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Por Gabriel Oliveira — São Paulo


Depois do quinto vice consecutivo da paiN Gaming no Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLOL), Matheus "Dynquedo" disse que "estaria totalmente feliz" em jogar novamente ao lado de Eui-seok "Wizer" e Marcos "CarioK" - o trio que compõe a base do elenco da organização desde 2022. Em entrevista exclusiva ao blog, o jogador analisou a derrota por 3 a 2 para a LOUD na final do 1º Split do CBLOL 2024 e declarou que estaria satisfeito em continuar com o mesmo elenco, embora eventuais mudanças para o 2º Split ainda não tenham sido discutidas.

"Eu estaria feliz em jogar com eles novamente", diz Dynquedo sobre elenco da paiN

"Eu estaria feliz em jogar com eles novamente", diz Dynquedo sobre elenco da paiN

— É uma informação que eu realmente não tenho por agora. Se eu falar de mim, tenho muita confiança neles, então eu estaria totalmente feliz em jogar com eles novamente. Sinto também que seria um caminho certo para a gente chegar a uma próxima final tão bem quanto a gente chegou a esta e que a gente seja melhor nos detalhes. Eu estou bastante confiante para jogar com eles novamente, independente do que aconteça — disse Dynquedo, referindo-se a Wizer e CarioK.

Dynquedo (à frente), com jogadores da paiN Gaming, logo após a derrota para a LOUD na final do 1º Split do CBLOL 2024 — Foto: Bruno Alvares/Riot Games

Os três jogam juntos desde o 1º Split do CBLOL 2022, com as posições de atirador e suporte tendo passado por mudanças nesses anos. De 2023 para cá, a equipe contratou Alexandre "TitaN" e Won-yeong "Kuri".

— Nosso time tem uma base muito forte. A gente já mudou algumas vezes, mas sempre conseguiu manter o alto nível, chegando a todas essas finais durante esses dois anos. Por mais que os resultados nas finais não tenham sido bons, a gente sempre demonstrou que realmente é um time com o qual tem que se preocupar. Com as entradas do TitaN e do Kuri, a gente mostrou que nosso time tem mais armas e ferramentas para os outros se preocuparem e mais jeitos de jogar.

— Eu realmente não sei o que vai acontecer. Mas eu sempre defendi que, quando você tem um time com uma base e uma equipe fortes, o certo não é sair mudando todo mundo. Você tem que mudar pequenas peças e detalhes que vão fazer o time realmente se encaixar e ser um time muito forte. Eu confio bastante no Wizer e no Cacá. Eu confio também bastante em mim. Talvez seja um pouco de azar. Eu sinto que, quando a gente conseguir encaixar de os três estarem em um momento bom, a gente vai ser realmente um time muito forte.

PaiN errou em entender proposta da final, avalia Dynquedo

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Dynquedo ainda tratou de sair em defesa do treinador Hyeok "Xero", que também está na organização há anos e vem sendo criticado por parte da torcida.

— Não foi nada conversado, mas o Xero é um cara em quem a gente tem muita confiança. Todos os jogadores que passaram pela paiN o elogiam, então, com certeza, ele tem muitos pontos positivos para agregar. Ele sempre ajuda. Se a gente chegou à final tantas vezes, com certeza tem muito dele ali por trás. Também é um cara que eu estaria totalmente confortável em jogar novamente. O Caca, o Wizer e o Xero, a gente está há um tempo juntos, então uma realização muito pessoal minha seria a gente conseguir um título juntos.

Dynquedo fala de início atrás e virada na final contra LOUD

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Análise da derrota

Na decisão, no último sábado (20), a LOUD saiu na frente do confronto em melhor de cinco partidas (md5), o que fez a comunidade pensar em nova vitória unilateral, como nos três encontros decisivos anteriores. Só que a paiN virou e, pela primeira vez na história, ficou à frente do placar. Ainda assim, a LOUD conseguiu se recuperar e, ao vencer as duas últimas partidas, fechou a série em 3 a 2.

— Em uma série pegada assim, sempre falta algum detalhezinho de vários pontos, né? São coisas pequenas, de vários pontos que poderiam ter sido melhores e feito a diferença. Às vezes ter jogado um pouco melhor individualmente poderia ter feito a diferença. Talvez ter um 'draft' mais fácil poderia ter feito a diferença. Foi um pouco de cada ponto que poderia ter nos ajudado. Eu sinto que, nos jogos 4 e 5, a gente não teve uma leitura tão boa do que poderia fazer, de plano de jogo e de 'draft', para continuar no raciocínio que estava tendo — lamentou Dynquedo.

— Eu sinto que a série estava sendo definida mais com uma composição 'mid' e 'late game', realmente com uma 'comp' com uma 'teamfight boa' e controle de objetivo bom. Eu sinto que a gente tentou 'snowballar' para o 'early game'. Não acho que essa era a proposta correta da série. Isso é o que mais a gente conversou e sentiu depois.

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Frustração maior

Para Dynquedo, a frustração se tornou ainda maior do que nas derrotas nas finais anteriores, já que, desta vez, a paiN chegou perto de conquistar o título e sair da fila.

— Por alguns pontos a gente pensa por um lado positivo, mas, ao mesmo tempo, para mim pelo menos ali no momento, foi tão frustrante quanto, talvez mais, porque, no fim das contas, é uma derrota. E eu nunca vou me contentar com 'pelo menos jogamos bem'. Não existe isso no patamar em que a gente está. Óbvio que tem os pontos positivos, eu entendo que a gente pelo menos demonstrou jogo. Faz parte da competição perder uma série de 3 a 2 para um time forte em uma série disputada.

— Só que, ao mesmo tempo, o sentimento de frustração ainda foi bem grande ali no momento, porque eu ainda tenho muita sede de título para a paiN Gaming. Eu quero muito entregar isso para os fãs e para o meu time, então o sentimento de frustração ainda foi bem pesado.

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