Concursos

Por Júlia Nunes, Rayane Moura, Rafaela Zem, g1


  • O Concurso Público Nacional Unificado, também conhecido como "Enem dos concursos", vai preencher milhares de vagas que estão abertas no serviço público federal em 2024.

  • Os candidatos puderam escolher entre mais de 6 mil vagas em 21 órgãos e, para fazer a prova, pagaram uma única taxa de inscrição.

  • Com isso, a seleção é a recordista no número de inscritos para um concurso público: 2 milhões.

Governo define nova data para o 'Enem dos concursos'; 18 de agosto

Governo define nova data para o 'Enem dos concursos'; 18 de agosto

O Concurso Nacional Unificado (CNU), conhecido como "Enem dos concursos", centraliza em uma única prova os concursos autorizados para a seleção de servidores públicos em diferentes órgãos do governo federal. É a primeira vez que isso acontece.

Nesta estreia, estão em jogo 6.640 vagas em 21 órgãos públicos. Os candidatos podem concorrer a várias das oportunidades disponíveis pagando somente uma taxa de inscrição.

As inscrições terminaram em fevereiro e as provas serão aplicadas no dia 18 de agosto, em mais de 200 cidades pelo país.

Inicialmente, as avaliações seriam em 5 de maio, mas foram adiadas devido à chuva histórica no Rio Grande do Sul.

Veja abaixo o que se sabe sobre a seleção e os próximos passos.

1. Cronograma do concurso

  • Publicação do edital: 10/01/2024
  • Inscrições: 19/01 a 09/02/2024
  • Divulgação dos cartões de confirmação: 7 de agosto
  • Aplicação das provas: 18 de agosto

As provas do CNU estavam previstas para o dia 5 de maio, mas foram adiadas dois dias antes em virtude das chuvas históricas no Rio Grande do Sul. Segundo o governo, seria impossível aplicar o exame no estado.

No dia 23 de maio, o Ministério da Gestão anunciou a nova data para a aplicação das provas: dia 18 de agosto. E explicou que novos cartões de confirmação, com detalhes sobre os locais de prova, serão divulgados no dia 7 de agosto.

Sendo assim, os cartões publicados no dia 25 de abril não são mais válidos. E um novo cronograma, com as datas de divulgação dos resultados e convocação dos aprovados, sairá em breve, segundo o governo.

2. Editais e divisão por áreas (bloco)

O concurso possui oito editais, um para cada bloco temático (área de atuação) nos quais os candidatos podiam se inscrever, com informações sobre as vagas, salários, conteúdo das provas, critérios de classificação e composição das notas finais.

São sete blocos para cargos que exigem nível superior de escolaridade (1 a 7) e um para nível médio (bloco 8). Clique nos seguintes links para acessar os editais:

3. Como será a prova?

A banca responsável pela elaboração da prova é a Fundação Cesgranrio, que, além de outros concursos, já realizou edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no qual o CNU se inspirou.

As provas serão aplicadas em dois turnos:

Manhã (2h30 de prova):

  • nível superior: 20 questões de m��ltipla escolha de conhecimentos gerais + questão discursiva de conhecimentos específicos do bloco temático.
  • nível médio: 15 questões de múltipla escolha + redação.

Tarde (3h30 de prova):

  • nível superior: 50 questões provas de múltipla escolha de conhecimentos específicos;.
  • nível médio: 45 questões de múltipla escolha.

Segundo o governo, cada uma das provas terá mais de uma versão, assim como no Enem: as questões são as mesmas, só que em ordens diferentes.

Os aprovados em vagas para cotas também deverão fazer:

  • perícia médica (avaliação biopsicossocial), para a reserva de vagas das pessoas com deficiência;
  • procedimento de verificação da condição declarada, para as pessoas negras;
  • e procedimento de verificação documental complementar, para indígenas.

Além disso, para alguns cargos, a seleção terá uma segunda etapa da seleção, de avaliação de títulos (como pós-graduações ou especializações exigidas).

4. Onde serão as provas?

As provas serão realizadas em 228 municípios brasileiros.

5. Quantas pessoas se inscreveram? Qual o perfil? E os blocos mais concorridos?

Pouco mais de 2 milhões de pessoas se inscreveram no "Enem dos concursos", um recorde para concursos públicos, segundo o governo.

Antes disso, o concurso com mais inscritos no país era o do Banco do Brasil, realizado em 2021. Na época, 1,6 milhão de pessoas se inscreveram para concorrer a vagas de escriturários.

