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Por Camila Alves — São Paulo


Rony despencou no gramado aos prantos e Abel Ferreira - na beira do campo - abriu um sorriso largo ao ver as redes da Arena Barueri estufarem pela terceira vez. Era a vitória do Palmeiras, por 3 a 0, sobre o Internacional, para alçar o Verdão à liderança do Brasileiro. A quatro rodadas do fim, a equipe executa a sua própria receita: autoconfiança e samba.

Os ingredientes foram colocados pelo próprio técnico Abel Ferreira, após a vitória sobre o Colorado, com os termos casualmente mencionados entre conselhos e recomendações que o comandante tem feito ao time.

- Não quero um jogador que passe a bola para trás, que é o que fazem 90% das equipes brasileiras. Não quero isso, quero samba, quero verticalidade, quero gols - explicou o técnico em referência às laterais do time.

Palmeiras 3 x 0 Internacional | Melhores momentos | 34ª rodada do Brasileirão 2023

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A "verticalidade", aliás, citada por Abel Ferreira, consiste especialmente na movimentação de - ao roubar a bola - precisar de três ou quatro passes no máximo para fazer o gol.

Algo que aconteceu, por exemplo, no terceiro gol do Verdão sobre o Inter, quando Vanderlan fez o movimento da intermediária subindo em velocidade pela esquerda para deixar Rony de cara com o gol. Foi o motivo do sorriso do técnico.

Aos 42 min do 2º tempo - gol de dentro da área de Rony do Palmeiras contra o Internacional

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Ao mesmo tempo, se não houver a possibilidade de atacar no determinado momento, o plano é que o time mude para o chamado "ataque organizado" - circulando a bola entre os setores para movimentar o adversário e criar espaços por onde infiltrar.

São fundamentos, portanto, ligados ao aspecto tático e técnico do time. É o pedido pelo "samba".

Abel Ferreira, do Palmeiras, antes do jogo contra o Inter — Foto: Marcos Ribolli

Ao mesmo tempo, há a necessidade de trabalhar questões referentes também ao psicológico da equipe - que tem sido agora mais consistente, com seis vitórias nos últimos sete jogos, após a queda de rendimento acentuada pelo baque emocional com a eliminação na semifinal da Libertadores.

Para isso, o pedido de Abel Ferreira passa por dois fatores. O primeiro deles: o incentivo à autoconfiança.

Rony marca, se emociona no gramado e é abraçado pelos seus companheiros de equipe — Foto: Marcos Ribolli

- Qualquer equipe faz de mim um bom treinador e qualquer elenco me manda embora. Para mim, os jogadores estão acima dos treinadores. Enquanto estiver aqui, tenho apenas uma missão: ajudá-los a serem melhores, quer as pessoas gostem ou não. Isto não é arrogância, é autoconfiança - disse o técnico.

"Vamos jogar mal algumas vezes? Certamente vamos, mas temos que ter autoconfiança, isso tem que ser algo nosso, não nos pode faltar."

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E o segundo - diretamente ligado à confiança do time - é o afastamento das críticas. Tema que tornou-se recorrente nas entrevistas do treinador - especialmente entre os meses de setembro e outubro, quando o Palmeiras atravessou o período de um mês sem vitórias, sendo quatro derrotas seguidas na Série A.

Dessa vez, o técnico direcionou a fala em referência ao que chama de 3% dos torcedores que "criticam para influenciar os outros".

- É isso que digo para os meus jogadores: não se deixem influenciar por esses torcedores, que talvez nem sócios sejam. É por isso que temos um espírito de grupo muito forte. Se forem falar, falem para incentivar.

O Palmeiras agora terá duas semanas para recuperação e treinos antes de entrar em campo novamente, por conta da pausa para a Data Fifa. O próximo jogo será contra o Fortaleza, no Castelão, no dia 26 de novembro.

Abel Ferreira e João Martins no jogo entre Palmeiras e Inter — Foto: Marcos Ribolli

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