O campeão olímpico Isaquias Queiroz quer conquistar mais uma (na verdade, duas) medalhas para a coleção nesta semana. O baiano vai em busca delas no Mundial de Canoagem Velocidade, que acontece de 3 a 7 de agosto, em Halifax, no Canadá. O sportv transmite as finais no sábado e domingo.
Competição grande, com Isaquias, tem pódio do Brasil. Sejam Olimpíadas ou Mundiais, ele sempre consegue ganhar um adereço novo para pendurar no pescoço.
- Sair de uma competição com pescoço pelado é uma sensação muito ruim...
Isaquias Queiroz vai pro Mundial de Canoagem Velocidade no Canadá
E essa sensação Isaquias não tem faz tempo. A última vez que isso aconteceu foi antes de ele entrar para a história nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
- De 2013 para cá, quando comecei a treinar pesado com Jesus, no método dele, acho que só na Copa do Mundo da Alemanha, em 2016, no ano olímpico, estava em preparação para as Olimpíadas e não estava bem. No C1 1.000m eu não completei a prova e no C2 1.000m não fomos ao pódio - lembra Isaquias.
Ou seja, em todas as Olimpíadas nas quais competiu e em todos Mundiais, ano após ano, Isaquias saiu com medalhas no peito. A única vez que lembra de ter ido embora com o pescoço pelado foi nessa etapa de Copa do Mundo antes de ser tornar um ídolo nacional, mas já sob o comando do técnico espanhol Jesus Morlán, falecido em 2018.
Ao todo, Isaquias tem um ouro, duas pratas e um bronze juntando as duas Olimpíadas que participou. Também tem seis ouros e seis bronzes em seis edições de Campeonatos Mundiais. O próximo começa na quarta-feira, no Canadá, e Isaquias vai em busca de mais duas medalhas, no C1 1.000m e no C1 500m. Primeira grande competição depois do ouro olímpico de Tóquio, que completa um ano justamente no próximo sábado, dia 6.
Depois daquele ouro, Isaquias tirou três meses de férias, se casou com a Laina Guimarães, mãe do pequeno Sebastian, de 4 anos. E eles foram curtir a lua de mel em Cancun, no México.
- A gente aproveitou bastante, eu e a minha esposa. A gente pôde se divertir bastante - diz.
Aos 28 anos, ele voltou renovado para um novo ciclo olímpico até Paris 2024. Na França, ele pretende disputar duas provas, e depois oficializar a aposentadoria.
- Eu posso, depois de Paris, continuar remando por diversão, mas para treinar o treinamento que o Lauro (de Souza Jr., técnico desde 2019) vai me passar, eu não vou. Eu não vou aguentar, então, é melhor sair de cena e dar oportunidade para os atletas mais novos que vem aí - afirma Isaquias.
Antes de parar, Isaquias tem o objetivo de se tornar o atleta brasileiro com mais medalhas olímpicas. Somando o ouro de Tóquio com as duas pratas e o bronze que conquistou na Rio 2016, ele já tem quatro. Apenas uma a menos do que os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, ambos recordistas com cinco cada.
- São duas motivações para eu chegar até Paris, a primeira é eu ganhar minha sexta medalha, né. Para passar o Torben e o Scheidt, que são os maiores atletas olímpicos do Brasil. A outra motivação é mais pessoal: meu filho Sebastian, de quatro anos. Eu quero que ele esteja em Paris para ver o pai dele ser campeão olímpico mais uma vez - explica Isaquias.
Antes de Paris 2024, ainda tem dois mundiais no caminho. O primeiro, no Canadá, vale para ele apliar a coleção de 12 medalhas que já possui no evento. Aliás, desde o Mundial Júnior em 2011, Isaquias sempre sobe no pódio do principal campeonato do ano.
- Se os meus adversários brincarem eu vou ganhar.
Nesta semana, no Mundial, ele vai competir em duas provas individuais apenas. A dupla formada para os Jogos Olímpicos de Tóquio, com Jacky Godmann, acabou e o jovem voltou para a Bahia. Já a parceria vitoriosa com Erlon Souza ainda será retomada, mas não para este Mundial. No Canadá, Erlon vai remar com Filipe Santana, de 19 anos, revelação dos Jogos Pan-Americanos Jr. do ano passado.
Para Paris, as provas que Isaquias pode remar são a C1 1.000m, na qual é o atual campeão olímpico, e o C2 500, na qual deve retomar a dupla com Erlon, a não ser que surja alguma grande revelação em Lagoa Santa ou Capitólio, cidades mineiras onde a seleção brasileira de canoagem velocidade treina. Por enquanto, o certo é que Isaquias vai para mais um Mundial para não quebrar uma tradição.
- De lá eu não saio com pescoço pelado não, quero sair com uma medalhinha.
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