Carioca tenta superar problema de pele e depressão com ajuda da corrida

Após começar a treinar, participar de provas e emagrecer 8kg, Rodrigo Ritter evolui no tratamento de doença inflamatória. Neste domingo, ele disputa os 10km na Corrida Eu Atleta Rio

Por Igor Christ — Rio de Janeiro


O estresse diário somado a picos de ansiedade fez uma dermatite atópica se manifestar no corpo do carioca Rodrigo Ritter, 33 anos. Após idas a diferentes médicos e até psicólogo para tratar a depressão, ele começou a fazer tratamento para o doloroso problema de pele. Foi aí que a corrida de rua entrou em sua vida e tudo passou a mudar para melhor.

- A corrida estimulou a sensação de bem-estar e me trouxe conforto, melhorando o estado de humor. Deixei de fumar, reduzi o consumo de bebida alcoólica procurei ajuda de nutricionista. O cuidado com a saúde prevaleceu. A dermatite, que tomava boa parte das minhas costas, foi estabilizada e agora mantenho apenas o tratamento tópico para reduzir as manchas que ficaram na pele - disse Rodrigo, que trabalha na área de TI em uma multinacional.

Dermatite atópica causada pelo estresse: após tratamento e muito esporte, as manchas estão diminuindo — Foto: Arquivo Pessoal

A médica Lucia Marrafa, que acompanha o tratamento de Rodrigo, explica que o liquen plano é uma doença inflamatória, que pode acometer mucosa e pele e tem causa desconhecida. As lesões podem ser dolorosas, mas o principal sintoma é a coceira, que pode ser intensa.

- Alguns dos fatores de risco para desenvolvimento da doença são ansiedade e depressão. Sabe-se que um dos efeitos da atividade física consiste no aumento da endorfina, que dá a sensação de bom humor, aumento da autoestima e relaxamento, além de modular o sistema imunológico. Assim, além do tratamento clínico, a atividade física regular é um coadjuvante na melhora dos sintomas dermatológicos e emocionais - explicou a doutora.

Rodrigo em ação: longe da depressão e com problema de pele estabilizado — Foto: Arquivo Pessoal

Dentro do mundo das corridas e melhorando aos poucos do problema de pele, Rodrigo garante que não só experimentou um esporte como ganhou novos amigos. Ele começou num grupo de treinos e tomou gosto pela coisa. Foi buscando desafios, corridas oficiais, medalhas e experiência para encarar a primeira meia maratona.

- Tudo isso fez mudar o meu estilo de minha vida. Meus dias, os finais de semana, as noites de sono e até as tais baladas e idas aos bares. Fui mudando tudo e aos poucos priorizando o descanso e desempenho nas corridas - destacou.

Rodrigo exibe orgulhoso a medalha da Corrida Eu Atleta Rio — Foto: Igor Christ

Com a alta intensidade nos treinos, Rodrigo eliminou 8kg em um mês (de 83 para 75kg), tornando a corrida mais fácil e diminuindo o risco de lesão. Atualmente, alterna de três a quatro treinos semanais com os exercícios de musculação na academia.

- De abril de 2017 até aqui conto com 11 medalhas ganhas. Cada uma com a sua história, momento, sentimento, diversão, superação e espírito de equipe. No início, os 5km pareceram uma eternidade. Correndo 10km, os 5km passaram a ser um checkpoint e com ele o orgulho. Testei os 16km e os 21km chegaram como uma surpresa. Concluídos com muita garra e algumas lágrimas - destacou.

Meia maratona, corrida de 10km e no fim do ano a meta é a São Silvestre — Foto: Arquivo Pessoal

Depois da Corrida Eu Atleta Rio, o próximo objetivo do Rodrigo para o fim de 2017 já está traçado: completar a tradicional Corrida de São Silvestre, que acontece sempre no último dia do ano, pelas ruas de São Paulo. O carioca está ansioso para garantir mais essa medalha.

- Fiz a minha inscrição e agora é colocar a alimentação em dia, priorizar o trabalho de força e os treinos serão divididos entre esteira, asfalto e areia. A minha inscrição para a Maratona do Rio do ano que vem também está feita. Terei mais histórias para contar, é o lado bom da vida - encerrou.

Veja nossa coleção! — Foto: divulgação