A Chapecoense entrou em campo com as atletas sem caneleiras e a bola só rolou depois que a equipe conseguiu os equipamentos de proteção emprestados, contando com a colaboração do rival de Xapuri e da Federação de Futebol do Acre (FFAC). Além disso, as goleiras dos dois times atuaram sem luvas.

Um dos administradores do time de Porto Acre, Juciclei Carneiro, explicou o que levou a goleira Samira, 15 anos, a jogar sem as luvas e o motivo da ausência das caneleiras.

– Ela estava com luvas (antes de começar o jogo) só quem não sentiu conforto. Então, o árbitro do jogo disse que elas (goleiras) poderiam jogar sem luvas porque no regulamento não diz que é obrigatório, e ela decidiu jogar sem. Mas a gente estava sim todo equipado no padrão que o campeonato pede e exige. Só que esquecemos as nossas caneleiras, que ficam todas juntas. Na hora de embarcar, o roupeiro guardou todo o material, deixou as luvas dentro da mochila (e esqueceu as caneleiras). Ia dar início o jogo e foi paralisado devido as atletas não estarem com caneleiras e a gente foi ver se conseguiria emprestado – explica.

Do lado do Grêmio Xapuriense, a goleira Sueli, 16 anos, também jogou sem luvas. O motivo, no entanto, foi diferente da adversária.

– Ela não tem (luva). A gente ia comprar, mas como chegamos um pouco atrasados acabou não dando tempo. As nossas reservas emprestaram caneleiras para as meninas da Chapecoense porque senão não ia ter jogo. Eles arrumaram umas (com a Federação de Futebol) e nós emprestamos outras – conta o técnico da equipe de Xapuri, Thiago Luiz.

O diretor de competições da FFAC, Leandro Rodrigues, ressalta que a partida foi realizada normalmente com as goleiras sem luvas porque não há exigência do equipamento no regulamento.

– Elas podem jogar sem luvas. Esse campeonato é para que possamos motivar o futebol feminino – afirma.

Quando a bola rolou, o Grêmio Xapuriense foi mais eficiente e levou a melhor vencendo a Chapecoense por 4 a 0.