, separando as pilotos por equipes. Serão nove times com dois carros cada.

Premiação

A campeã da W Series recebe US$ 500 mil (cerca de R$ 2,5 milhões), de um total de US$ 1,5 milhão ou R$ 7,5 milhões que são distribuídos para todas as pilotos. Além disso, as oito primeiras colocadas no campeonato recebem de 15 a um ponto para a obtenção da Superlicença, documento necessário para pilotar na F1.

Calendário

A temporada 2021 da W Series contará com oito provas, mas dada a possibilidade do cancelamento de alguma etapa devido à pandemia do coronavírus, ao menos seis corridas devem ser realizadas para manter o campeonato válido.

A partir deste ano, a competição se junta aos campeonatos da Fórmula 3 e Fórmula 2 como categoria suporte da F1, com etapas nos EUA e no México. A direção prevê, ainda, a realização de provas fora da Europa para a promoção da marca.

Temporada 2021 da W Series

Data Circuito País
25 a 26 de junho Circuito de Spielberg Áustria
2 e 3 de julho Circuito de Spielberg Áustria
16 e 17 de julho Circuito de Silverstone Reino Unido
27 e 28 de agosto Circuito de Spa-Francorchamps Bélgica
3 e 4 de setembro Circuito de Zandvoort Holanda
22 e 23 de outubro Circuito das Américas Estados Unidos
30 e 31 de outubro Autódromo Hermanoz Rodriguez México

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