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O último e mais recente dos cinco títulos do San Francisco 49ers aconteceu em 1995, com uma performance dominante do time vermelho e dourado em Miami. A diferença final de 23 pontos, equivalente a três touchdowns com duas conversões de dois pontos e mais um ponto extra, ainda é um tanto enganosa, já que os Niners chegaram a abrir 32 pontos no terceiro quarto e lideravam por 31 no último período antes de o San Diego Chargers diminuir com um touchdown, mais uma conversão de dois pontos, na reta final. O quarterback Steve Young passou para seis touchdowns, um recorde que permanece até hoje.

O primeiríssimo Super Bowl - que ainda nem se chamava Super Bowl - teve também seu primeiro massacre. O AFL-NFL World Championship Game surgiu em 1967 como um tira-teima entre os campeões da tradicional National Football League (NFL) e da jovem rival American Football League (AFL), dois anos antes de uma fusão entre as duas ligas. A expectativa geral era que o time da NFL amassaria o time da AFL, e o Green Bay Packers fez justamente isso: venceu o Kansas City Chiefs, à época campeão da AFL, por 25 pontos de diferença.

A defesa do Baltimore Ravens na temporada 2000-01 foi histórica, cedendo apenas 165 pontos, um recorde na época. E no Super Bowl, a equipe mostrou novamente sua capacidade defensiva, limitando o New York Giants a apenas sete pontos - marcados num retorno de kickoff, ou seja, os pontos foram cedidos pelos times especiais dos Ravens, não pela defesa, que interceptou o quarterback adversário Kerry Collins quatro vezes. Uma dessas interceptações foi retornada 49 jardas por Duane Starks para touchdown. O linebacker Ray Lewis foi apontado Jogador Mais Valioso (MVP) do Super Bowl, apenas a sexta vez que um defensor recebeu a honraria.

A defesa dos Giants também era muito boa e limitou o quarterback Trent Dilfer a 153 jardas aéreas e um touchdown, mas Baltimore contou com uma atuação brilhante do running back calouro Jamal Lewis (102 jardas corridas e um touchdown), dois field goals convertidos por Matt Stover e um retorno de kickoff de Jermaine Lewis para touchdown, que produziram a diferença de 27 pontos na partida.

O título do Tampa Bay Buccaneers em 2003 foi semelhante ao dos Ravens dois anos antes. A equipe da Flórida chegou ao seu primeiro Super Bowl atrás de uma defesa dominante, que liderou a liga em todas as principais estatísticas defensivas. E apesar de chegarem à final como "azarões" nas casas de apostas, os Buccaneers arrasaram o favorito Oakland Raiders. O time californiano abriu o placar com um field goal, mas sofreu 34 pontos consecutivos. No desespero, Oakland ainda conseguiu encostar em 13 pontos no último quarto, mas duas interceptações retornadas para touchdown nos últimos minutos levaram a diferença de volta aos 27 pontos.

A defesa dos Bucs foi a grande responsável pela vitória, com cinco interceptações impostas ao quarterback adversário, Rich Gannon - um recorde do Super Bowl que ainda permanece. Três dessas interceptações foram retornadas para touchdowns, e o safety Dexter Jackson, responsável por duas interceptações, foi escolhido MVP - apenas a segunda vez que um jogador de sua posição recebeu o prêmio.

Além de uma lavada, o 18º Super Bowl também foi uma grande zebra, já que o Washington Redskins era favorito após produzir a melhor campanha da NFL, liderar a liga em jardas terrestres e bater o recorde de pontos numa temporada na época (541). O time da capital americana buscava o bicampeonato consecutivo, mas este sonho foi esmagado em todas as fases do jogo pelo Los Angeles Raiders, que venceu por 29 pontos de vantagem. A equipe negra e prateada foi a primeira na história do Super Bowl a marcar touchdowns no ataque, na defesa e nos times especiais no mesmo jogo.

