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Por Cris Perroni

Nutricionista formada pela UFRJ, pós-graduada em obesidade e emagrecimento, com especialização em nutrição clínica e em nutrição esportiva

Rio de Janeiro


De um lado temos o excesso de peso e a obesidade acometendo mais da metade da população brasileira. No outro extremo crescem os transtornos alimentares, como anorexia, bulimia, vigorexia e ortorexia. Mas o que é ortorexia? Ortorexia é a preocupação excessiva em consumir alimentos saudáveis, naturais, puros, minimamente processados e livres de aditivos, e acomete ambos os sexos. Não há uma preocupação direta com o corpo como acontece na anorexia e na bulimia, a questão é com a qualidade alimentar. Ter atenção com a alimentação e buscar escolhas saudáveis é algo bom, mas quando vira uma obsessão, torna-se um problema.

A ortorexia gera uma obsessão pela alimentação que pode levar a isolamento social e alterações de humor — Foto: Istock Getty Images

Sintomas e características da ortorexia

  1. Rigidez na escolha de alimentos;
  2. Excesso de restrições alimentares;
  3. Obsessão pela compra e preparo da comida;
  4. Busca apenas de alimentos naturais, orgânicos, sem nenhum aditivo;
  5. Geralmente, a pessoa só consome o que ela mesma prepara;
  6. Recusa-se a comer alimentos industrializados;
  7. Abre mão de estar com amigos para não sair da sua dieta ou sai de casa já alimentado;
  8. Não valoriza o prazer com a comida;
  9. Obsessão pela leitura do rótulo de alimentos;
  10. Exclusão de nutrientes da dieta, como gorduras, carboidratos, glúten e lactose.

A era digital incentiva ainda mais este comportamento ao colocar maior foco na imagem do que no momento, na companhia e no prazer.

Há uma linha muito tênue entre ter qualidade alimentar, ser saudável e ter uma dieta equilibrada e, por outro lado, um comportamento obsessivo com a dieta. É importante a preocupação com a utilização de alimentos industrializados com rótulos “mais limpos”, com menos aditivos e ingredientes. Entretanto, a alimentação precisa ser equilibrada, flexível, colorida e variada, ou pode levar a deficiências nutricionais e problemas de saúde como anemia, perda excessiva de peso e osteopenia, além de isolamento social e alterações de humor.

Comer é mais do que nutrir, do que ingerir calorias, carboidratos, proteínas, gorduras e fibras. A alimentação tem DNA, conta nossa história, confraterniza, agrega e deve gerar prazer.

* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do ge / Eu Atleta.

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