O nível do duelo entre os rivais gaúchos em Curitiba não se explica somente por isso. Mas a sequencia pesada de oito jogos em 24 e 25 dias para Inter e Grêmio respectivamente, somada ao período sem treinar e jogar regularmente durante a tragédia climática no Rio Grande do Sul, teve muita influência.

Escalações

Renato Gaúcho seguiu sem alguns titulares para montar o time. Kannemann, Pepê, Villasanti, Soteldo e Diego Costa foram eles. Geromel e Gustavo Martins formaram a zaga. Carballo fez dupla de volantes com Dodi. Pavon e Gustavo Nunes atuaram nas pontas. Everton Galdino jogou de centroavante.

Eduardo Coudet não teve Rochet, Enner Valência e Borré, que assim como Villasanti e Soteldo estão disputando a Copa América. Fabricio e Alario foram mantidos. Wanderson e Wesley ganharam sequência como homens de lado de campo. Alan Patrick, Vitão e Renê retornaram. Bruno Henrique foi o meia-central. Aranguiz ficou no banco.

O jogo

O 1º tempo do Grenal no Couto Pereira não foi nada bom. Equilibrado em tudo. Posse de bola basicamente idêntica, o mesmo número de finalizações, e a dificuldade similar apresentada pelos dois times para criar de forma regular. O Inter foi um pouco mais envolvente ao se aproximar da área, mas assim como Grêmio não teve uma chance real de gol. Trabalho tranquilo para os goleiros.

Dá para dizer que o Tricolor conseguiu se sobressair nos primeiros 15 minutos. Agressivo para marcar no campo de ataque, forçou ligações diretas a partir do goleiro Fabrício. Alario não conseguia ganhar a ''primeira bola'' pelo alto e o Imortal quase sempre controlava a posse na disputa seguinte. Tentava acelerar e surpreender a defesa colorada.

Pavón foi quem mais incomodou pela direita. Muita luta e tentativa de gerar volume na área por parte de seus companheiros, mas pouca eficiência. A medida que o comportamento gremista foi arrefecendo, o colorado passou a avançar com passes curtos. Tinha Renê alinhado a Fernando e Vitão para fazer a saída de bola. Bruno Henrique e Thiago Maia postados à frente para receber e distribuir.

Alan Patrick foi acionado algumas vezes nas costas de Carballo e Dodi, mas quem chegou mais perto de se destacar foi Wesley. Flutuava da direita para o meio a partir do momento em que Bustos pisava no ataque. Deu trabalho a Reinaldo. Sofreu faltas e ganhou duelos, sempre com a agressividade de praxe que apresenta desde que chegou ao Inter.

Na melhor trama colorada na 1ª etapa, o atacante tabelou com Bruno Henrique em cruzamento não aproveitado na boca do gol. Alario esteve abaixo do ideal para um jogo com as características de um Grenal. Demorou a reagir em alguns lances. O Grêmio voltou a transitar mais no campo de ataque após os 35 minutos, mas a dificuldade de conectar as peças e produzir prosseguiu.

Mesmo assim manteve-se mais presente no gramado rival e ao ganhar uma sequência de duelos de bola em disputa, viu João Pedro ter a melhor chance do jogo até então, mas o lateral bateu em cima de Fabricio. Coudet agiu primeiro que Renato nas mexidas. O apagado Alario saiu para a entrada de Lucca. Bruno Henrique também deu lugar a Aranguiz já na 2ª etapa.

Lucca se lesionou com apenas cinco minutos em campo e deu lugar a Gustavo Prado. O jogador mais talentoso em campo provou tal condição perto da metade do 2º tempo. Passou por Carballo em rebote de escanteio pela direita e cruzou fechado. Marchesín rebateu mal e Vitão subiu mais que Geromel para marcar.

Renato sacou Carballo e Pavón logo depois de ver seu time sofrer o gol. Colocou Edenílson e Nathan Fernandes. Já Coudet entrou no modo ''proteção de resultado'' pouco depois dos 30 minutos. Lançou Igor Gomes e Mercado em campo. Tirou Wanderson e Alan Patrick, que faziam a dupla de frente naquele momento.

O Grêmio teve a bola no campo de ataque novamente na maior parte do tempo até o fim do jogo, mas sem ter criatividade. Se resumiu a alçar bolas na área. Tanto que Renato queimou a última substituição tricolor para que o zagueiro Rodrigo Ely pudesse entrar como centroavante. Não funcionou. O Imortal segue na zona de rebaixamento, mas tem dois jogos a menos que a maioria das outras equipes.