O papa Francisco gesticula ao no final da sua audiência geral semanal, em 13 de outubro de 2021, no salão Paulo VI no Vaticano — Foto: Tiziana Fabi/AFP
O papa Francisco voltou a afirmar nesta quinta-feira (14) que "aborto é homicídio" e disse que profissionais da saúde podem se recusar a fazer o procedimento, mesmo se a prática for autorizada por lei.
A declaração foi dada a farmacêuticos de hospitais italianos, segundo a agência de notícias Ansa.
"Sobre o aborto, sou muito claro: trata-se de um homicídio, e não é lícito tornar-se cúmplice", afirmou Francisco. "Nosso dever é estarmos próximos das mulheres para que não se chegue a pensar na solução abortiva — que, na verdade, não é uma solução".
O papa já havia dito, em setembro, que "aborto é mais que um problema, é um homicídio". "Quem aborta mata, é assim", disse o papa a jornalistas no voo de volta ao Vaticano, após sua visita à Eslováquia.
Comunhão de Biden
Na ocasião, o líder da Igreja Católica foi questionado sobre o debate dentro da Conferência Episcopal dos Estados Unidos sobre o presidente do país, Joe Biden.
A discussão era se Biden, que é católico, deveria ter a sua comunhão negada por dizer que era pessoalmente contra o aborto, mas que apoiava o direito de a mulher ter o poder de escolher.
"Nunca me recusei a oferecer a eucaristia a alguém", afirmou Francisco ao ser perguntado sobre a proposta de alguns bispos americanos, de negar a comunhão aos políticos católicos que apoiam leis favoráveis ao aborto.
Papa Francisco e Joe Biden, que na época era vice-presidente dos EUA, em foto de setembro de 2015 em Washington — Foto: David Lienemann/Casa Branca
Mas o papa fez questão de defender a posição da importância da vida desde a concepção:
“Na terceira semana após a concepção, muitas vezes antes mesmo de a mãe saber [que está grávida], todos os órgãos já estão [começando a se desenvolver]", afirmou o papa. "É uma vida humana. Ponto final. E essa vida humana tem que ser respeitada. É muito claro".
"Cientificamente, é uma vida humana", acrescentou Francisco.
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