Por Kellen Barreto, TV Globo — Brasília


Presidente Lula durante evento em Juiz de Fora (MG) — Foto: Divulgação/EBC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu nesta sexta-feira (28) que ajuste fiscal é "necessário", mas voltou a afirmar que não fará cortes de gastos em áreas que possam retroceder agendas sociais do governo.

O petista garantiu que não tomará medidas que mexam em salário mínimo e benefícios – por exemplo, desobrigando a correção desses valores pela inflação do período. Segundo ele, o governo "fará os ajustes necessários", mas "não em cima do povo pobre".

Nos últimos meses, o setor produtivo e o mercado financeiro têm pressionado o governo federal a realizar um corte de gastos para equilibrar as contas públicas.

"Agora mesmo estão dizendo que é importante ter preocupação de ajuste fiscal, que o salário mínimo está ficando muito alto. Que salário mínimo alto? O mínimo é o mínimo, não tem nada salário mínimo alto", declarou o petista.

"Eu farei o ajuste necessário, porque eu não quero gastar mais do que a gente ganha, mas eu quero dizer para vocês, não será nunca em cima do povo trabalhador, do povo pobre que eu vou fazer que vou fazer ajuste fiscal nesse país. Nunca" afirmou o presidente.

A declaração foi dada em Juiz de Fora (MG), onde Lula participa do evento de inauguração de um viaduto na cidade.

Pressão do mercado

Diante da pressão sobre as finanças, integrantes da equipe econômica já indicaram que podem enviar projetos para coibir supersalários no funcionalismo e mudar regras de previdência de militares, além de rever bases de dados de benefícios sociais.

Lula diz que governo está fazendo uma análise dos cortes de gastos

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Lula, no entanto, tem resistido. Não é a primeira vez que o presidente afirma que não vai aceitar cortar despesas de projetos e setores que afetam a camada mais pobre da população.

Na quinta-feira (27), em entrevista à rádio Itatiaia, em Belo Horizonte, Lula mencionou que não aceita mexer em benefício social, mas que o governo está fazendo um pente-fino.

Segundo ele, se "houver gente recebendo sem direito, será cortado". Porém, enfatizou que as pessoas mais pobres vão continuar recebendo benefícios do governo federal.

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