Oferecido por

Por Jornal Nacional


Julian Assange, fundador do WikiLeaks, fecha acordo com justiça dos EUA e consegue liberdade

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, fecha acordo com justiça dos EUA e consegue liberdade

O ativista e fundador do site Wikileaks, Julian Assange, fechou um acordo com a Justiça americana. Em troca de liberdade, ele admite ter violado a Lei de Espionagem. Assange vazou milhares de documentos confidenciais dos Estados Unidos.

Foi uma reviravolta. Assange saiu do Reino Unido em uma operação muito discreta. Já era madrugada no país quando o WikiLeaks divulgou a imagem do ativista australiano embarcando em Londres na tarde desta segunda-feira (24).

Em 2010, Assange começou a vazar arquivos secretos do governo americano. Foram mais de 700 mil documentos publicados no site que ele criou. Por isso, em 2019, ele virou alvo de 18 acusações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Julian Assange estava preso no Reino Unido desde aquele ano. Ele deixou, nesta segunda, o presídio de segurança máxima porque fechou um acordo com a Justiça dos Estados Unidos. Concordou em se declarar culpado de uma das acusações: de violação à Lei de Espionagem americana. O crime é de conspirar para obter e disseminar ilegalmente informações de segurança nacional.

Em troca da declaração de culpa, ele vai sair em liberdade. É que, pelo acordo, a Justiça americana vai condenar Assange a pouco mais de cinco anos de prisão - período que ele já cumpriu na Inglaterra enquanto resolvia outras pendências legais e tentava evitar a extradição para os Estados Unidos.

Depois de partir de Londres, Assange fez uma escala em Bangkok, na Tailândia. De lá, foi para as Ilhas Marianas do Norte, na região do Pacífico. A audiência acontece no arquipélago de 50 mil habitantes na Micronésia porque lá é território americano; fica a 12 mil km de Londres. Assange não queria ir para os Estados Unidos e as ilhas ficam perto do destino final dele.

Julian Assange se apresentando ao tribunal americano nas Ilhas Marianas — Foto: JN

Depois que se declarar culpado no tribunal, vai estar oficialmente livre e vai seguir para a Austrália, país onde nasceu.

Segundo a família, Assange não recebeu permissão para viajar em voos comerciais. É o governo australiano que está pagando os jatos particulares. A esposa de Assange vai começar uma campanha de arrecadação de dinheiro porque é obrigada a reembolsar US$ 500 mil ao governo.

Stella agradeceu o apoio que o marido recebeu nos últimos anos. Ela falou que sempre confiou que Assange seria solto, mas que só vai acreditar quando puder abraçá-lo.

Segundo Stella, o ativista vai solicitar perdão presidencial a Joe Biden porque, mesmo com a liberdade, o caso é um sinal de preocupação para jornalistas. O perdão teria poucas consequências práticas, mas seria um gesto simbólico para redimir a declaração de culpa.

Assange se apresentou ao tribunal americano nas Ilhas Marianas na noite desta terça-feira (25).

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!