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Por Rafael Bizarelo — Rio de Janeiro


rNa próxima etapa da Fórmula 1, no Grande Prêmio de Mônaco, a McLaren homenageará Ayrton Senna com um carro que terá as cores do Brasil. Essa não será a primeira vez do verde e amarelo com o tricampeão nas pistas da F1. Em 1991, 1992 e 1993, Senna esteve do lado oposto das cores de seu capacete, quando o alemão Michael Schumacher despontou como um grande rival pela Bennetton.

Schumacher e Senna rivalizaram em 1993 — Foto: Paul-Henri Cahier/Getty Images

Verde e amarelo eram as cores da Benetton, que rivalizou com Senna no início dos anos 90. A equipe, que contava com Nelson Piquet e Roberto Moreno, não homenageava o Brasil. O amarelo era do cigarro Camel, e o verde era do Grupo Benetton, empresa de moda que era dona da equipe de Fórmula 1.

Michael Schumacher tinha apenas 22 anos quando estreou na Fórmula 1. Ele abandonou logo na primeira corrida da carreira, no Grande Prêmio da Bélgica, que contou com uma vitória justamente de Ayrton Senna. O jovem alemão, porém, mostraria o potencial naquele final da temporada de 1991 ao levar a Benetton aos pontos em três provas. Este bom desempenho levou o então chefe da equipe, Flavio Briatore, a demitir Roberto Moreno ainda no meio da temporada para dar espaço ao promissor piloto.

Schumacher acelera Benetton na curva Eau Rouge de Spa, em 1992 — Foto: Getty Images

Senna acabaria campeão em 1991, enquanto Schumacher, com apenas seis provas disputadas e três terminadas, seria o 13º de um total de 37 pilotos. A McLaren perderia o domínio para a Williams nos anos seguintes, e a Benetton do alemão despontava como um grande incômodo para Ayrton.

A disputa ficou mais calorosa em 1992. Enquanto Nigel Mansell voava para conquistar o título mundial, Senna e Schumacher disputaram pódios que culminaram em uma tensa discussão no Grande Prêmio da França. Um toque do alemão tirou Ayrton da prova. No paddock, o brasileiro, com o dedo em riste, cobrou o jovem alemão e disse que, em uma próxima ocasião, ele quem jogaria o carro primeiro.

Senna interpela Schumacher após acidente em 1992 — Foto: Getty Images

Depois de cinco pódios em 1992, Schumacher finalmente conquistou a primeira vitória na Fórmula 1. O palco foi o mesmo da estreia no ano anterior. Em Spa-Francorchamps, na Bélgica, Michael superou Mansell e Patrese, da Williams, para terminar na primeira colocação. Senna, mesmo com três vitórias no ano, ficou atrás do alemão por três pontos.

A Williams seguiu dominante em 1993, agora com o tricampeão Alain Prost, maior rival da carreira de Senna. Com um carro claramente inferior ao do adversário, Ayrton levou o vice-campeonato mundial daquele ano, e superou Schumacher por muito. Já com experiência na F1, o alemão venceu apenas em Portugal.

Senna, Prost e Schumacher juntos no pódio em Barcelona — Foto: Reprodução/rede social

Com um novo regulamento para 1994, Senna foi para a Williams, mas não tinha um carro tão bom quanto Prost e Mansell tiveram nos anos anteriores. A Benetton, já azul e verde, era melhor nas provas. Apesar do bom ritmo nas classificações, o FW16 tinha problemas de dirigibilidade durante a corrida.

Com abandonos nos GPs do Brasil e do Pacífico, as duas primeiras provas da temporada, Senna chegou a San Marino não só com a necessidade de vencer, mas também de pontuar pela primeira vez no campeonato liderado por Schumacher.

Ayrton Senna e Michael Schumacher no GP de Imola de 1994 — Foto: Zentralbild/ullstein bild via Getty Images

Já no início da prova, um acidente entre J.J. Lehto e Pedro Lamy causou a entrada do safety car na pista. Antes, Senna e o amigo Gerhard Berger, então piloto da Ferrari, haviam dito que o carro de segurança não era rápido o suficiente para a temperatura dos pneus seguir alta. Não deu outra: a velocidade foi reduzida e a temperatura dos pneus também.

O safety car deixou a prova na sexta volta, e Senna atingiu uma distância de meio segundo para o segundo colocado, Michael Schumacher, da Benetton. No giro seguinte, a barra de direção do FW16 quebra, o carro da Williams não responde os comandos de Ayrton e segue reto na curva Tamburello a 210 km/h para atingir com muita força a barreira de pneus. Senna morreu aos 34 anos.

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