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Por Turibio Barros e Gerseli Angeli

Mestres e doutores em Fisiologia do Exercício pela UNIFESP-EPM

Campos do Jordão


O envelhecimento produz alterações significativas no cérebro, inclusive no hipocampo, área cerebral relacionada à memória, levando a déficits em componentes muito importantes da memória. Esse processo inicia-se por volta dos 40 anos de idade. Decifrar os mecanismos pelos quais ocorre a perda de memória decorrente do envelhecimento é crucial para determinar as intervenções terapêuticas mais adequadas, garantindo um envelhecimento mais saudável e com mais qualidade de vida. E o exercício pode servir como medida de contenção para a perda da memória inerente ao processo de envelhecimento através do aumento do hormônio osteocalcina.

A prática de exercícios melhora os ossos e o cérebro, e uma coisa está ligada à outra — Foto: Istock Getty Images

Nos ossos, há os osteoblastos, células jovens responsáveis pela produção da parte orgânica da matriz óssea. E são os osteoblastos liberam esse hormônio, está envolvido em diversos processos, tais como secreção e sensibilidade à insulina, aumento da testosterona e regulação do gasto energético.

Ocorre que, o hormônio osteocalcina também aumenta a neurogênese (formação de novos neurônios) no adulto, aumentando os níveis de serotonina, dopamina e diminuindo os níveis do neurotransmissor inibitório chamado GABA (ácido gama amino-butírico), responsável pelo relaxamento.

Além disso a osteocalcina contribui para potencializar a memória através de sua relação com uma proteína específica que controla suas ações benéficas, protegendo a sobrevivência de neurônios existentes e promovendo a formação de novas sinapses e a diferenciação de novos neurônios.

Acredita-se que o exercício, ao promover o aumento da massa óssea, aumente os níveis do hormônio osteocalcina, desencadeando esse processo regulador que resulta na melhora da memória e de outros processos cognitivos.

Exercícios físicos provocam aumento da massa óssea, onde se produz o hormônio osteocalcina, que afeta positivamente a memória — Foto: Istock Getty Images

Esse seria mais um mecanismo através do qual a prática regular de exercícios físicos contribui não só para a saúde e a performance física, como também a mental. Exercício é vida!

* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do ge / Eu Atleta.

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