Por Letícia Dauer, g1 SP — São Paulo


Cristian Cravinhos foi preso em Sorocaba ao tentar subornar policiais em 2017 — Foto: Carlos Dias/G1

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) solicitou à Justiça nesta quarta-feira (15) que Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato do casal von Richthofen, seja submetido a exame criminológico. A defesa dele entrou com pedido de progressão ao regime aberto na terça (14).

No pedido, uma das justificativas apresentadas pela advogada Maieli Luana Rodrigues é o bom comportamento de Cravinhos, que cumpre pena na Penitenciária 2 de Tremembé, unidade conhecida por reunir presos de casos de grande repercussão, como o ex-jogador Robinho e o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho.

Entretanto, segundo o promotor Alexandre Mourão Mafetano, da 12ª Promotoria de Justiça de Taubaté, o atestado de boa conduta carcerária não se mostra o suficiente para comprovar que o sentenciado possa progredir de regime e voltar a conviver em sociedade.

"Como o caso em questão necessita de uma análise mais rigorosa devido à gravidade do cometido, a questão deve ser precedida da realização de exame criminológico, na forma do artigo 196, § 2º, da Lei de Execução Penal, de sorte a melhor se traçar o perfil psicológico do preso e se averiguar possível melhora íntima", afirma o promotor.

Procurado, o Tribunal de Justiça de São Paulo informou que a manifestação do MP-SP foi juntada aos autos nesta quinta-feira (16), porém ainda não há decisão judicial sobre o pedido.

A defesa de Cristian também foi procurada e se limitou a afirmar que "ele preencheu todos os requisitos legalmente impostos na lei de Execução Penal para progressão de regime".

Cravinhos chegou a ir para o regime aberto em 2017, mas perdeu o benefício após ser preso suspeito de agredir uma mulher e tentar subornar policiais, além de descumprir uma medida judicial em Sorocaba, no interior de São Paulo.

Na época, ele teria oferecido R$ 1 mil para não ser preso e disse que o irmão, Daniel, viria da capital com mais R$ 2 mil para entregar aos policiais. Cristian foi flagrado com dinheiro e munição de 9 mm, que é de uso restrito.

Assassinato do casal von Richthofen

Cristian, Daniel e Suzane von Richthofen, na época em que foram presos, em 2002 — Foto: Reprodução/ Globo News

Na época do assassinato do casal von Richthofen, em 2002, o irmão de Cristian, Daniel Cravinhos, era namorado de Suzane. O trio planejou e assassinou Manfred e Marísia von Richthofen na casa da família, na Zona Sul de São Paulo. Os pais de Suzane eram contrários ao namoro da filha.

Suzane e os irmãos Cravinhos foram submetidos a júri popular em 2006. Cristian foi condenado a 38 anos e seis meses em regime fechado, mas deixou a penitenciária, em agosto de 2017, após ser autorizado pela Justiça a cumprir o restante de sua pena em regime aberto.

Daniel Cravinhos foi condenado a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado, mas também conseguiu o mesmo benefício em janeiro de 2018, quando deixou a penitenciária em Tremembé para cumprir o restante da pena em liberdade.

Também condenada a 39 anos e seis meses de prisão, Suzane conseguiu a progressão ao regime aberto em janeiro de 2023.

Suzane von Richthofen deixando a penitenciária feminina de Tremembé, no interior de São Paulo, em 11 de outubro do ano passado — Foto: Marcelo Goncalves/Sigmapress/Estadão

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