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Por Allan Caldas — Teresópolis, Brasil


A Copa do Mundo Feminina está às portas, e faltando menos de um mês para a bola rolar na Austrália e na Nova Zelândia, as seleções entram na reta final de preparação. No Brasil, não é diferente. Mesmo antes da convocação, marcada para a próxima terça-feira, a técnica Pia Sundhage já trabalha na Granja Comary com um grupo de 13 jogadoras.

A um mês da Copa do Mundo Feminina, equipe treina na Granja Comary

A um mês da Copa do Mundo Feminina, equipe treina na Granja Comary

Pia sabe que, neste momento, cada dia de trabalho importa, ainda que com apenas uma parte da seleção disponível. Se não é possível fazer um treinamento coletivo, a hora é de fazer ajustes táticos e trabalhar a parte física, mantendo em atividade jogadoras que estavam de férias dos seus clubes, enquanto aguarda para contar com as que atuam nos Estados Unidos e no Brasil.

- Temos jogadoras atuando nos EUA, Kerolin está marcando gols, Debinha está marcando gols. E temos jogadoras atuando no momento no Brasileirão, isso é muito diferente. O que queremos é ter as jogadoras no mesmo lugar para melhorar a resistência e a forma, é por isso que estamos tendo esse período de treinos aqui - disse a técnica da seleção antes de um dos treinos no CT da CBF em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro.

O grupo, que ficará treinando na Granja até sábado, é formado por 12 jogadoras que já encerraram a temporada em seus clubes na Europa, além da volante Angelina, liberada pelo OL Reign, dos EUA, já que está retornado de onze meses de inatividade após se recuperar de ruptura no ligamento do joelho. Embora as jogadoras na Granja estejam "no radar" da treinadora, nem todas têm presença garantida na Copa.

Pia Sundhage, em treino da seleção feminina na Granja Comary nesta semana — Foto: Thais Magalhães/CBF

Depois da convocação na terça-feira, começa uma corrida contra o tempo, com etapas de trabalho bem definidas. Primeira parada: Brasília, onde a seleção brasileira enfrentará o Chile, dia 2, no amistoso de despedida da torcida antes da viagem para a Austrália.

No país da Copa, o Brasil iniciará a preparação em Gold Coast. Antes de ir a campo, porém, é hora de ajustar o relógio biológico, já que cidade do litoral Oeste está 13 horas à frente do horário de Brasília.

- O próximo passo é nos preparar para o fuso horário, temos uma equipe médica preparando tudo para a gente saber quantos dias serão necessários para ter o menor período de jet leg (adaptação ao fuso) - explicou Pia.

Como treinadora, eu quero ir logo para os treinos já no primeiro dia, mas eu não posso fazer isso porque teremos o jet leg.
— Pia Sundhage, técnica da seleção brasileira

Pia Sundhage, técnica da seleção brasileira feminina, na Granja Comary — Foto: Allan Caldas

E, então, finalmente os treinos em campo, para os ajustes finais antes da estreia, dia 24 de julho, contra o Panamá, em Adelaide. Hora de focar nas "prioridades corretas" e ajustar o esquema de jogo já conhecido pelas jogadoras.

- Assim que a gente for para o campo, é hora de repetir. Repetir o que é importante na defesa, o que é importante no ataque, que estilos de ataque podemos ter, repetir, repetir, e ter conversas individuais para lembrar a elas o que precisamos fazer juntas.

É hora de muita repetição, não acho que vamos trazer algo novo, não temos tempo para isso.
— Pia Sundhage, técnica da seleção feminina

Para Pia, a chave para o sucesso do Brasil na Copa virá do bom aproveitamento dos treinos na Austrália.

- A parte mais difícil é definir as prioridades. Quantos cruzamentos, quantos escanteios nós devemos treinar. Nós só temos 24 horas por dia, acho que o tempo e as prioridades corretas vão decidir se vamos jogar muitas partidas (na Copa do Mundo) ou não - encerrou a treinadora.

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