O Atlético-CE subiu com brilho do goleiro Carlão, ao defender quatro cobranças na disputa de pênalti contra a Ferroviária, e a estrela do jovem atacante Ewerton. O clube tem à frente a presidente Maria Vieira. Recebe o Campinense neste sábado (23), às 15 horas, no primeiro jogo da semifinal da Série D do Brasileiro. O jogo no Domingão, em Horizonte, não terá público.

- Aqui eu já subi time para a Série A do estadual (sobre parceria com o Crato em 2020) para jogar contra o Atlético, faço isso sem nenhum medo de estar prejudicando meu escudo, pois dentro de campo jogam 11 contra 11. E devemos respeitar este duelo dentro de campo e as boas relações fora dele. Espero que a torcida do Campinense receba meu time entendendo que para além de um time existem varias famílias em casa esperando seus esposos, pais, filhos e amigos voltarem bem - enfatiza Maria.

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Hoje Atlético-CE, antes Uniclinic. A Águia da Precabura foi fundada em 7 de março de 1997, e tão logo estreou na Segunda Divisão do Campeonato Cearense, sagrou-se campeão e conquistou o acesso à elite do futebol estadual. Em 2014, na Terceirona do Cearense, também faturou o título e o consequente acesso, retornando à elite em em 2016, ano em que teve uma temporada histórica.

Quando disputou o estadual em 2016, o então Uniclinic jamais imaginou que poderia ir tão longe. Com a supremacia de Ceará e Fortaleza nos anos anteriores, ficava difícil acreditar que alguma equipe poderia fazer frente aos maiores times do estado. Foi lá que o improvável, porém não impossível, aconteceu.

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Na primeira fase, brigou pela liderança do Grupo A com o Fortaleza. Avançou em segundo, com apenas um ponto a menos (18 para o Uniclinic). Na sequência, avançou às semifinais com uma rodada de antecedência ao lado do mesmo Tricolor do Pici no Grupo B1. Nas semifinais, eliminou o Guarani de Juazeiro ao empatar no placar agregado (2 a 0; 0 a 2) e ter melhor campanha na primeira fase.

Chegou à decisão, perdendo os dois jogos para o Fortaleza (4 a 1; 1 a 0) e ficando com o vice-campeonato. No entanto, o ano de 2016, mágico para a Águia da Precabura, trouxe ainda mais motivos para comemorar. Com o vice-campeonato, de quebra, o Uniclinic faturou ainda vagas para disputar a Copa do Nordeste 2017, a Copa do Brasil 2017 e a Série D de 2016 e 2017.

Na Série D de 2016, o Uniclinic chegou aos 16-avos de final, mas no ano seguinte, abriu mão da vaga na Quarta Divisão por motivos financeiros. Sem investidores, o clube encontrou a solução no cearense Ari (atacante do Lokomotiv Moscou, na época), atacante que fez história no futebol russo, que arrendou o clube em 2017 e passou a ficar à frente da gestão. O time acabou mudando de nome. E foi aí que nasceu o Atlético-CE.

Se a fase de grupos contava com três times cearenses, o Atlético-CE talvez não fosse o favorito para se classificar com facilidade. No Grupo 2, o Guarany de Sobral foi soberano, avançando em primeiro com 28 pontos. No Grupo 3, o Caucaia terminou na lanterna, com nove pontos, enquanto o Atlético-CE passou em quarto, no limite das vagas, com 21 pontos. A campanha de 14 jogos teve seis vitórias, três empates e cinco derrotas.

Na segunda fase, a Águia da Precabura encarou o Juazeirense, empatando o jogo de ida em 1 a 1 e vencendo na volta, com a emoção dos pênaltis, por 5 a 3.

Nas oitavas de final, encarou o Paragominias e, em casa, no Domingão, abriu um importante resultado de 2 a 0, levando a vantagem de poder até perder por 1 gol de diferença e ainda assim avançar à fase seguinte. A vitória fez a diferença. No segundo jogo, perdeu fora de casa por 2 a 1, mas ainda assim conseguiu avançar ao mata-mata decisivo.

Nas quartas, empatou o primeiro jogo em 1 a 1 contra a Ferroviária e levou para o estádio da Fonte Luminosa, em São Paulo, o jogo mais importante do ano até então. Longe de casa, o zero a zero insistiu no tempo normal e, nas penalidades, venceu por 4 a 3, com o goleiro Carlão defendendo as duas últimas cobranças.