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Por Redação ge — Rio de Janeiro


A eclosão da Guerra na Ucrânia em fevereiro fez a F1 reagir com uma série de sanções, como a proibição de bandeiras e símbolos da Rússia e o cancelamento definitivo do GP do país. Mas apesar das restrições, a categoria permitirá que Robert Shwartzman guie no primeiro treino livre do GP dos Estados Unidos, em 23 de outubro, utilizando a licença de Israel pela Ferrari.

Ex-piloto da Fórmula 2, campeão da Fórmula 3 em 2019 e membro da Academia de Pilotos da escuderia, o russo de 22 anos nasceu em Tel Aviv, capital israelense. Depois de fazer a modificação em sua licença, ela já testou o SF21 (carro da equipe na temporada passada) em Mugello, na Itália.

Robert Shwartzman é piloto de testes da Ferrari na F1 em 2022 — Foto: Divulgação

- Eu sempre tive um passaporte israelense, claro, e decidi pedir uma licença de corrida em Israel quando a situação entre a Rússia e a Ucrânia piorou. Afinal, quero ser piloto, chegar à Fórmula 1 é meu único objetivo e eu tinha a necessidade de garantir que estaria disponível caso a Ferrari precisasse me colocar no carro - explicou o russo, em entrevista na sede da equipe no mês passado.

Dentre as medidas adotadas pela Federação Internacional do Automobilismo (FIA) em resposta à invasão russa na Ucrânia, estão: a proibição de símbolos, hinos e bandeiras de pilotos da Rússia e Belarus por parte dos pilotos e em carros, bem como a não realização de eventos automobilísticos nesses locais.

Representantes russos e de Belarus da FIA também foram afastados de seus cargos e a entidade impôs restrições à Federação Russa de Automobilismo (RAF) e a Federação de Automobilismo de Belarus (FBA), situação agravada pela decisão da Motorsport UK - Confederação Britânica - de proibir pilotos de ambas as nacionalidades nos eventos no Reino Unido.

Daniel Ricciardo guia McLaren no GP da Rússia da F1 em 2021 — Foto: Sergei Fadeichev\TASS via Getty Images

Mas apesar dos apelos da Federação Ucraniana, o presidente Mohammed ben Sulayem permitiu que pilotos russos continuassem competindo, com uma ressalva: assinar um documento chamado "Compromisso do Piloto".

Nele, o atleta abre mão de sua nacionalidade, estende solidariedade à Ucrânia e a Federação Ucraniana de Automobilismo e assume o compromisso de não expressar apoio aos atos russos no conflito, bem como fazer comentários ou pronunciamentos que contrariem os interesses da FIA.

- Robert nasceu em Israel, ele tem passaporte israelense. Então não é uma licença russa. Ele também estava de acordo com a questão das empresas russas e interrompeu qualquer acordo que tivesse com elas. Ele ainda é nosso piloto de testes, ele permanecerá por isso, e se tivermos no futuro alguma oportunidade de deixá-lo pilotar, provavelmente o deixaremos - defendeu Mattia Binotto, chefe da Ferrari.

Robert Shwartzman comemora segunda vitória na F2 em 2021 — Foto: Joe Portlock - Formula 1/Formula Motorsport Limited via Getty Images

O russo Alexander Smolyar chegou a considerar não competir na Fórmula 3 mas voltou atrás, obtendo uma licença de Andorra e correndo sob bandeira neutra. Ele ficou em décimo no campeonato. Shwartzman, por sua vez, adotou oficialmente a bandeira de Israel.

Já o ex-F1 Daniil Kvyat se recusou a assinar o Compromisso do Piloto e, por isso, pôde correr apenas na Rússia e disputou uma prova nos Estados Unidos, na Nascar Cup Series.

Realizado desde 2014, o GP da Rússia estava programado para 25 de setembro, mas o contrato da etapa foi rescindido. Isso encerra os planos da F1 de migrar para o Circuito de Igora Drive em São Petesburgo no ano que vem. A categoria retorna em 2 de outubro, com o GP de Singapura.

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