A maioria dos candidatos no CNU são mulheres (56%). E 80% dos inscritos têm entre 20 e 44 anos. Saiba mais abaixo.

Perfil dos candidatos do Concurso Nacional Unificado — Foto: g1

Considerando a escolha de blocos, 701.029 disputarão cargos que exigem ensino médio (bloco 8).

É nele que está cargo mais disputado em todo o CNU, que é o de técnico em indigenismo na Funai. Ao todo, 323.250 pessoas vão concorrer a essas 152 vagas, cuja remuneração inicial é de R$ 6,9 mil.

Dos 1,4 milhão que concorrem a vagas para ensino superior, a maioria escolheu cargos no bloco 7 (Gestão Governamental e Administração Pública).

Dentro dos blocos de ensino superior, mais candidatos se inscreveram para auditor-fiscal do trabalho (AFT), do Ministério do Trabalho. Esse é também o cargo com a maior quantidade de vagas do concurso (900) e com o maior salário inicial, de R$ 22,9 mil.

6. Todas as vagas e salários

Estão em jogo 6.640 vagas, em 21 órgãos federais. E quem passar não terá que, necessariamente trabalhar em Brasília, a sede do governo. Existem vagas em todos os estados, além do Distrito Federal.

Do total de postos, 5% serão reservados para pessoas com deficiência (PCDs) e 20% para pessoas negras. Nos cargos da Funai, 30% das oportunidades serão destinadas para indígenas (saiba mais).

O maior salário inicial será o de auditor-fiscal do trabalho (AFT), do Ministério do Trabalho. Esse é também o cargo com a maior quantidade de vagas do concurso (900) e o que teve mais inscritos entre os que exigem ensino superior.

Navegue pela tabela abaixo para conferir os cargos, o número de vagas e os salários iniciais.

Abaixo, saiba como foram distribuídos os cargos entre as cidades.

7. Como foi o processo de inscrição?

O prazo começou no dia 19 de janeiro e terminou em 9 de fevereiro. O participante podia se inscrever em quantos cargos quisesse dentro de uma mesma área de atuação (o chamado "bloco temático"). São oito no total (veja os editais).

Depois de escolher o bloco, o candidato deveria ordenar a sua preferência entre os cargos e as especialidades disponíveis. Caso desejasse, ele também poderia se inscrever somente para uma vaga específica.

Independentemente do número de cargos que escolhesse, só era necessário pagar uma única taxa de inscrição. O valor era de R$ 60 para vagas de nível médio e R$ 90 para nível superior.

Podiam pedir isenção da taxa inscritos no CadÚnico, doadores de medula óssea e quem for ou já tenha sido bolsista do Prouni ou Fies. O prazo para a solicitação terminou em 26 de janeiro.

8. Esquema de segurança e canal de dúvidas e denúncias

O esquema de segurança do CNU envolve mais de 200 mil agentes, incluindo integrantes da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que vão monitorar todo o evento em centrais que foram criadas para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Para evitar fraudes, os candidatos terão as digitais coletadas, precisarão comprovar sua identidade também pela grafia (escrevendo uma frase antes da prova) e não poderão levar o caderno de provas para casa.

O Ministério da Gestão possui um canal oficial de atendimento para dúvidas e denúncias sobre o concurso: concursonacional@gestao.gov.br. Além disso, o endereço do site oficial é gov.br/gestao/concursonacional.

9. Por que o governo decidiu unificar os concursos?

A proposta foi desenhada após a procura de alguns órgãos que tiveram concursos autorizados e relataram ter dificuldade de organizar os certames por conta própria, segundo José Celso Cardoso, secretário de Gestão de Pessoas do Ministério de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

De acordo com a pasta, a estratégia visa democratizar o acesso às vagas ofertadas pelo poder público e racionalizar os custos.

A intenção do Ministério da Gestão é criar algo similar ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cuja nota é usada por centenas de faculdades e universidades de todo o país em substituição ao vestibular tradicional.

A ideia de cobrar uma única taxa para concorrer a diversos concursos reunidos em um só e descentralizar a aplicação das provas de locais como Brasília, onde fica a sede da maioria dos órgãos federais, é para que mais pessoas possam ter acesso à seleção.

Com isso, o governo espera também diversificar o perfil dos servidores.

O modelo de concurso unificado foi criado por um decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicado no "Diário Oficial da União" do dia 29 de setembro de 2023.

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