Por g1 RS


Parquinho completamente alagado em cidade à beira do rio Taquari, no Rio Grande do Sul — Foto: Fábio Tito/g1

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul confirmou, nesta segunda-feira (27), a quinta morte por leptospirose após os temporais e cheias que 169 mortos desde o final de abril. O estado também soma 124 casos confirmados da doença, que é transmitida na água suja, contaminada pela urina de ratos.

A morte mais recente ocorreu em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Não há detalhes sobre o óbito. As outras quatro vítimas são:

O estado ainda investiga se outras nove pessoas morreram em razão de leptospirose após as enchentes. Ao todo, 922 casos da doença estão em investigação e 542 casos suspeitos foram descartados.

A secretária da Saúde, Arita Bergmann, afirma que o estado procura notificar todos os casos junto aos municípios para evitar as mortes.

"Toda população tem que ter cuidados quando entra na água, no barro, na lama. Se proteger com botas, com luvas, principalmente no momento agora da limpeza. Se tem sintoma, já é situação de começar o tratamento", diz.

Os exames que confirmam ou não os casos de leptospirose são feitos pelo Laboratório Central (Lacen) do RS. Os especialistas dispõem de dois diagnósticos: o de biologia molecular (RT-PCR), para casos suspeitos nos primeiros sete dias de sintomas, e o diagnóstico sorológico, que detecta o anticorpo produzido pelo organismo do paciente após sete dias de sintomas.

"A realização dos exames está disponível para todos os casos considerados suspeitos e que tiveram exposição à enchente, e de forma gratuita", afirma a chefe do Lacen, Loeci Natalina Timm.

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Leptospirose

A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela Leptospira interrogans. Ela é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, principalmente roedores.

Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato com a água das chuvas ou lama contaminadas pode se infectar.

A bactéria presente na água penetra o corpo humano pela pele ou mucosa. Bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose aos humanos.

Embora, na maioria das vezes, a leptospirose seja assintomática, o quadro da doença pode evoluir e causar falência de órgãos. Segundo o Ministério da Saúde, a doença apresenta uma letalidade média de 9%.

Aprenda o que é leptospirose e como a doença é transmitida

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Como é o tratamento

O tratamento da doença é feito com o uso de antibióticos, devendo ser iniciado no momento da suspeita por parte de um profissional de saúde.

Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial. Por outro lado, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata para evitar complicações e diminuir a letalidade. A automedicação não é indicada.

Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco. O uso do antibiótico, conforme orientação médica, está indicado em qualquer período da doença, mas a eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas.

O colapso na saúde do Rio Grande do Sul

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Como o desinfeccionar o ambiente

Nos locais que tenham sido invadidos por água de chuva, recomenda-se fazer a desinfecção do ambiente com água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%), na proporção de um copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água.

Outras medidas de prevenção são:

  • manter os alimentos guardados em recipientes bem fechados;
  • manter a cozinha limpa sem restos de alimentos;
  • retirar as sobras de alimentos ou ração de animais domésticos antes do anoitecer;
  • manter o terreno limpo e evitar entulhos e acúmulo de objetos nos quintais.

As medidas acima ajudam a evitar a presença de roedores. Além disso, a luz solar também ajuda a matar a bactéria que provoca a leptospirose.

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