Por g1 RS


Rodovia em Picada Mariante, no município de Venâncio Aires — Foto: Fábio Tito/g1

A Prefeitura de Venâncio Aires, cidade do Vale do Rio Pardo a 133 km de Porto Alegre, confirmou uma morte por leptospirose nesta terça-feira (21). A doença é transmitida na água suja, misturada com a urina de ratos. As cheias no Rio Grande do Sul já deixaram 161 mortos.

A vítima é um homem de 33 anos que teria mantido contato com a água da cheia que atingiu o município. O óbito ocorreu no dia 17 de maio, de acordo com a prefeitura.

A vítima identificada em Venâncio Aires não teve o nome divulgado pelo município. Familiares informaram à prefeitura que ele teria adotado cuidados, como o uso de botas, mas que acabou mantendo contato com a água.

Na segunda (20), o governo do Rio Grande do Sul confirmou uma morte em razão da doença, após análise do Laboratório Central do Estado (Lacen). Eldo Gross, de 67 anos, foi infectado em Travesseiro, cidade do Vale do Taquari atingida pelas enchentes. O idoso morreu em Lajeado no dia 17 de maio.

A enfermeira coordenadora da Vigilância Sanitária de Venâncio Aires, Carla Lili Müller, explica que o paciente deve procurar atendimento de saúde logo nos primeiros sintomas. A leptospirose costuma provocar febre, dor de cabeça, dores no corpo, fraqueza e calafrios.

"O tratamento é iniciado já na suspeita de leptospirose, quando o paciente tem um conjunto de sinais e sintomas compatíveis e situação de risco que antecederam os sintomas nos últimos 30 dias ao aparecimento dos sinais", explica.

O Centro de Atendimento de Doenças Infecciosas (Cadi) do município informou outros dois casos positivos da doença, mas com os pacientes já recuperados.

RS registra morte por leptospirose

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Leptospirose

As águas que inundam as cidades são perigosas, pois se juntam ao esgoto, de acordo com a infectologista Stephanie Scalco, que é gestora médica do Serviço de Controle de Infecção do Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre. As doenças que podem ser contraídas a partir desse contato são hepatite A, gastroenterite viral, gastroenterite bacteriana, leptospirose e parasitoses intestinais.

"A água tem excrementos humanos, tem resíduos de fezes humanas e não humanas. Então, tudo que pode ser transmitido por meio de esgoto vai estar presente nessa água", afirma.

A especialista afirma que a chance de contrair uma doença na água está associada a uma série de fatores, como o contato prolongado, ferimentos abertos, ingestão acidental e contato com a boca ou nariz. A leptospirose pode ter um período de incubação que varia entre 3 até 20 dias, resultando em morte, em casos mais graves.

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