Eliminada na final da chave inferior do Valorant Champions, a LOUD encerrou a temporada 2023 no top-3 do cenário internacional, abaixo da campeã, a norte-americana Evil Geniuses (EG), e da vice, a Paper Rex, do Pacífico, depois de ter sido a campeã mundial no ano passado.
Integrantes do time de Valorant da LOUD com troféu do VCT Américas — Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games
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Saadhak vê LOUD "muito testada" no Valorant Champions e se diz satisfeito com ano
Nesta temporada, a LOUD vivenciou altos e baixos, do título do primeiro VCT Américas à eliminação com duas duras derrotas no Valorant Masters Tokyo, no qual a equipe fez a pior campanha de sua história. Mas sempre se mantendo na elite da modalidade, assim como fez em 2022.
Início promissor
Em um ano em que precisou substituir Gustavo "Sacy" e Bryan "pANcada" por Arthur "tuyz" e Cauan "cauanzin", a LOUD começou promissora ao chegar à final do VCT LOCK IN, campeonato internacional realizado em São Paulo que reuniu os 30 clubes participantes das franquias e dois convidados da China. A equipe brasileira ficou com o vice, mas poderia ter sido o título, se não fosse a histórica virada da europeia Fnatic quando o placar estava 11-3 para os brasileiros no quinto e decisivo jogo.
Foi a primeira derrota em séries da LOUD jogando no Brasil, depois de dominar os campeonatos nacionais de 2022, apesar de times brasileiros já terem sofrido reveses em outras modalidades em torneios internacionais em casa.
Cauanzin disse, naquela ocasião, que a LOUD cumpriu o objetivo para o VCT LOCK IN. Para chegar à decisão, a equipe derrotou a sul-coreana Gen.G, a francesa Karmine Corp, a norte-americana NRG e a sul-coreana DRX, nesta ordem.
Jogadores de LOUD e Fnatic no palco do VCT LOCK IN antes da final — Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games
Ápice e decepção
No VCT Américas, a LOUD continuou muito bem. Na fase classificatória, a LOUD sofreu a única derrota só na Rodada 9, para a NRG, avançando para os playoffs como líder, com oito vitórias. Nos playoffs, a equipe desbancou a FURIA, a EG e a NRG na decisão, com uma impactante vitória por 3 a 0.
Como campeã americana, a LOUD chegou com moral ao Masters de Tóquio e entrou diretamente nos playoffs. Mas a campanha acabou sendo uma decepção, a pior da história da organização no Valorant. Primeiro, a equipe estreou com derrota para a EG, tendo conseguido vencer só 12 rounds nos dois jogos da série. Na rodada seguinte, o time perdeu para a chinesa EDward Gaming (EDG) e deu adeus à disputa.
Jogadores demonstraram insatisfação com os resultados e o capitão, Matias "Saadhak", revelou que a LOUD havia enfrentado "muitos problemas fora do servidor". Ele se recusou a explicar a que se referia, o que deixou a impressão de problemas internos no elenco.
Aspas (esq.) e Less, jogadores do time de Valorant da LOUD, em ensaio fotográfico antes do Valorant Champions 2023 — Foto: Stefan Wisnoski/Riot Games
Crise e saída de aspas
Um mês depois da eliminação, o insider Rod "Slasher" cravou que Erick "aspas", o astro da LOUD, sairia da equipe depois do Valorant Champions pois estaria tendo desavenças com os companheiros, principalmente com Felipe "Less". O elenco estaria rachado, e as chances de aspas sair seriam de mais de 90%. A informação, que desencadeou um noticiário negativo sobre o futuro da LOUD, caiu como uma bomba a duas semanas da estreia no campeonato mundial.
No mesmo dia, Saadhak e Less se manifestaram para contestar a notícia, enquanto aspas se manteve em silêncio. Os jogadores, conforme eles próprios repetiram várias vezes depois, se fecharam em uma bolha para tentar evitar o clima de pessimismo decorrente da campanha decepcionante em Tóquio e da possibilidade de aspas jogar pela LOUD pela última vez.
Jogadores do time de Valorant da LOUD de cabeça baixa em ensaio fotográfico antes do Valorant Champions 2023 — Foto: Stefan Wisnoski/Riot Games
Campanha sem favoritismo
Tanto é que a imprensa internacional não colocou a LOUD no pote de principais times do Valorant Champions, apontando a europeia Fnatic, a EG e a Paper Rex como favoritas.
Antes de o principal campeonato do ano começar, Saadhak disse que "o futuro é com Deus" ao ser questionado se a disputa em Los Angeles, nos Estados Unidos, poderia ser a última apresentação deste elenco;
Quando a LOUD estreou na fase de grupos com derrota para a DRX, para a qual nunca havia perdido antes, o pessimismo da comunidade aumentou. Em uma entrevista coletiva tensa, aspas não apareceu e os demais jogadores deram respostas curtas e grossas.
O clima melhorou com as vitórias. Ainda pelo Grupo D, a LOUD derrotou as europeias Team Liquid, campeã do VCT EMEA, e NAVI.
Jogadores do time de Valorant da LOUD se abraçam após vitória contra Fnatic na abertura dos playoffs do Valorant Champions 2023 — Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games
Nos playoffs, a equipe começou com uma improvável vitória contra a Fnatic, algoz do VCT LOCK IN e que era considerada a principal candidata ao título mundial. Depois, os brasileiros perderam para a Paper Rex, em uma série em que estiveram perto de fechar o primeiro jogo, o que daria uma vitória por 2 a 0.
Na chave inferior, a LOUD se vingou da eliminação do Masters de Tóquio da EDG e novamente derrotou a Fnatic, eliminando os europeus que venceram os dois campeonatos internacionais anteriores da temporada.
Na final da parte de baixo da tabela, a LOUD saiu atrás da EG, perdendo os dois jogos iniciais da série em melhor de cinco partidas (md5), e se recuperou ao levar os dois duelos seguintes. No mapa decisivo, porém, a EG levou a melhor e eliminou os brasileiros no 3º lugar.
Na entrevista coletiva pós-eliminação, Saadhak relembrou o título do VCT Américas, o vice do VCT LOCK IN, a decepção no Masters de Tóquio e o top-3 do Valorant Champions, no qual a LOUD enfrentou vários adversários de peso, para se dizer "muito satisfeito" com os resultados do ano. Em entrevista na transmissão brasileira, o capitão da LOUD definiu a temporada como "mais do que perfeita".
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