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Por Cahê Mota — Las Vegas, Estados Unidos


Confira a coletiva de Dorival Jr. após a eliminação do Brasil na Copa América 2024

Confira a coletiva de Dorival Jr. após a eliminação do Brasil na Copa América 2024

O técnico Dorival Júnior reconheceu dificuldades apresentadas pelo Brasil na eliminação na Copa América para o Uruguai, neste sábado, mas disse ver mais aspectos positivos do que negativos na campanha da Seleção.

Após o empate sem gols e a derrota por 4 a 2 na disputa de pênaltis, Dorival analisou o desempenho brasileiro na partida e no torneio. O Brasil teve três empates e uma vitória, com cinco gols marcados e dois sofridos.

– É natural que depois de uma partida como essa, tudo o que poderia ter sido levado em conta, apaga-se. Tenho de ter consciência clara. É natural que muitas coisas aconteceram na competição, não fizemos jogos de um ótimo nível tecnicamente falando, mas também não descarto nenhuma das partidas, houve entrega, espirito de luta, a equipe nunca deixou de ir atras do resultado, foi uma equipe valente sempre, tivemos coisas muito mais positivas que negativas neste processo – disse o treinador.

– A equipe adversária soube como marcar, abrimos, tivemos dois homens de finta pelos lados, tentamos com movimentações, infiltrações, troca de passes, em termo de criação não foi um grande dia. As duas zagas prevaleceram sobre os ataques – complementou.

Uruguai 0 (4) x (2) 0 Brasil | Melhores Momentos | Quartas de final | Copa América 2024

Uruguai 0 (4) x (2) 0 Brasil | Melhores Momentos | Quartas de final | Copa América 2024

Dorival admitiu que na parte final do jogo, quando teve um atleta a mais depois da expulsão de Nández, o Brasil não soube aproveitar a superioridade numérica.

– Foi um jogo de muitos duelos e "trocação", poucos momentos de lucidez técnica das duas equipes. A partir do momento em que ficamos com um jogador a mais nos complicamos, não tivemos essa lucidez de entrar com tranquilidade, com equilíbrio pelos lados do campo. Não aconteceu como queríamos.

A Seleção volta a campo em setembro, pelas Eliminatórias, contra Equador (casa) e Paraguai (fora).

Dorival Junior após eliminação do Brasil na Copa América — Foto: Kevork Djansezian/Getty Images

Confira abaixo outros trechos da entrevista coletiva de Dorival Júnior:

Substituições

– Primeiro, tínhamos dois com cartões. A primeira sensação foi essa. A segunda foi ter o meio preenchido para transitar bolas pelos lados, com Rodrygo e aí então Savinho, para os meias preencherem. tentamos, depois acabei fazendo uma nova alteração com Evanílson e Gabriel Martinelli para tentar mexer com a ultima linha adversária, estava bem estabelecida.

Estágio da Seleção

– Acho que tudo é um processo, você naturalmente passa por dificuldades no processo de montagem, é um fato. Saímos da Copa do Mundo para agora, com dois anos de trabalho aproximando-se de uma nova competição. A primeira oficial foi essa, realmente um pouco distante do que gostaríamos, um chaveamento pesado do nosso lado, equipes num momento tecnicamente, com volume de trabalho maior, oscilações aconteceriam na competição. Você sai invicto de uma competição, mas não satisfeito, poderíamos ter coisas melhores, pelo o que treinamos, a expectativa era um pouco acima.

Comparação com o Uruguai

– Acho que existe um padrão definido da seleção uruguaia, é claro, um trabalho mais longo. Teve problemas iniciais, corrigiu e hoje encontra excelentes resultados. Nós atingiremos tudo isso, com certeza. Mas é questão de tempo para que as correções sejam feitas. Tivemos problemas no início da competição, corrigimos, uma frente de área mais preenchida, poucas jogadas de infiltração na nossa linha de zagueiros, coisas boas que foram alcançadas. Ficamos com outras mais a desenvolver. É difícil ter um período como tivemos para acelerar os processos, talvez não tenhamos mais, mas demos um passo grande por uma melhora e crescimento.

Falta um atacante?

– Estamos procurando jogar com jogadores que vinham mostrando características nos seus clubes, tentamos para não ultrapassar, para aproveitar como cada atleta vinha desenvolvendo suas condições. Nós tivemos sim nestes oito jogos iniciais um homem de área, Evanílson teve só uma oportunidade, poucos minutos, reconheço isso, era uma forma de jogar que vinha dando certo, dando entendimento, estávamos criando oportunidades nos jogos iniciais e nos treinos, isso me dava condição de insistir nesta formação, os resultados vinham sendo alcançados.

Endrick

– Endrick é um garoto que naturalmente vai alcançar uma posição. Fez uma boa partida, não teve tantas oportunidades para finalizar, mas lutou até o fim, é o time de entrega que queremos.

O que esperar do futuro?

– Acho que é um trabalho moroso, paciencioso, tudo o que queremos é acelerar para voltar a ter essa equipe. Todo esse sentimento que estamos tendo, olhando, observando, será importante. Alinharmos tudo isso, sentarmos com a CBF, conversarmos sobre tudo o que se passou, tivemos coisas positivas ao longo deste período de treinos e jogos, não foram os resultados que gostaríamos, tenho de reconhecer, chamando a responsabilidade dos resultados para o treinador. Mas temos tudo para evoluir, crescer, melhorar muito além do que foi apresentado.

– Fizemos uma reformulação grande na equipe, temos que entender que para muitos é a primeira vez, eu estou com oito jogos, é um processo que teremos que passar. Temos consciência das dificuldades que encontraremos, porém conheço os caminhos para fazer com que tudo aconteça. Não tivemos nenhuma derrota, talvez não os resultados que buscávamos, mas muito a evoluir. A primeira coisa é buscar a classificação para a Copa, estamos em sexto, isso nos incomoda e nos faz brigar daqui a pouco por outra situação na tabela de classificações.

Avaliação dos jogadores

– Acho que as avaliações partem desde o dia da apresentação. Nosso nível em treino foi muito alto, muito bom, preocupados com detalhes, tudo o que poderia ser feito para a preservação dos atletas, da manutenção das condições físicas dos jogadores em final de temporada. Mesmo assim tiveram entrega grande, dedicação, a entrega foi muito alta, a expectativa também era pelo o que foi apresentado nos treinos. Podemos crescer muito, é um processo tudo isso. Explicar na derrota, numa desclassificação é difícil, as pessoas não vão entender o que se passa na formatação de uma equipe. O futebol é um perde e ganha frequente, temos de nos recuperar em todos os níveis. Esse grupo tem entrega grande, lutou do primeiro ao último minuto. sempre procurou entregar o máximo, fica aí a possibilidade de uma melhora. Essa vivência de competição tem de ser levada à frente para que se estruture uma equipe.

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