Por G1


Julian Assange na sacada da embaixada do Equador em Londres, em 19 de maio de 2017 — Foto: Reuters/Peter Nicholls/File photo

Julian Assange é preso em embaixada em Londres após EUA pedirem extradição

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Julian Assange foi preso na manhã desta quarta-feira (11) pela polícia de Londres e condenado pela Justiça por não ter se apresentado à corte no passado.

Há ainda um pedido de extradição dos Estados Unidos, que ainda será julgado pelos ingleses.

Entenda quem é o ativista que foi detido, as acusações que são feitas e o que deve acontecer agora.

Quem é Julian Assange

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O australiano Julian Assange fundou o WikiLeaks em 2006. Antes disso, na década de 1990, ele já tinha sido condenado por atividades como hacker.

Ele se declarou culpado, foi multado em milhares de dólares e escapou da prisão ao se comprometer a não reincidir.

Depois desse caso, ele estudou física e matemática na Universidade de Melbourne, e trabalhou com uma acadêmica, Suelette Dreyfus, que pesquisava a internet e seus efeitos na sociedade.

A plataforma que ele criou publica documentos e imagens confidenciais, e ficou conhecida em 2010, quando divulgou um vídeo que exibia soldados norte-americanos executando 18 civis de um helicóptero no Iraque.

O WikiLeaks usa sistemas para dificultar a identificação das fontes que enviam materiais.

Entenda o que levou Julian Assange a ser preso em Londres

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Processo por estupro

A polícia sueca interrogou Assange em 2010 a respeito de duas acusações, uma de estupro, outra de abuso (ele nega ambas). No mesmo ano, um pedido de prisão internacional foi emitido para que ele fosse investigado.

Ele chegou a ser detido em Londres, pagou uma fiança de 240 mil libras e escapou da prisão.

Assange apelou, na Justiça inglesa, para não ser extraditado para a Suécia, mas perdeu o caso.

As autoridades suecas arquivaram o caso em 2017.

Asilo na embaixada equatoriana

Van da polícia do lado de fora da embaixada equatoriana depois que o fundador do Wikileaks, Julian Assange, foi preso pela polícia britânica, em Londres, nesta quinta-feira (11) — Foto: Peter Nicholls/ Reuters

Em junho de 2012, com receio da extradição, Assange entrou na embaixada equatoriana em Londres e pediu asilo político -que lhe foi concedido depois de cerca de dois meses. Havia, contra ele, um pedido de prisão por violar as condições da sua fiança.

A polícia metropolitana de Londres fez um plantão na porta da embaixada durante três anos.

Na quinta-feira (11), depois de quase sete anos no edifício, ele foi preso pela polícia britânica.

O presidente equatoriano, Lenín Moreno, afirmou pelo Twitter que o status de asilado havia sido retirado depois de violações reiteradas de convenções internacionais e protocolo de convivência.

Outras investigações

O processo por estupro foi arquivado pelas autoridades da Suécia, mas Assange enfrenta outras acusações.

A prisão dele na Inglaterra é justificada por faltas a audiências e por ele não ter cumprido determinações da Justiça.

WikiLeaks

Assange criou o WikiLeaks como um instrumento para que documentos secretos pudessem ser vazados. A plataforma ficou famosa em 2010, com a divulgação de material que mostrava a atuação de tropas dos EUA no Iraque e no Afeganistão, e também a comunicação entre diplomatas.

Os vídeos exibiam os assassinatos de civis, entre eles jornalistas, e também abusos cometidos por autoridades dos EUA e outros países.

Como havia a revelação de identidades de pessoas que cooperavam com os militares no Oriente Médio, oficiais norte-americanos afirmaram que o vazamento colocava vidas em risco.

Por conta da divulgação desses arquivos, um soldado do exército dos EUA, Bradley Manning foi condenado à prisão.

Posteriormente, Manning mudou de gênero e nome, passando a ser conhecida como Chelsea Manning.

Manning cumpriu sete anos de prisão, até que o presidente Barack Obama trocasse sua pena.

O WikiLeaks voltou ao noticiário em 2016, quando publicou milhares de e-mails do comitê do Partido Democrata.

Prisão em Londres

Fundador do WikiLeaks, Julian Assange, é preso na embaixada do Equador em Londres, nesta quinta-feira (11) — Foto: Reprodução/RUPTLY

Logo após a prisão, Julian Assange foi levado a uma corte de Westminster, julgado e considerado culpado por violar as condições de sua libertação provisória. Ele pode ficar até um ano preso por esse decisão.

Depois da prisão, foi divulgado que ele é acusado nos EUA de conspiração para acessar ilegalmente dados de um computador, o que levou a divulgação de documentos secretos em 2010.

Não há, por enquanto, acusação de espionagem, o que pode ser uma forma de não se discutir temas ligados à liberdade de imprensa, segundo o New York Times.

A Justiça inglesa vai determinar se ele será ou não extraditado para os EUA. A pena prevista para o crime do qual Assange é acusado é de, no máximo, cinco anos.

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