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Por Rodrigo Coutinho — Rio de Janeiro/RJ

André Durão

Se faltava uma atuação ofensivamente convicente e regular diante de um rival de menor expressão, o rubro-negro mostrou exatamente esses predicados na goleada aplicada sobre o Boavista na noite desta terça-feira, no Maracanã. O nível do futebol demonstrado esteve acima daquilo que a equipe apresentou em qualquer outro jogo desta temporada.

O adversário não ofereceu a competitividade que será costumeira aos rivais do Flamengo nos principais desafios do ano. Mas até mesmo diante de times inferiores, os comandados de Tite não haviam exibido tamanha maturidade em determinados aspectos de jogo coletivo. Bom sinal. A ver a continuidade.

Escalações

Sem Pulgar, Allan e Gérson, Tite montou o meio do Flamengo com Igor Jesus, De la Cruz e Arrascaeta. Isso abriu vaga para a titularidade de Luiz Araujo na ponta-direita. Fabricio Bruno foi preservado e David Luiz formou a zaga com Léo Pereira.O Boavista, treinado pelo português Filipe Cândido, entrou em campo com o desfalque do atacante Gabriel Conceição. Jeffinho entrou em seu lugar.

Como Flamengo e Boavista iniciaram o duelo válido pela 9ª rodada do Carioca 2024 — Foto: Rodrigo Coutinho

O jogo

Quem desviou o olhar do gramado do Maracanã nos primeiros 20 minutos certamente perdeu algo de relevante. O ritmo imposto pelo Flamengo impressionou! A começar pela velocidade na circulação da bola, passando pela intensidade dos movimentos e da coordenação para encontrar as interações entre os jogadores, chegando à volúpia para recuperar rapidamente a posse ao perdê-la.

Em 12 minutos o placar já marcava 2x0 para o rubro-negro, fora outras duas chances claras de gol. O cenário se manteve até a parada técnica, e voltou com toda a força depois dos 35'. Pedro, autor de um dos tentos, abusou do direito de perder oportunidades. Foi servido com fartura por Luiz Araújo e Cebolinha, destaques da equipe, e decepcionou em pelo menos dois lances dentro da pequena área.

Arrascaeta e De la Cruz mostraram entrosamento como dupla de meias, e Igor Jesus fez mais um jogo que deve ter colocado uma pulga atrás da orelha de Tite. Recuperou muitas bolas no campo de ataque - uma delas originou o gol de Luiz Araújo - e protegeu a frente da área com competência. Ayrton Lucas e Varela também se destacaram nas pressões pós-perda, e em ultrapassagens pelo meio.

Flamengo x Boavista Luiz Araújo — Foto: André Durão

O Boavista, que até consegue ter mais talento que a média dos times de menor expressão do Rio de Janeiro para trabalhar a bola, penou para ser competitivo defensivamente. Chegou a assustar em algumas escapadas, mas nada que tirasse o brilho do 1º tempo do Mais Querido.

O roteiro seguiu na 2ª etapa. Pedro, confirmando a noite imprecisa que viveu, perdeu um pênalti antes de ser substituído por Gabigol na metade do tempo complementar. Luiz Araujo, o melhor em campo até aquele momento, também deu lugar a Bruno Henrique no mesmo instante. Arrascaeta e De la Cruz continuaram se entendo bem na zona de articulação das jogadas.

Com o camisa 18 mais fixo na faixa central, diminui o tempo que o Flamengo demora para recuperar a bola logo após a perda. É mais leve e se mexe com maior desenvoltura nas transições defensivas em relação ao que Gérson consegue fazer. Exatamente em uma retomada de bola dele, Arrascaeta marcou um lindo gol.

O maior exemplo de entrosamento dos meias da seleção uruguaia veio na sequência. Bola açucarada de De la Cruz para Arrascaeta marcar mais uma vez após um lindo giro de corpo. Para completar a ''festa celeste'', ainda deu tempo de Tite promover a boa estreia de Viña na lateral-esquerda. Atônito, o Boavista certamente torceu para que o jogo acabasse logo. Mal passava do meio-campo no fim.

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