18/06/2012 14h48 - Atualizado em 18/06/2012 14h58

      Movimento da Rio+20 é positivo independentemente de texto, diz FHC

      Para ex-presidente, consenso entre países está muito difícil.
      Fernando Henrique assinou documento pedindo consciência ambiental.

      Eduardo Carvalho e Tadeu MeniconiDo G1, no Rio

      Fernando Henrique Cardoso na Rio+20 (Foto: Eduardo Carvalho/G1)Fernando Henrique Cardoso na Rio+20 (Foto:
      Eduardo Carvalho/G1)

      O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso dissenesta segunda-feira (18) no Riocentro, sede da Rio+20, não ter certeza se a conferência da ONU terá um documento forte ao seu final.

      Segundo ele, há muita oposição dos países e falta de consenso nos debates em torno do texto que tem o objetivo de definir como o mundo pode se desenvolver de forma sustentável.

      “Espero que saia [um documento forte], mas não tenho certeza. Tem muitas oposições, está difícil chegar a um consenso. Mas o importante é que a consciência social está aumentando. De todo lado você vê que tem gente interessada. Independentemente do documento, o movimento é positivo e está crescendo”, explicou Fernando Henrique Cardoso.

      FHC é um dos signatários do documento “O futuro que escolhemos”, divulgado nesta segunda-feira (18) na Rio+20. O texto, assinado por cientistas renomados – incluindo ganhadores do prêmio Nobel, como o químico taiwanês Yuan Tseh Lee – e líderes políticos, afirma que não há dúvidas sobre o aquecimento global, e alerta para outros problemas ambientais, como a perda de biodiversidade e o risco da falta de alimentos.

      “Ali estão vários prêmios Nobel, alguns ‘elders’ , gente, portanto, que tem experiência, tem conhecimento e que sabe que as coisas vão mal e que, se não fizermos nada, vamos realmente botar em perigo os limites da terra”, afirmou. Os "Elders" são parte de um grupo de líderes globais criado pelo ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, que inclui FHC e a ex-primeira ministra norueguesa Gro Brundtland, "mãe" do conceito de "desenvolvimento sustentável."

      O ex-presidente acredita que o alerta seja bem recebido entre os líderes políticos e levado em conta na elaboração do texto. “Eu espero que esse documento ajude a alertar ainda mais para essas questões”, apontou. “Eu espero que pelo menos algum impacto terá”.