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Por Marcos Guerra — São Paulo


Rebeca Andrade e Simone Biles vão se encontrar no Mundial de Antuérpia. A partir deste domingo, as duas maiores estrelas da ginástica artística voltam a estar juntas em uma competição e podem pela primeira vez dividir um pódio. A brasileira de 24 anos e a americana de 26 anos despontam como favoritas na Bélgica, uma prévia de luxo para as Olimpíadas de Paris.

O sportv 3 transmite ao vivo todas as finais do Mundial da Antuérpia, e o ge acompanha em tempo real os brasileiros nas disputas por medalhas.

Rebeca Andrade apresenta novo solo com hits de Byeoncé e Anitta

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O Mundial da Antuérpia vai ser apenas a quarta competição de Simone Biles e Rebeca Andrade juntas. Apesar de as duas ginastas dividirem os holofotes da modalidade há quase uma década, lesões da brasileira ou períodos sabáticos da americana fizeram desse encontro algo raro e sempre com algumas ressalvas. Ora Rebeca não estava no 100% depois de uma cirurgia, ora Simone sofria com questões de saúde mental. Em 2023, porém, as duas chegam ao Mundial respaldadas por grandes apresentações.

Rebeca Andrade e Simone Biles — Foto: Arte Esporte

Defendendo o título de campeã mundial, Rebeca foi prata nas barras assimétricas da etapa de Paris da Copa do Mundo no início deste mês com uma nova série mais difícil e ainda guarda em segredo a nova coreografia do solo depois do sucesso de "Baile de Favela". Simone, maior campeã mundial da história, voltou de um longo período sabático recuperando todas as dificuldades de suas séries e dominando as fortes competições nacionais dos Estados Unidos.

As estrelas da ginástica

Rebeca Andrade Simone Biles
24 anos 26 anos
2 medalhas em Olimpíadas 7 medalhas em Olimpíadas
1 ouro em Olimpíadas 4 ouros em Olimpíadas
4 medalhas em Mundiais 25 medalhas em Mundiais
2 ouros em Mundiais 19 ouros em Mundiais

Tudo indica que o Mundial da Antuérpia vai ser o palco do primeiro grande duelo entre Simone Biles e Rebeca Andrade, com ambas em boa forma. As ginastas têm grandes chances de estarem juntas no pódio por equipes, do individual geral, do salto e do solo. A brasileira pode chegar ao pódio também das barras assimétricas, enquanto a americana está entre as favoritas da trave.

Os encontros de Rebeca e Simone

Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016
Simone Biles se consolidava como grande estrela da ginástica dominando o pódio em sua primeira participação olímpica. Foram quatro ouros e um bronze que coroaram a americana. Rebeca, com apenas 17 anos na época, disputava sua primeira grande competição internacional com status de promessa mesmo que ainda não tivesse recuperado 100% de seu potencial depois da primeira cirurgia no joelho. A brasileira chegou a estar entre as melhores do individual geral nas classificatórias, mas falhas na trave e nas barras lhe tiraram a chance de dividir o pódio com a americana.

Rebeca Andrade ao lado de Simone Biles na final do individual geral — Foto: Getty Images

Mundial de Doha, em 2018
Voltando de um ano sabático, Simone Biles estava perto do seu auge, apresentando um novo salto que desafiava o impossível, homologado como "o Biles". Foi a todos os pódios do Mundial: quatro ouros, uma prata e um bronze. Rebeca Andrade novamente estava voltando de uma cirurgia no joelho. Ajudou a equipe brasileira a flertar com o pódio e quase foi à final das barras assimétricas. Deu um gostinho do que estava por vir mostrando no treino pela primeira vez a coreografia do "Baile de Favela", mas não chegou a se apresentar no solo, ficando por isso fora da disputa do individual geral.

