Por g1 Santos


PM matou professora e os dois filhos dela após término de relação em Apiaí (SP) — Foto: Reprodução

Ednei Antonio Vieira, o policial militar do Corpo de Bombeiros suspeito de ter matado a ex-namorada e os dois filhos dela, em Apiaí, no interior de São Paulo, foi preso preventivamente pela PM na madrugada desta terça-feira (21). A Polícia Civil acredita que os assassinatos ocorreram porque o homem, de 42 anos, não aceitou o fim do relacionamento. O g1 reuniu as informações sobre o caso (veja mais abaixo).

O PM, acompanhado do advogado, se entregou no Distrito Policial de Itapeva. De lá, ele foi conduzido ao Presídio Militar Romão Gomes.

Josilene Paula Da Rosa foi morta aos 39 anos dentro da própria casa. De acordo com a autoridade policial, o PM que trabalha no Corpo de Bombeiros invadiu a residência da família e atirou diversas vezes contra eles, matando a mulher e os filhos dela, Arthur e Gabriel, de 12 e 20, respectivamente.

Entenda o que se sabe sobre o caso a partir dos seguintes pontos:

1. Discussão antes do crime

Josilene foi morta a tiros pelo ex-namorado Ednei em Apiaí (SP) — Foto: Arquivo Pessoal e Reprodução

A Polícia Civil informou à equipe de reportagem que a suspeita é de que o bombeiro tenha cometido os assassinatos por não aceitar o possível fim do relacionamento. Isso porque horas antes do crime, o casal teve uma discussão em que Josilene afirmou que tinham terminado.

2. Arma furtada de corporação

O g1 teve acesso ao relato de um colega da corporação que viu o suspeito momentos antes do crime. Em depoimento à polícia, o bombeiro de 35 anos – que terá a identidade preservada – contou que Ednei estava de folga, mas foi até o quartel por volta de 21h de quinta-feira (16) alegando que iria retirar o nome dele da escala de trabalho.

O suspeito conversou um pouco, mas logo saiu dizendo que iria comprar um açaí. Ele retornou minutos depois e entregou o doce ao colega, que foi levar até a cozinha. Enquanto isso, Ednei ficou sozinho na sala em que estava a arma da corporação.

Horas depois que ele foi embora do quartel, o bombeiro descobriu sobre a ocorrência de homicídio envolvendo o colega e foi pegar a arma que estava na sala da corporação. O homem notou que o armamento não estava mais no local e provavelmente tivesse sido furtado para o crime.

3. Invasão e disparos

Josilene Rosa e os filhos Gabriel e Arthur foram mortos a tiros em Apiaí (SP) — Foto: Redes sociais

Os assassinatos aconteceram na Rua Joaquim Fogaça de Oliveira, no bairro Jardim Araucária. Segundo a Polícia Civil, Ednei invadiu a casa de Josilene e disparou pelo menos sete vezes, acertando a mulher e os dois filhos. Em seguida, ele fugiu de carro.

4. Acidente durante a fuga

Durante a fuga, o bombeiro bateu o veículo em um guard rail na Rodovia Sebastião Ferraz de Camargo Penteado (SP-250), próximo de Guapiara (SP). O automóvel foi localizado por policiais, mas o homem segue foragido.

5. Buscas pelo PM

Segundo o delegado Valmir Oliveira Barbosa, a arma não foi localizada, bem como o suspeito. A polícia faz buscas na região de Capão Bonito (SP), onde o bombeiro mora e tem familiares.

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), informou que o caso é investigado pela Delegacia de Polícia de Apiaí e pela PM, por meio de Inquérito Policial Militar (IPM).

6. Quem era a mulher assassinada?

Josilene Rosa foi morta a tiros em Apiaí (SP) — Foto: Redes sociais

Uma parente -- que terá a identidade preservada -- descreveu a Josilene como uma pessoa extremamente vaidosa e preocupada com Gabriel, de 20 anos, e Arthur, de 12. “Ela dizia para a gente: ‘eu não quero morrer e deixar meus filhos, Deus o livre. Se eu morrer, meus filhos vão comigo’".

Caçula entre quatro irmãs, a mulher era carinhosamente chamada de ‘Lene’ na família. No entanto, era conhecida como “Jo” na escola em que trabalhava. Ela dava aulas de Artes e Música.

De acordo com a familiar, o primogênito de Josilene cursava Direito em uma faculdade na cidade vizinha, mas não deixou de morar com a família e, por isso, viajava todos os dias para estudar.

7. Família das vítimas

A família acredita que Josilene, Gabriel e Arthur deixaram um grande legado de amor à família, pois sempre serão lembrados pela união e amor que tinham uns com os outros. Por isso, os parentes pedem para que fotos dos corpos das vítimas no dia do crime não sejam compartilhadas.

“Espalharam nas redes sociais, mas peço para quem tem, que apague. Postem fotos deles vivos, bem, porque essa é a imagem que a gente tem que guardar. A família não precisa ver foto do jeito que eles ficaram”, lamentou a parente.

8. Escola decretou luto

Conforme apurado pelo g1, a escola onde a vítima era professora decretou luto e suspendeu as aulas na última sexta-feira (17), um dia depois dos assassinatos.

"É com profunda dor e pesar que comunicamos o falecimento da professora Josilene, nossa amiga e companheira de equipe", diz a nota publicada pela Escola "Profª Elisa dos Santos" nas redes sociais.

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