+ 5 dicas para reduzir as dores no joelho e evitar lesões
+ Dores no joelho? Não se desespere! Fortaleça a musculatura e descanse

Assim como em todas as lesões esportivas, existem fatores intrínsecos, ou seja, da própria pessoa, e fatores extrínsecos, que envolvem a modalidade esportiva e como a pessoa a pratica.

Causas:

• Fatores intrínsecos envolvem anatomia do joelho, peso, preparo físico prévio e a presença ou não de uma biomecânica correta a prática da corrida. O fator anatômico mais importante é a chamada patela bicuda, ou seja, olhando o joelho de lado, a parte inferior da patela ao formar um bico excessivo acaba gerando cisalhamento no tendão levando inicialmente a alterações degenerativas e posteriormente a possibilidade de ruptura espontânea.
• Fatores extrínsecos clássicos incluem a falta de acompanhamento de um treinador especializado em corrida, aumentos súbitos de volume e intensidade do treinamento, geralmente visando determinada prova, e a falta de preparo para o esporte. Classicamente, o corredor de rua acaba negligenciando os exercícios de fortalecimento.
  Superfícies irregulares de corrida, calçados inadequados e falta de aquecimento adequado também podem sobrecarregar o tendão patelar. Além disso, desequilíbrios musculares, falta de flexibilidade e histórico prévio de lesões no joelho podem predispor os corredores a essa condição.

O principal sintoma é a dor na região do joelho, que pode ocorrer apenas no início da atividade física ou logo após o exercício extenuante. Com o tempo, a dor piora e impede a prática de esportes, além de interferir nas atividades diárias, como subir escadas e levantar de uma cadeira.

Durante a corrida, a repetida flexão e extensão do joelho, combinada com as forças de impacto resultantes das passadas, pode sobrecarregar o tendão patelar, levando a microlesões e inflamação. Uma mecânica de corrida ineficiente, como um padrão de passada inadequado ou fraqueza muscular, pode agravar essas tensões, contribuindo para o desenvolvimento da tendinite.

O diagnóstico da tendinite patelar na corrida de rua é geralmente baseado em avaliações clínicas e sintomas relatados pelo corredor. Exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética, podem ser usados para confirmar a presença da lesão e avaliar sua gravidade. O profissional de saúde também deve considerar a análise da mecânica de corrida e a avaliação da postura para identificar possíveis fatores contribuintes.

O tratamento da tendinite patelar na corrida de rua envolve uma abordagem multidisciplinar:

• Inicialmente, a redução do volume de treinamento, sendo que o ideal é jamais retirar o individuo do esporte sob pena de agravamento de condições psicológicas e perda da especificidade da contração muscular.
• A fisioterapia desempenha um papel crucial, visando fortalecer os músculos envolvidos e melhorar a biomecânica da corrida.
• Técnicas de alongamento e exercícios de estabilização do núcleo também são incorporados para prevenir a recorrência da lesão.
• Nos casos onde a patela se mostra bicuda e existe muita degeneração ao seu redor, com sinais de pré-ruptura, dependendo do nível de atividade física do indivíduo é indicada a cirurgia clássica de Blazina. Nela, este bico e a área degenerada são retirados, restabelecendo o fluxo sanguíneo e a melhoria da qualidade do tendão, com pronto alívio de sintomas e taxas altíssimas de retorno ao esporte.

A tendinite patelar na corrida de rua é uma preocupação significativa para os corredores, especialmente devido à natureza repetitiva desta atividade. A compreensão dos fatores de risco, mecanismos de lesão, diagnóstico precoce e implementação de estratégias de tratamento e prevenção são essenciais para minimizar o impacto dessa condição nos atletas. Corredores devem priorizar o fortalecimento muscular, a técnica de corrida adequada e o monitoramento regular da intensidade do treinamento como parte de uma abordagem integral para evitar a tendinite patelar e promover a saúde a longo prazo.

Mais dúvidas? Pode me chamar no @dr.adrianoleonardi.

Referência:
Jumpers Knee, 2018.