Simone Biles é tetra no individual geral do Mundial de Ginástica

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Olimpíadas de Tóquio, em 2021
Totalmente recuperada da terceira cirurgia no joelho, Rebeca Andrade chegou às Olimpíadas pela primeira vez como uma das favoritas ao pódio. A brasileira deu show ao som de "Baile de Favela" e faturou a prata do individual geral e ouro do salto. Simone Biles, por sua vez, sofreu o que chamou de "twisties", uma condição mental que afetava sua percepção corporal no ar. Ainda faturou a prata por equipes e o bronze da trave, mas se retirou das finais em que era favorita, justamente as que Rebeca participou.

Tóquio 2020: Rebeca Andrade - Medalha de Prata na Ginástica

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Marcas e recordes que Rebeca pode alcançar no Mundial

Rebeca Andrade mais uma vez chega ao Mundial como candidata a medalha em todas as provas, embora não esteja entre as favoritas na trave. Assim, a ginasta de 24 anos pode quebrar uma série de marcas históricas para o Brasil.

  • Recorde de ouros de um brasileiro em Mundiais - Rebeca tem dois ouros em Mundiais e precisa de mais um para se isolar como maior campeã mundial do Brasil entre homens e mulheres. Diego Hypolito é bicampeão mundial do solo.
  • Recorde de pódios de um brasileiro em Mundiais - caso conquiste duas medalhas na Antuérpia, Rebeca vai chegar a seis pódios em Mundiais, batendo o recorde de cinco conquistas de Diego Hypolito.
  • Recorde de pódios de um brasileiro somando Mundiais e Olimpíadas - com uma medalha na Antuérpia, Rebeca vai chegar a sete pódios nas principais competições da ginástica, deixando para trás Arthur Zanetti e Diego Hypolito, que têm seis conquistas cada um.
  • Primeira brasileira a conquistar três medalhas em uma única edição do Mundial - Rebeca já foi a primeira brasileira a subir duas vezes no pódio de um só Mundial. Agora pode estender a marca para três medalhas ou mais.
  • 12ª ginasta da história a ter medalhas de todas as provas individuais do Mundial - Caso conquiste uma medalha na trave, Rebeca vai entrar para um seleto hall de ginastas que conquistaram medalhas em todas as provas individuas do Mundial, uma vez que já tem pódios no individual geral, no salto, nas barras e no solo.
  • Recorde de finais de um brasileiro em um Mundial - No Mundial do ano passado, Rebeca estabeleceu o recorde de cinco finais (ficou fora apenas do salto). Pode estender sua marca para seis decisões na Antuérpia.

Rebeca Andrade no treino de pódio do Mundial de ginástica artística — Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Marcas e recordes que Simone pode alcançar no Mundial

São poucos os recordes que Simone Biles ainda não quebrou em Mundiais. Entre homens e mulheres, já é a maior campeã (19 ouros) e a maior medalhista (25 pódios). Mas ainda há marcas para a americana bater.

  • Recorde de medalhas individuais em Mundiais - sem contar os pódios por equipes, Simone ainda está atrás de Vitaly Scherbo (22 x 21). Com apenas uma medalha na Antuérpia, ela empata com o belorrusso. E tem tudo para superar essa marca.
  • Recorde de medalhas somando Olimpíadas e Mundiais - caso conquiste dois pódios na Antuérpia, Simone vai chegar a 34 medalhas somando Olimpíadas e Mundiais, ultrapassando a marca de 33 conquistas de Vitaly Scherbo.
  • Melhor campanha de uma ginasta em um único Mundial - em 2018, Simone consegui o feito de ir a todos os seis pódios do Mundial de Doha (quatro ouros, uma prata e um bronze). Ainda assim, não superou a melhor campanha de uma ginasta em uma única edição da competição. A lenda soviética Larissa Latynina conquistou cinco ouros e uma prata no Mundial de Moscou, em 1958.

Simone Biles conquista cinco ouros no Mundial de Stuttgart, em 2019 — Foto: Reprodução/Twitter

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