Quatro anos depois da surra sofrida contra os Raiders, o Washington Redskins descontou no Denver Broncos com um triunfo por 32 pontos de diferença. Os Broncos eram os favoritos e pareciam prontos para confirmar os prognósticos ao abrir 10 a 0 no primeiro quarto, mas os Redskins responderam com inacreditáveis 35 pontos no segundo período, um recorde do Super Bowl até hoje. O líder do massacre foi Doug Williams, primeiro quarterback afro-americano a ser titular, campeão e MVP do Super Bowl. Ele marcou quatro touchdowns e anotou 340 jardas aéreas. A defesa também fez sua parte, interceptando três vezes o celebrado John Elway, de Denver.

O Super Bowl de 1993 é um dos mais memoráveis da história, apesar do placar dilatado. Foi neste jogo em Tempe, Arizona, que Michael Jackson fez o show do intervalo que se tornaria o padrão de comparação para todos os demais. Em campo, a partida marcou o retorno do tradicional Dallas Cowboys aos seus tempos de glória, e o terceiro vice-campeonato consecutivo do Buffalo Bills. Se um tri-vice já não era tristeza o suficiente, a forma como os Bills foram atropelados foi ainda mais doída para seus fãs.

Buffalo abriu o placar com um touchdown, mas Dallas dominou o restante do jogo, abrindo uma vantagem de 18 pontos ainda no segundo quarto e levando até 35 no final, graças a 21 pontos no último quarto. E ainda poderia ser mais: o wide receiver Don Beebe, dos Bills, impediu um touchdown ao derrubar Leon Lett, dos Cowboys, na linha de uma jarda após um retorno de 64 jardas de recuperação de fumble, numa das jogadas mais memoráveis da história do Super Bowl. Dallas forçou nove turnovers dos Bills, um recorde no Super Bowl que segue de pé.

O primeiro Super Bowl disputado na área metropolitana de Nova York na história foi um dos mais decepcionantes para qualquer um que não fosse torcedor do Seattle Seahawks. O confronto entre a melhor defesa da liga (Seattle) e o melhor ataque (Denver Broncos) foi dominado completamente pelo primeiro. O jogo começou com um safety (quando a defesa mata a jogada de ataque na endzone adversária) logo na primeira jogada ofensiva, e os Seahawks dominariam completamente a partir daí, abrindo 36 a 0, melhor início de uma equipe num Super Bowl, no terceiro quarto.

Considerado um dos melhores quarterbacks de todos os tempos, Peyton Manning diminuiu para os Broncos com um passe de touchdown e uma conversão de dois pontos, mas Seattle voltou a pontuar no quarto derradeiro para selar a vitória por 35 pontos. Mais uma vez, o MVP da partida foi um jogador de defesa, o linebacker Malcolm Smith, que retornou uma interceptação 69 jardas para um touchdown e recuperou um fumble.

Você já percebeu um tema nesta lista: a maioria dos grandes massacres foi produzida por grandes defesas. Não foi diferente em 1986, quando a histórica defesa do Chicago Bears comandou a equipe ao seu único título de Super Bowl até hoje, num atropelo de 36 pontos contra os Patriots. Após chegar à grande final sem sofrer pontos nos playoffs, Chicago era favorito por 10 pontos contra New England, que teve de vencer três jogos fora de casa para se classificar.

Os Patriots até saíram na frente rapidamente, com um field goal a 1min19s após recuperar um fumble no campo de ataque. Mas a partir daí, só deu Bears. A furiosa defesa do coordenador Buddy Ryan permitiu apenas sete jardas terrestres e sacou o quarterback adversário sete vezes. A facilidade foi tanta que, ainda no terceiro período, Chicago marcou um touchdown antológico usando o defensive tackle William Perry, apelidado de "Refrigerador" pelo seu tamanho, como running back no ataque.

Trinta e quatro anos depois, os 45 pontos de diferença entre San Francisco 49ers e Denver Broncos no Super Bowl XXIV ainda são a maior margem de vitória da história da grande decisão da NFL. Foi a coroação definitiva do time mais dominante da década de 1980, com seu quarto título em nove anos e segundo consecutivo. Os Niners marcaram dois touchdowns em cada um dos quatro períodos e quebraram o recorde de pontos (55) e touchdowns (oito) marcados por uma equipe num Super Bowl.