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Por Redação do ge — Manchester, Inglaterra


O recente escândalo do Manchester City pode ser resumido da seguinte forma: o clube é acusado pela Premier League de ter violado mais de 100 vezes as regras financeiras da liga inglesa, durante quase uma década. Essa foi a conclusão de uma investigação da entidade que durou quatro anos.

Entenda o escândalo das violações financeiras do Manchester City

Entenda o escândalo das violações financeiras do Manchester City

Em formato de FAQs (acrônimo da expressão inglesa "Frequently Asked Questions", que em tradução livre pode significar "Respostas para Perguntas Frequentes"), o ge responde algumas questões sobre escândalo que abalou o futebol inglês neste dia 6 de fevereiro.

O que disse a Premier League?

A liga que organiza o Campeonato Inglês publicou, sem alarde, um comunicado em seu site oficial em que confirmou ter encaminhado "um número de supostas violações das regras da Premier League" cometidas pelo Manchester City, à uma comissão independente. Teriam sido mais de 100 violações.

Regras da Premier League estipulam que a liga tornará públicos procedimentos disciplinares que sejam encaminhados a essa comissão independente, e o conselho da liga tem autoridade para fazer isso.

Manchester City teria cometido irregularidades financeiras por nove anos seguidos — Foto: Reuters

Quais as acusações contra o City?

O Manchester City é acusado de ter violado as regras da Premier League nos seguintes aspectos: de não dar "uma visão verdadeira e justa da situação financeira do clube"; de não "incluir detalhes completos" da remuneração de técnicos e jogadores; de não seguir o regulamento de licenciamento da Uefa; de não cumprir as regras relativas ao Fair Play Financeiro; e de não cooperar com a investigação da liga inglesa.

  1. As violações sobre não fornecer informações precisas sobre a situação financeira do clube vão de 2009/10 a 2017/18.
  2. A falta de detalhamento sobre o pagamento do técnico no contrato firmado se deu entre 2009/10 e 2012/13. O treinador na época era Roberto Mancini. A não inclusão de detalhes na remuneração de jogadores ocorreu entre 2010/11 e 2015/16.
  3. O City não teria cumprido as regulamentações da Uefa, incluindo de licenciamento e de Fair Play, entre 2013/14 e 2017/18.
  4. O clube não aplicou as regras da Premier League para rentabilidade e sustentabilidade entre 2015/16 e 2017/18.
  5. O Manchester City não teria colaborado com as investigações da Premier League desde 2018 até hoje, ao não fornecer de boa vontade documentos e informações.

Manchester City de Pep Guardiola foi campeão em quatro dos últimos cinco anos — Foto: Reuters

O que o clube diz em sua defesa?

O Manchester City se mostrou "surpreso" com as acusações de violações das regras. O clube aguarda a revisão "imparcial" da comissão.

"O Manchester City FC está surpreso com a emissão dessas supostas violações das regras da Premier League, principalmente devido ao extenso envolvimento e à vasta quantidade de materiais detalhados que o EPL recebeu.

O Clube saúda a revisão deste assunto por uma comissão independente, para considerar imparcialmente o corpo abrangente de evidências irrefutáveis ​​que existem em apoio à sua posição.

Como tal, esperamos que este assunto seja encerrado de uma vez por todas."

Quais são as possíveis punições?

Considerado um dos maiores escândalos na história do futebol inglês, o caso envolvendo o Manchester City não tem prazo para ser concluído. A Premier League não divulgou qualquer data.

A comissão vai ser indicada pelo painel judicial independente da PL, liderada por Murray Rosen KC. E a decisão final sobre o caso, que caberá a esse grupo, será publicada no site da liga inglesa.

As possíveis sanções variam de acordo com a violação. Elas podem ir desde uma repreensão ou multas, passando pela dedução de pontos até a recomendação da expulsão da Premier League. Essas punições podem ser condicionadas à ações definidas dentro de um determinado período de tempo. O Manchester City poderá recorrer.

Em fevereiro de 2020, o clube inglês chegou a ser banido pela Uefa por dois anos, e multado em 30 milhões de euros, por supostamente driblar as regras do Fair Play Financeiro da confederação europeia. Cinco meses depois, o banimento foi derrubado na Corte Arbitral do Esporte (CAS), e a multa baixou para 10 milhões de euros.

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