Principal nome da canoagem no Brasil, Isaquias Queiroz segue insaciável por fazer história. Mesmo com as quatro medalhas conquistadas em Jogos Olímpicos, o canoísta se mostrou empolgado para Paris 2024. Além de comentar a intensa série de treinos, ele relembrou as dificuldades na carreira e a importância do filho, Sebastian, em entrevista para Globonews nesta semana.
– Estamos fazendo um acumulativo de treinamento intenso, com água e academia o tempo todo. Quero muito chegar em Paris com o físico em forma. Ao longo da minha vida, tive vários desafios na canoagem e na vida pessoal. Quanto maior o desafio, mais a gente vai saber executar e ultrapassá-lo – afirmou Isaquias, em entrevista à Globonews.
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Lições de um campeão: o que o atleta pode aprender com a derrota?
Desafios passaram a ser rotina na vida de Isaquias. Logo aos três anos, sofreu queimaduras após uma panela de água quente cair sobre si. Já aos dez, caiu de uma árvore e bateu com as costas sobre uma pedra. Na queda, sofreu uma hemorragia interna e precisou tirar dois rins devido ao impacto.
Ainda assim, saiu de casa aos 15 anos para conquistar o mundo. Nas Olimpíadas do Rio, em 2016, bateu recorde como atleta brasileiro a conquistar mais medalhas em apenas uma edição dos Jogos: duas pratas e uma bronze. Em Tóquio 2021, Isaquias voltou ao pódio, dessa vez com a tão sonhada medalha de ouro. Porém, o estigma das dificuldades voltaram à tona.
– Faltando duas semanas para viajar para Tóquio, tive um corte na mão direita, onde peguei quinze pontos nela. É a mão onde faço maior pressão no remo, para tracionar a remada. O treinador achou que estava tudo acabado, mas ali vi o quanto quis me superar, porque foram cinco anos de vida dedicados a treinamento, e não podia deixar escapar entre meus dedos, literalmente – completou o canoísta.
Isaquias Queiroz após a conquista da medalha de ouro em Tóquio — Foto: Reprodução
Em Paris 2024, Isaquias pode se tornar o brasileiro com mais medalhas na história dos Jogos Olímpicos. Acima dele, apenas os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, ambos com cinco. Ainda que o marco esteja próximo, a motivação do canoísta vem de outro lugar: da família.
– Entrei na seleção com 15 anos, hoje estou com 28. Quero parar um pouco e aproveitar, mas o Sebastian acaba auxiliando, suprindo a necessidade de parar, de desistir. Acho que ele me dá ainda mais energia e quero que ele chegue lá na frente com orgulho do pai dele, do que ele fez pelo país dele, pela bandeira brasileira, pelo Brasil – completou.
Isaquias Queiroz medalha de ouro no C1 1000m — Foto: André Durão/ge
Isaquias Queiroz foi responsável por elevar o nível da canoagem no Brasil. Ele sabe da responsabilidade que carrega, mas segue sem sentir a pressão. A intensa preparação em que se submete lhe dá a certeza de que um bom trabalho segue sendo feito, e que ele só depende de si para seguir fazendo história.
Se a meta é uma medalha em Paris 2024, a certeza é o orgulho que ele proporciona a todo cidadão brasileiro.
-- Eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas são aqueles que unem o país todo. E representar o Brasil é muito importante. Quero muito que o Sebastian e todas as crianças brasileiras possam aprender a competir e se orgulhar de Isaquias Queiroz, de ter representado bem o Brasil.
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