Publicação recente (de janeiro de 2019) da Diretriz da Associação Americana de Diabetes confirma que o tratamento da pré-diabetes e a prevenção da diabetes tipo 2 são possíveis através de mudanças no estilo de vida: controle de peso, maior ingestão de fibras, equilíbrio alimentar e prática regular de exercícios físicos.
Pacientes com sobrepeso e obesidade têm risco aumentado de resistência à insulina (pré-diabetes e diabetes tipo 2). Lembrando que mais da metade da população brasileira apresenta excesso de peso e obesidade.
A diabetes tipo 2 é uma doença “silenciosa”, com grandes complicações na microcirculação (oftalmológicas, cardíacas, renais ...).
Critérios de diagnóstico para pré-diabetes e para risco aumentado de diabetes de acordo com American Diabetes Association (2018):
- Glicemia em Jejum entre 100 e 125mg/dL
- Teste oral de tolerância à glicose - Glicemia 2 horas após sobrecarga com 75g de glicose entre 140 mg/dL e 199 mg/dL
- Hemoglobina A1C entre 5,7 e 6,4%
Critérios de diagnóstico para diabetes:
- Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL
- Hemoglobina A1C > ou = 6,5%
- Teste oral de tolerância à glicose - glicemia 2 horas após sobrecarga com 75 g de glicose: ≥ 200 mg/dL
- Glicemia ao acaso > 200mg/dL
Para prevenção da diabetes tipo 2 e tratamento da pré-diabetes, é determinante a mudança no estilo de vida.
Controle do peso
- Redução de 7% a 10% do peso corporal. Estudos são claros quanto à melhora em exames laboratoriais e na pressão arterial quando o indivíduo com sobrepeso ou obesidade reduz 10% do peso corporal.
- Elaboração de programa alimentar com restrição energética é fundamental para que ocorra a redução de peso, diminuindo de 500 a 1000 calorias diárias da alimentação.
- Atenção com a qualidade alimentar: ênfase na ingestão de grãos integrais, leguminosas, frutas, vegetais e legumes (hortaliças A e B), oleaginosas. A associação de carboidratos e gorduras, mistura clássica do brasileiro, aumenta a densidade energética da preparação, dificultando a perda de peso.
- Reduzir o consumo de alimentos processados e evitar os ultraprocessados, cheios de aditivos e normalmente pobres em fibras e com alta densidade energética.
- A dieta low carb parece ser a que traz melhor benefício para indivíduos pré-diabéticos (níveis de HBA1C ➡ 5,7% a 6,4%). Entretanto, a melhor dieta é aquela que você consegue seguir e sustentar desde que haja preocupação com a qualidade alimentar.
- O programa alimentar deve ser elaborado de acordo com as histórias clínica e alimentar, a prática esportiva e o estilo de vida.
- É preciso reduzir a ingestão total de carboidratos e associar proteínas ou gorduras para menor estímulo insulínico. Quanto maior a quantidade de carboidratos, maior a necessidade de insulina.
- Bebidas açucaradas estão relacionadas com risco aumentado de diabetes .
- Evite suco de frutas, prefira fruta in natura.
Exercício físico
- Recomenda-se a prática regular de exercício físico por pelo menos 150 minutos por semana.
- Alguns benefícios: redução de peso, controle da fome e da ansiedade, melhora na sensibilidade insulínica e da composição corporal e redução da gordura abdominal.
- Procure a orientação de um profissional e educação física para individualização do seu treinamento (força + aeróbico).
Sempre atitudes individualizadas, adaptadas ao seu estilo de vida: prazerosas, possíveis, acessíveis e sustentáveis!
Literatura:
Introduction: Standards of Medical Care in Diabetes — 2019. Diabetes Care 2019 Jan; 42(Supplement 1): S1-S2.
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