Por g1 SP — São Paulo


Gil Rugai (à esquerda), Suzane von Richthofen (no centro) e Marcelo Pesseghini e o pai (à direita) — Foto: Montagem g1/Luara Leimig-TV Vanguarda/Leonardo Benassatto-Estadão Conteúdo/TV Globo

Nesta segunda-feira (20), um adolescente de 16 anos foi apreendido após confessar à polícia que havia assassinado o pai, a mãe e a irmã dentro de casa na Vila Jaguara, na Zona Oeste da capital paulista. Casos de parricídio - quando uma pessoa mata o próprio pai, a mãe ou os pais -, sempre ganham repercussão e provocam debate na sociedade.

Mesmo após anos, as histórias de integrantes das famílias Richthofen, Pesseghini, Rugai e Gonçalves mortos pelos próprios filhos ainda causam impacto pelo requinte de crueldade. Relembre os casos abaixo:

Caso Richthofen

Cristian, Daniel e Suzane von Richtofen, na época em que foram presos, em 2002 — Foto: Reprodução/ Globo News

Um dos crimes mais conhecidos do Brasil, que já rendeu livros e filmes, é o assassinato de Manfred Albert e Marísia von Richthofen. Em 2002, a própria filha do casal, Suzane, planejou o crime contra os pais. Ele teve a ajuda do namorado e do cunhado, Daniel e Cristian Cravinhos, que executaram o homicídio.

Inicialmente, o caso foi registrado como latrocínio (roubo seguido de morte), porém as investigações começaram a apontar para o trio. No final, eles confessaram o crime.

Em 2006, eles foram submetidos a júri popular. Suzane e Daniel foram condenados a 39 anos e seis meses de prisão. Enquanto Cristian recebeu a pena de 38 anos e seis meses em regime fechado. Os três foram encaminhados à Penitenciária 2 de Tremembé, no interior do estado, conhecida como "prisão dos famosos".

Em janeiro de 2018, Daniel conseguiu a progressão para o regime aberto. A filha do casal von Richthofen obteve o benefício e cumpre a pena em liberdade desde janeiro de 2023.

Já Cristian Cravinhos chegou a ir para o regime aberto em 2017, porém perdeu o benefício após ser preso suspeito de agredir uma mulher e tentar subornar policiais. Atualmente, ele segue no regime semiaberto.

Caso Gil Rugai

Imagem de arquivo - Gil Rugai também pede para cumprir restante da pena fora da prisão — Foto: GloboNews

Em 2004, o estudante Gil Grego Rugai, de 29 anos, matou o pai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, que eram publicitários. O casal foi assassinado com 11 tiros na residência em que moravam em Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo.

Um dia após o crime, o vigia da rua disse que teria visto o estudante saindo da casa do pai na noite do crime, na companhia de outra pessoa não identificada.

Gil teria dado um desfalque de mais de R$ 25 mil (em valores da época) à empresa do pai, razão pela qual havia sido expulso do imóvel cinco dias antes do crime. Ele cuidava da contabilidade da produtora Referência Filmes.

Em 2013, ele foi condenado a 33 anos e nove meses de prisão pelos homicídios dos publicitários. Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, manteve a condenação definitiva de Gil, e o caso passou à condição de transitado em julgado, quando não é mais passível de recursos, segundo informou o Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo.

Desde o crime, Gil Rugai já teve diversas entradas e saídas da prisão. Atualmente ele cumpre a pena a que foi condenado na Penitenciária de Tremembé, interior paulista, onde está desde 2016.

Caso Pesseghini

O casal de policiais militares Andréia Regina Bovo Pesseghini, de 36 anos, e Luís Marcelo Pesseghini, com o filho, Marcelo Pesseghini, de 13 anos — Foto: Reprodução/TV Globo

Outro caso envolvendo pais e filhos que chocou o país foi da família Pesseghini. O adolescente Marcelo, de apenas 13 anos, usou a pistola .40 da mãe para executar os pais, que eram policiais militares, a avó materna e a tia-avó.

Após a chacina, ele se matou com um tiro na cabeça na casa onde a família morava. O crime ocorreu em 5 de agosto de 2013, na Brasilândia, Zona Norte de São Paulo.

Todas as vítimas estavam dormindo, segundo a polícia. O motivo do crime, de acordo com laudo psiquiátrico, foi uma doença mental que levou Marcelinho a acreditar que era o personagem do game Assassins Creed, um assassino profissional.

Em 2018, em entrevista ao g1, os avós paternos de Marcelo informam ter procurado a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington (EUA), para tentar reabrir o caso da chacina da família dele em São Paulo - que foi arquivado pela Polícia Civil.

O avô Luís Pesseghini acredita que Marcelo não matou a família em razão do temperamento. “Ele era tímido, dócil”, diz o avô. “A investigação só se preocupou em acusar o menino ao invés de procurar quem seria o verdadeiro assassino.”

Caso família Gonçalves

Romuyuki, Flaviana e Juan foram encontrados carbonizados no ABC — Foto: Reprodução/TV Globo

Quatro anos atrás, os corpos de Romuyuki Veras Gonçalves, de 43 anos, Flaviana de Meneses Gonçalves, de 40, e o filho deles, o estudante Juan Victor Gonçalves, de 15, foram encontrados carbonizados no interior de um carro em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

O casal e o filho foram mortos em 27 de janeiro de 2020, com golpes na cabeça. A família morava em um condomínio fechado de casas em Santo André.

A filha do casal, Anaflávia Martins Gonçalves, e a então namorada dela, Carina Ramos de Abreu, foram responsáveis por planejar o crime. O objetivo era roubar R$ 85 mil da família que estariam num cofre. Como não encontraram o dinheiro, decidiram levar pertences das vítimas e matá-las.

Para executar o plano, elas também contaram com a ajuda dos irmãos Juliano e Jonathan Ramos e Guilherme Ramos da Silva. Todos já foram submetidos ao júri popular e estão presos. Confira as sentenças:

  • Anaflávia Martins Meneses Gonçalves: 61 anos, 5 meses e 23 dias de reclusão, em regime inicial fechado.
  • Carina Ramos de Abreu: 74 anos, 7 meses e 10 dias de reclusão, em regime inicial fechado.
  • Guilherme Ramos da Silva: 56 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão, em regime inicial fechado.
  • Juliano Oliveira Ramos: 65 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão em regime inicial fechado.
  • Jonathan Fagundes Ramos: 56 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão em regime inicial fechado.

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