Ele já havia sido o principal goleador da competição em 2020, quando defendia o Galvez. Naquela ocasião, contribuiu diretamente para o Imperador faturar o primeiro título estadual com direto a gol e assistência no jogo que garantiu a taça, vitória sobre o Rio Branco-AC por 2 a 0. Em 2022, o atacante foi campeão defendendo o Humaitá.

Daniego é natural da cidade de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre. Ainda criança, por volta dos oito anos, mudou-se com a mãe e irmã para Rio Branco, capital do estado, onde passou a praticar futebol em projetos sociais. Aos 18, iniciou a carreira como atleta profissional defendendo o Vasco-AC. Ele também atua no futsal.

Segundo o artilheiro vascaíno, a infância foi tranquila, mas uma situação acabou causando desconforto em alguns momentos. Ele nasceu com uma malformação congênita na mão direita, o que ocasionou desconfiança de algumas pessoas dentro do futebol. Isso também motivou tentativas de desestabilização por parte de adversários em campo quando passou a atuar profissionalmente.

– A gente sofre muito quando tem uma má formação ou coisa do tipo. Sofri muito, principalmente no meio do futebol. Porque às vezes chegava nos lugares e os treinadores ficavam meio que ‘será que vai dar certo?’, ‘será que ele vai conseguir?’. Mas, graças a Deus, isso aqui foi uma benção que Deus colocou na minha vida e isso uso de combustível pra conseguir superar cada dia, cada vez mais os obstáculos que aparecem pelo caminho. Sempre tem (adversários usando como arma pra desestabilizar). Inclusive, ano passado lá na Bolívia, que jogo lá no segundo semestre sempre futsal, eles usam muito essa covardia, mas o cara só sorrir mesmo. Porque se for entrar na provocação dos caras acaba se prejudicando – afirmou.

Polivalência

– No futebol de campo sempre joguei nas três da frente e nos últimos anos a gente vem se adaptando muito. Nesse ano, no campeonato, até de volante tive algumas partidas que joguei pra ajudar meus companheiros, ajudar a equipe, e a gente vem se adaptando cada vez mais, vai ficando um pouquinho mais velho, vai adquirindo experiência e vai conseguindo desenrolar isso aí. Gosto muito de jogar pelas pontas, que recebe a bola na maioria das vezes de frente, pra encarar o adversário. O nove toma muita pancada, esse ano tomei muita pancada.

Carinho especial por dois clubes

– O clube aqui do Acre que mais me marcou foi o Galvez, onde passei, se não me engano, três ou quatro temporadas. O clube não tinha sido campeão ainda estadual e a gente conseguiu esse feito. Foi um ano maravilhoso onde consegui ser artilheiro, fazer gol em final, dar assistência em final. Nós tínhamos um time bem competitivo, bem legal. E o Vasco-AC não deixa de ser um clube especial porque sou vascaíno de coração.

Realizado com o futebol

– Realizei a maioria dos meus sonhos como atleta, jogador de futebol e me acho sim muito realizado. Sou muito grato pelo que o futebol me proporcionou, lugares que conheci, pessoas e conquistas.

Fim da carreira

– Está bem próximo, a verdade é essa. E a gente tem planos sim. Se for pra continuar no futebol, como tenho formação acadêmica, sou profissional em educação física, quem sabe seguir alguma diversificação no futebol, mas acho muito difícil porque o futebol acreano carece muito de apoio. Não só de apoio, mas de gestores. Acho que está muito carente dessas coisas. Ultimamente deu uma melhorada, mas a gente ainda está muito abaixo do que os outros estados que a gente tem passado, que a gente tem jogado.

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