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Por Redação ge — Rio de Janeiro


Dando prosseguimento ao plano de neutralizar 100% de suas emissões de carbono e outro poluentes até 2030, a Fórmula 1 revelou a pretensão de compartimentar as etapas dos próximos campeonatos de forma regionalizada, ou seja, organizá-las tendo em consideração o critério de proximidade. O objetivo da proposta é reduzir as distâncias em viagens de uma sede para outra e, consequentemente, o impacto ambiental da aviação.

- Estamos comprometidos em tornar a Fórmula 1 mais sustentável e aumentar a diversidade e as oportunidades através deste incrível esporte. Continuamos focados nestes objetivos muito importantes. Estamos orgulhosos do que estamos produzindo, mas sabemos que devemos continuar a progredir e a produzir mudanças positivas e duradouras - declarou Stefano Domenicali, presidente da categoria.

Largada do GP de Abu Dhabi da F1, última etapa da temporada 2022 — Foto: Reuters

O próximo campeonato da F1, em 2023, terá 23 corridas em quatro continentes: Américas, Ásia, Europa e Oceania. Algumas etapas são geograficamente próximas - casos dos GPs do Bahrein e Arábia Saudita, no início da temporada; Emilia-Romagna, Mônaco e Espanha ou Singapura e Japão.

Porém, algumas dessas provas são intercaladas por corridas em outro continente: do Azerbaijão, na Europa, por exemplo, a categoria voará 11 mil km até Miami na semana seguinte. E de lá, após uma semana, voará mais de 8 km até a Itália, para o GP em Imola.

Segundo a organização não-governamental (ONG) Stay Grounded, que incentiva a adesão a meios de transporte alternativos em detrimento do avião, a aviação mundial é responsável por quase 6% das causas do aquecimento global. E o impacto pode chegar a 15% de todo o consumo e emissão de carbono até 2050.

Logística da F1 causa impactos ambientais, questão que a categoria deseja resolver — Foto: Divulgação

Boa parte dos equipamentos utilizados na F1, incluindo os carros, são transportados por aviões de carga. Para reduzir custos, uma parcela se desloca pelo mar, de navio, em contêineres. Mas o avião segue sendo o principal meio de viagem para cada peça com sua capacidade de carga de mais de 120 mil quilos e, claro, para pilotos e funcionários das equipes.

Com a nova proposta, as provas seriam realocadas por região, o que já é feito em menor escala no atual formato do campeonato. Entretanto, a categoria muito provavelmente deixaria de ter excepcionalidades como o retorno à América do Norte depois de México e Brasil, no calendário 2023, para o GP de Las Vegas - e de lá, um trajeto de 13 mil km até Abu Dhabi.

Outras medidas

A F1 detalhou, também, as ações já implementadas ou projetadas para curto e médio prazo. Estão inclusos:

  • Redesign de contêineres de carga para melhor aproveitamento dos aviões de transporte e com maior eficiência de combustível;
  • Transmissão remota das etapas para reduzir viagens; recrutamento de especialistas e melhorias em infraestrutura interna;
  • Promoção de eventos com uso de fontes de energia alternativa; engajamento das comunidades locais e instituições de caridade para a doação de alimentos após a corrida;
  • Priorização do uso de transporte público para os eventos;
  • Redução do uso de plástico nas etapas.

Stefano Domenicali é presidente da Fórmula 1 — Foto: XPB Images

Além disso, a categoria segue com o plano de adotar um combustível 100% renovável em seus carros já em 2026, quando entrará em vigor o novo regulamento das unidades de potência. O intuito é que a tecnologia também possa ser levada às ruas. No próximo ano, a Fórmula 2 e a Fórmula 3 também passarão a usar um combustível 55% sustentável.

A F1 também inclui no pacote de mudanças algumas ações no âmbito da diversidade. Além da criação da F1 Academy, uma categoria para a formação de pilotos mulheres, a categoria vai expandir seu programa de aprendizado para minorias em 50 vagas, até 2025, e também expandir vagas de estágio e treinamento.

A F1 retorna em 5 de março de 2023 com o GP do Bahrein. Confira aqui o calendário do próximo ano.

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